MIRAGEM
(Augusto Pellegrini)
Segui
uma estrela-guia
Noite afora, noite adentro
Até o raiar do dia
E quando o dia clareou
Ela se mesclou de céu
Noite afora, noite adentro
Até o raiar do dia
E quando o dia clareou
Ela se mesclou de céu
E
o arco-íris distante
Andei até o fim da trilha
E para o meu desencanto
Ao dobrar a última esquina
Ele se mesclou de chão
Andei até o fim da trilha
E para o meu desencanto
Ao dobrar a última esquina
Ele se mesclou de chão
Uma
cigana me disse
Para eu seguir tal caminho
Mas antes que eu percebesse
Que tal caminho era rua
Ele se mesclou de beco
Para eu seguir tal caminho
Mas antes que eu percebesse
Que tal caminho era rua
Ele se mesclou de beco
O
velho sábio falou
Palavras que eu nunca ouvi
E quando em mim despertou
O desejo de segui-lo
Ele se mesclou de vento
Palavras que eu nunca ouvi
E quando em mim despertou
O desejo de segui-lo
Ele se mesclou de vento
O
mar ruge contra as pedras
No vai-e-vem da maré
Mas quando menos espero
Ele ficou calmo e quieto
E se mesclou de laguna
No vai-e-vem da maré
Mas quando menos espero
Ele ficou calmo e quieto
E se mesclou de laguna
Vejo
teu sorriso franco
No retrato aqui a meu lado
Mas depois de um breve encanto
Por distração ou descuido
Ele se mesclou de nada
No retrato aqui a meu lado
Mas depois de um breve encanto
Por distração ou descuido
Ele se mesclou de nada
Então
sigo procurando
Por outras coisas concretas
Elas vêm, mas vão embora
Se mesclando de miragem
Nas minhas horas incertas
Por outras coisas concretas
Elas vêm, mas vão embora
Se mesclando de miragem
Nas minhas horas incertas
Set
2017