INCOERÊNCIA
Quando
acordado finjo estar dormindo
Pois me enclausuro e fico desligado
Faço de conta que não vejo as coisas
Finjo de morto pra não ser notado
Evito
desta forma desconfortos
Que infelizmente esta vida nos traz
Ficando alheio a tudo o que me cerca
Fechando os olhos pra encontrar a paz
Quando
estou sóbrio só cometo asneiras
Tropeço ideias e sou inconveniente
Só quando o vinho esquenta as minhas veias
Eu me transformo em cidadão decente
Quando
eu me irrito, me abro em sorrisos
Mas o desejo cresce lentamente
De por a mão no pescoço do outro
Para apertá-lo como um torniquete
Louco
não sou, apenas transpareço
Viés que me foi dado um dia por direito
Para que eu me defendesse de outros loucos
Sobrevivendo do meu próprio jeito
Janeiro
2011