segunda-feira, 10 de março de 2014


 

A HISTÓRIA E OS PROGNÓSTICOS OTIMISTAS

 

Considerando que ainda temos três meses pela frente e que as equipes participantes da Copa 2014 ainda estão em fase de preparação, parece cedo para especular sobre quem seria a seleção favorita ao título do torneio.
Afinal, a lista definitiva dos atletas que estarão em campo ainda não é sequer conhecida e algumas surpresas poderão acontecer, quer por idiossincrasias dos técnicos quer por problemas inesperados.
Mas existem prognósticos que indicam os favoritos, e o palpite dos analistas recai sobre o Brasil, dono da festa, a Espanha, atual campeã, a Alemanha, a Holanda e a Argentina, e – com possibilidades mais remotas – Itália, Inglaterra, França e Uruguai, que já lograram levantar a taça. De acordo com qualquer cálculo de probabilidades, o resto é resto, inclusive Portugal e os “cabeças de chave” Colômbia, Suíça e Bélgica.
Qualquer pessoa de bom senso não ousaria afirmar quem será o campeão da XX Copa do Mundo, mas muita coisa pode ser discutida se este bom senso for deixado de lado e raciocinarmos apenas com a lógica.
Feitos os cálculos básicos e levando em conta todas as variáveis, não vejo de que forma o Brasil possa perder essa Copa. Vejam que existem fatores irrefutáveis que nos permitem fazer tal afirmação.
O Brasil jogará do jeito que mais gosta, isto é, impulsionado por uma imensa torcida. E a torcida ficará maior e mais forte à medida que os obstáculos forem sendo ultrapassados. Muito embora a maioria dos jogadores atue no exterior, eles se sentirão jogando “em casa”, mesmo aqueles que nunca atuaram pelos clubes de massa, por aqui. A Copa das Confederações, disputada no ano passado, já nos deu a dimensão de “como o ‘fator torcida’ atua no desequilíbrio emocional dos adversários”, uma bela tese para monografia.
Além do mais, com exceção do México e dos países africanos – e talvez um ou outro sul-americano – jogaremos com o clima a nosso favor.
Nossos maiores rivais europeus vão abrir o bico na metade do segundo tempo por causa do calor, do horário dos jogos e do deslocamento continental a que não estão habituados.
Algumas partidas penalizarão países como Holanda, Itália, Bélgica, Suíça, Alemanha e Portugal, pois serão realizados às 13 horas em lugares tradicionalmente muito quentes como Recife, Brasília, Salvador, Belo Horizonte e até Porto Alegre. As Copas realizadas no México e nos Estados Unidos são eloquentes exemplos de como o preparo físico pode faltar na reta final do torneio para aqueles países não acostumados com um clima muito quente ou a jogar sob um sol de meio-dia.
Como se não bastasse, o Brasil sempre foi uma equipe difícil de ser batida e possui um futebol respeitado internacionalmente – por 11 vezes terminou a Copa entre os quatro primeiros colocados, com 5 títulos e 2 vice-campeonatos.
Além do mais, na história das Copas, o país anfitrião foi 7 vezes campeão e 2 vezes vice, e o teriam sido mais vezes se alguns dos anfitriões possuíssem algum cacife para levantar o caneco, caso da Suíça (1954), do Chile (1962), do México (1970 e 1986), dos Estados Unidos (1994), da Coréia do Sul e do Japão (2002) e da África do Sul (2010), todos anfitriões, mas sem pedigree.
Finalmente, a arbitragem nas Copas tende a ser bastante caseira, como ficou claramente evidenciado nas Copas de 1962 (Chile), 1966 (Inglaterra), 1978 (Argentina) e 2002 (Coréia do Sul) e a história tem registrado pouquíssimos erros contra o Brasil. Ao contrário, o Brasil pode até agradecer alguns sérios tropeços de arbitragem a seu favor como nas partidas contra a Espanha em 1962 e a Bélgica em 2002, exatamente em duas Copas em que o esquadrão canarinho levantou o título. 
Resta então só espantar o fantasma de 1950 e esperar pelo melhor.