(O artigo Bola Alta publicado na última segunda-feira, dia 28 de fevereiro no jornal O Estado do Maranhão, procura retratar o destino incerto das transmissões do futebol pela televisão. A briga entre CBF, Globo, Record, Rede TV, Clube dos 13 e clubes dissidentes envolve bilhões de reais mas é rasteira e indigente como seria uma briga para ver quem coloca um carrinho de pipoca em frente ao cinema de bairro.
Há muito tempo o telespectador tem que aturar os caprichos da Globo, que manipula os horários dos jogos a seu bel prazer e faz a escolha do que vai apresentar baseada nos índices de audiência, o que tende a privilegiar apenas dois ou três clubes entre todos os participantes da elite da Séria A brasileira.
Por outro lado, o Clube dos 13, que nasceu para cuidar do futebol dos clubes, organizando uma Liga nos moldes do que se faz na Europa, deitou-se em berço esplêndido e o que faz apenas é trabalhar com a negociação da transmissão das partidas, se mantendo acima do bem e do mal porque atende os clubes que chegam com o pires na mão para adiantar receitas devidas mas ainda futuras, numa espécie de agiotagem onde os juros são pagos em forma de obediência e subserviência.
A CBF, por sua vez, sempre considerou o futebol dos clubes como uma mercadoria de segunda necessidade, possivelmente um mal necessário para se manter no poder enquanto gerencia os assuntos da seleção, principalmente agora, com a responsabilidade de organizar uma Copa das Confederações e uma Copa do Mundo.Para a CBF seria muito mais vantajoso se existisse uma Liga que se auto-administrasse, pagando para ela - CBF - percentuais sobre direitos, comissões, licenciamento, ou coisa que o valha; mas a entidade insiste em se envolver diretamente em todos os assuntos, desde a tabela de jogos até as arbitragens, passando pelo tribunal de justiça, e o que faz na prática é apenas manter um caudaloso feudo que começa com o presidente Ricardo Teixeira e sua diretoria e segue adiante com as federações estaduais.
Os clubes se curvam a este estado de coisa, porque aqueles que se rebelam são massacrados sem piedade.
Este é o roteiro desta queda de braço. O enredo final está sendo traçado e seu final se dará dentro em breve, sem muita esperança de que alguma mudança significativa venha a ocorrer).
Há muito tempo o telespectador tem que aturar os caprichos da Globo, que manipula os horários dos jogos a seu bel prazer e faz a escolha do que vai apresentar baseada nos índices de audiência, o que tende a privilegiar apenas dois ou três clubes entre todos os participantes da elite da Séria A brasileira.
Por outro lado, o Clube dos 13, que nasceu para cuidar do futebol dos clubes, organizando uma Liga nos moldes do que se faz na Europa, deitou-se em berço esplêndido e o que faz apenas é trabalhar com a negociação da transmissão das partidas, se mantendo acima do bem e do mal porque atende os clubes que chegam com o pires na mão para adiantar receitas devidas mas ainda futuras, numa espécie de agiotagem onde os juros são pagos em forma de obediência e subserviência.
A CBF, por sua vez, sempre considerou o futebol dos clubes como uma mercadoria de segunda necessidade, possivelmente um mal necessário para se manter no poder enquanto gerencia os assuntos da seleção, principalmente agora, com a responsabilidade de organizar uma Copa das Confederações e uma Copa do Mundo.Para a CBF seria muito mais vantajoso se existisse uma Liga que se auto-administrasse, pagando para ela - CBF - percentuais sobre direitos, comissões, licenciamento, ou coisa que o valha; mas a entidade insiste em se envolver diretamente em todos os assuntos, desde a tabela de jogos até as arbitragens, passando pelo tribunal de justiça, e o que faz na prática é apenas manter um caudaloso feudo que começa com o presidente Ricardo Teixeira e sua diretoria e segue adiante com as federações estaduais.
Os clubes se curvam a este estado de coisa, porque aqueles que se rebelam são massacrados sem piedade.
Este é o roteiro desta queda de braço. O enredo final está sendo traçado e seu final se dará dentro em breve, sem muita esperança de que alguma mudança significativa venha a ocorrer).
A briga entre a CBF e seus aliados contra o Clube dos 13 e seus ainda associados se transformou num autêntico balaio de gatos, pra não dizer um ninho de cobras.
Vaidades, mentiras, armações e desculpas esfarrapadas fazem parte desse jogo sujo que representa os anseios do esporte, mas não têm nada de esportivo.
O caldeirão começou a ferver há alguns meses quando a CBF espichou os olhos para o Clube dos 13, não pela vontade de organizar o futebol dos clubes – coisa que o Clube dos 13 também não faz – mas pela avidez com que prospectou o dinheiro envolvido nos direitos televisivos.
Em 2012 um novo contrato deverá ser firmado, e com o futebol em alta por conta da Copa que se aproxima, as emissoras sabem que os patrocinadores vão pagar alto pela exposição dos seus nomes e que, portanto, o montante a ser arrecadado – com uma parte gorda sendo repassada aos clubes – deverá possivelmente duplicar no próximo triênio.
Para vocês fazerem uma idéia, o atual presidente do Clube dos 13, Fabio Koff, consegue se pagar um salário mensal de 54 mil reais. A entidade tem reservas suficientes para emprestar dinheiro aos afiliados e adiantar cotas de televisão aos amigos, numa transação financeira das mais atraentes para quem não tem dinheiro, precisa contratar novos jogadores e manter a folha de pagamento em dia.
Como o pasto é bom, o gado engorda.
Por conta disso, a CBF instituiu Kléber Leite como seu candidato para tentar derrotar Koff nas últimas eleições, mas Koff ganhou, contando com a ajuda de clubes como o São Paulo (desafeto da CBF há uma longa data) e o Flamengo (por causa da rivalidade existente entre a recém-eleita presidente Patrícia Amorim e o candidato da CBF).
Como represália ao São Paulo, no dia seguinte Ricardo Teixeira anunciou que o Morumbi estava fora da Copa e começou a articular um processo político com os órgãos competentes, incluindo o governo, para fazer a abertura no estádio do Corinthians, seu mais recente e forte aliado, apesar de o estádio até hoje não ter saído do papel!
Continuando o seu projeto maquiavélico, Teixeira reconheceu os títulos que Santos, Palmeiras e Fluminense haviam conquistado num passado remoto, concedendo a eles o status de campeões brasileiros, mas continuou ignorando o título do Flamengo de 1987.
O próximo passo para desestabilizar o rubro-negro foi autorizar a Caixa Econômica a entregar a Taça das Bolinhas para o São Paulo, despertando a ira da presidente, que o atacou com paus e pedras.
Então, o golpe de mestre: o Flamengo foi declarado pentacampeão em 1987 e consumou-se mais um enlace visando enfraquecer o Clube dos 13 de vez.
De qualquer forma, a cisão está feita, cuidadosamente dividida em quatro grupos neste momento: o Corinthians abandonou os 13, os quatro do Rio continuam lá mas não reconhecem os 13 como negociadores, alguns estão em cima do muro, pesando as conseqüências, e outros declararam fidelidade a Koff, sabe-se lá até quando.
Enquanto isso, os gatos se engalfinham.
Vaidades, mentiras, armações e desculpas esfarrapadas fazem parte desse jogo sujo que representa os anseios do esporte, mas não têm nada de esportivo.
O caldeirão começou a ferver há alguns meses quando a CBF espichou os olhos para o Clube dos 13, não pela vontade de organizar o futebol dos clubes – coisa que o Clube dos 13 também não faz – mas pela avidez com que prospectou o dinheiro envolvido nos direitos televisivos.
Em 2012 um novo contrato deverá ser firmado, e com o futebol em alta por conta da Copa que se aproxima, as emissoras sabem que os patrocinadores vão pagar alto pela exposição dos seus nomes e que, portanto, o montante a ser arrecadado – com uma parte gorda sendo repassada aos clubes – deverá possivelmente duplicar no próximo triênio.
Para vocês fazerem uma idéia, o atual presidente do Clube dos 13, Fabio Koff, consegue se pagar um salário mensal de 54 mil reais. A entidade tem reservas suficientes para emprestar dinheiro aos afiliados e adiantar cotas de televisão aos amigos, numa transação financeira das mais atraentes para quem não tem dinheiro, precisa contratar novos jogadores e manter a folha de pagamento em dia.
Como o pasto é bom, o gado engorda.
Por conta disso, a CBF instituiu Kléber Leite como seu candidato para tentar derrotar Koff nas últimas eleições, mas Koff ganhou, contando com a ajuda de clubes como o São Paulo (desafeto da CBF há uma longa data) e o Flamengo (por causa da rivalidade existente entre a recém-eleita presidente Patrícia Amorim e o candidato da CBF).
Como represália ao São Paulo, no dia seguinte Ricardo Teixeira anunciou que o Morumbi estava fora da Copa e começou a articular um processo político com os órgãos competentes, incluindo o governo, para fazer a abertura no estádio do Corinthians, seu mais recente e forte aliado, apesar de o estádio até hoje não ter saído do papel!
Continuando o seu projeto maquiavélico, Teixeira reconheceu os títulos que Santos, Palmeiras e Fluminense haviam conquistado num passado remoto, concedendo a eles o status de campeões brasileiros, mas continuou ignorando o título do Flamengo de 1987.
O próximo passo para desestabilizar o rubro-negro foi autorizar a Caixa Econômica a entregar a Taça das Bolinhas para o São Paulo, despertando a ira da presidente, que o atacou com paus e pedras.
Então, o golpe de mestre: o Flamengo foi declarado pentacampeão em 1987 e consumou-se mais um enlace visando enfraquecer o Clube dos 13 de vez.
De qualquer forma, a cisão está feita, cuidadosamente dividida em quatro grupos neste momento: o Corinthians abandonou os 13, os quatro do Rio continuam lá mas não reconhecem os 13 como negociadores, alguns estão em cima do muro, pesando as conseqüências, e outros declararam fidelidade a Koff, sabe-se lá até quando.
Enquanto isso, os gatos se engalfinham.