sábado, 21 de abril de 2018





Lembrando os tempos de escola de samba Pérola Negra, requerendo às autoridades um local para ser utilizado como quadra. 

AI, SEU DOUTOR

(Augusto Pellegrini – Chico Siqueira – Buzzone)

Ai, seu doutor
Cai a garoa, mas o samba continua
Nossa moçada já está cansada
De ensaiar na rua

Meu resfriado
Está ficando diferente
Não aguento, francamente
Tanta chuva na cabeça
O nosso samba
Que ganhou no carnaval
Vai ficar passando mal
Antes que a quadra aconteça
Seu doutor

Ai, seu doutor
Cai a garoa, mas o samba continua
Nossa moçada
Já está cansada
De ensaiar na rua

No meio da chuva
Minha gente perde o embalo
Canto o samba e não me calo
Veja que triste existência
E a nossa escola
Que a chuva não esfria
Samba de noite e de dia
Mesmo sem ter residência

1975

quinta-feira, 19 de abril de 2018





SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 01/09/2017
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

JOHNNY MATHIS

Um dos poucos cantores cuja carreira já ultrapassou a marca de seis décadas, Johnny Mathis é um ícone da música popular americana. Dono de um timbre vocal inconfundível e raro, Johnny Mathis teve que se decidir, na juventude, entre dedicar a sua carreira ao atletismo - as suas marcas o aproximavam do recorde olímpico do momento - e às artes, como cantor, compositor e ator. Apesar de algumas incursões jazzísticas bem sucedidas, como os álbuns "Swing Softly" (1958), The Rhythm And Blues Of Broadway" (1960) e "In A Sentimental Mood - Mathis Sings Ellington" (1990), ele é um cantor especializado na música romântica americana, a qual interpreta com alma e perfeição. Começando em 1958 até 2014, Mathis tem mais de 130 álbuns gravados e mais de 200 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Sua carreira inclui onze discos de ouro, cinco de platina e quatro indicações para o Grammy. Aos 81 anos de idade, Johnny Mathis continua se apresentando regularmente, mantendo o mesmo viço e vigor de há sessenta anos atrás.  


Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

quarta-feira, 18 de abril de 2018






Samba lembrando os tempos de escola de samba

MEU CONSOLO
(Augusto Pellegrini)

Minha nega arrumou um emprego
Estragou meu sossego
E ganhou condição
Pois faz parte do seu dia a dia
Fazer companhia
E sair com o patrão
E por isso estou desesperado
E falando sozinho
Fui posto de lado

Minha nega
Não faça mais isso
Retorne pra casa
E essa vida esqueça
Pra curar minha dor de cabeça
Que fica pior cada dia que passa
Eu não posso viver sem carinho
Acordando sozinho
No meu barracão
Peço a Deus que ilumine o caminho
Só tenho o consolo do meu violão

(1977)






COMO NASCEM AS CANÇÕES

(Parte 6)

(Artigo escrito para a página da Academia Poética Brasileira – https//www.facebook/com/academiapoetica/. Este site é uma publicação da Academia Poética Brasileira, da qual sou membro)


Sempre gostei muito de óperas, operetas e teatro musical.
A integração do enredo com as músicas compostas exclusivamente para ilustrar as situações mostradas na trama e o arranjo musical que acompanha a história mantém um desenvolvimento de ações cuja coesão, somada à interpretação do elenco leva a ópera a emocionar o espectador mesmo quando os diálogos se desenvolvem em língua estrangeira.
A iniciação veio ainda quando criança, quando ouvia óperas cantadas nas árias de Puccini, Verdi e Rossini, compositores italianos escolhidos a dedo pelo avô Pedro Cantieri, que ia às lágrimas com os dós de peito da soprano e do tenor.
Na agenda, a “Aria Di Musetta”, da ópera “La Boheme” (Giacomo Puccini), o “Brindisi”, de “La Traviata” (Giuseppe Verdi) e o “Figaro”, do “Il Barbiere Di Seviglia” (Gioachino Rossini), com melodias encantadoras e arranjos fantásticos.  
Só muito mais tarde tive a oportunidade de assistir a encenações operísticas ao vivo, o que apenas fez aumentar o meu entusiasmo pela matéria.
Também aumentaram o meu entusiasmo as operetas e os musicais que me foram transmitidos pelo cinema de Hollywood dos anos 1960 – como “West Side Story” (“Amor Sublime Amor”) de 1961, “My Fair Lady” (“Minha Querida Dama”)  de 1965 e “The Sound Of Music” (“A Noviça Rebelde”), também de 1965, e pelo teatro de vanguarda brasileiro dos anos 1960, que agregava muita música a muito clamor social e mensagens políticas pungentes ao mesmo tempo que românticas, dentro de um cenário simples e reduzido – ao contrário do esplendor das montagens das óperas e dos espetáculos musicais.
Foi levando em conta tudo isso que eu pretensiosamente resolvi, no final da década de 1960, escrever uma peça musicada tendo como inspiração as apresentações dos Teatros de Arena e Oficina, em São Paulo, dos quais eu era frequentador assíduo.
As encenações do Arena e do Oficina que me serviram de inspiração traziam uma abordagem diferente, onde a participação do público era mais sentida. Os shows “Opinião“ (1964), dirigido por Augusto Boal, “Arena Conta Zumbi” (1965), com texto de Gianfrancesco Guarnieri e “Roda Viva” (1967) escrita por Chico Buarque são exemplos de teatro musical de vanguarda no Brasil.
A minha peça tinha o pomposo nome de “Ópera do Amor em Tempo de Revolta” e o libreto faz parte do meu livro “O Fantasma da FM”, lançado em 1992. Escusado dizer que nunca foi exibida, sequer ensaiada, e que a montagem ocorreu apenas dentro da minha cabeça.
A peça conta a história de um rapaz chamado João que trabalha em uma fábrica pertencente a um industrial cuja filha, Maria, se apaixona por ele – e vice-versa – dando origem a uma série de situações que incluem uma greve e um final feliz (diferentemente do que acontece com muitas óperas tradicionais).
Daí surgiram algumas músicas já divulgadas na minha rede social e no meu blog, cujas letras podem ter sido a princípio um tanto incompreensíveis ao leitor porque foram compostas para atender o enredo, isto é, faziam parte de um contexto específico.
Além de João e Maria, protagonistas, a história tem a participação de Simão (pai de Maria mais interessado nas suas indústrias do que nos amores da filha), Elisa (a preconceituosa amiga de Maria, que não entende a sua paixão por um empregado da fábrica) e um bocado de figurantes.
Estou transcrevendo nos próximos capítulos as letras de algumas músicas na sequência em que são apresentadas na peça. As melodias também são da minha autoria, exceto quando compostas pelo amigo e parceiro Renato Winkler e devidamente anotado.


segunda-feira, 16 de abril de 2018





SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 26/08/2016
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

THE AMAZING BUDDY RICH

Vindo da Era do Swing, o baterista Buddy Rich inovou o conceito de ritmo e espetáculo no jazz orquestrado. Seu estilo era notável, caracterizando-se por muita velocidade e consistência de tempo, mesmo nas elaborações mais complexas. Tocando bateria desde criança, Rich passou por diversas bandas de renome, com as de Tommy Dorsey e Harry James, até formar a sua própria orquestra a partir dos anos 1970. Nesta audição, Buddy Rich se apresenta com a sua recém-formada big band em gravações feitas em 1971 e 1972 nas quais ele evidencia muito vigor e vibração e faz arranjos especiais para músicas como a contemplativa "Chelsea Bridge", de Billy Strayhorn e a angular "Straight, no Chaser", de Thelonious Monk. Como em toda orquestra liderada por um baterista, é ele quem mais aparece nos solos e na retaguarda, mas poderemos também apreciar belíssimas intervenções dos metais, seja em solo seja em naipes.  

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini