CRIME E CASTIGO
A sociedade brasileira está enfrentando no momento uma grande crise de comportamento, possivelmente a maior da sua história.
Leis existem, até em abundância, mas as "contra-leis" (recursos, manobras, justificativas, imunidades) são ainda mais abundantes e acabam por tornar inócuas as tentativas de que as leis sejam cumpridas na sua essência.
É o providencial "jeitinho brasileiro" mostrando toda a sua força.
Estamos falando da sociedade como um todo, incluindo problemas que rolam e se desenrolam nas áreas da política, da administração, das finanças e do (des)governo.
Em todas as situações existem dois motivos básicos para que muitos crimes estejam ocorrendo e se multiplicando, lesando os cofres públicos em bilhões de reais e a sociedade: a impunidade e o protelamento da condenação e do cumprimento da pena.
Li hoje no jornal que em São Luís um réu foi sentenciado a 29 anos de prisão por um assassinato cometido em 1990, ou seja 27 anos depois, o que foge das peripécias do "Crime e Castigo" de Dostoiévski e vai para o patamar do absurdo do teatro de Ionesco.
A corrupção e o descaso grassam por todos os campos, logo não podiam deixar de fora os campos esportivos propriamente ditos.
Às vezes a interferência é direta e comprovada , como no caso dos arranjos feitos para superfaturar obras da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e de falcatruas apuradas em diferentes Federações, outras são meras ilações que são feitas sobre erros e favorecimentos diversos, que podem ou não ser intencionais e criminosos, embora sejam suspeitos.
Assim como os suspeitos ou criminosos diversos ficam anos ao sabor do vento aguardando sentenças que não vêm ou gozando de liberdade através de "habeas-corpus" convenientes - muitos deles gastando a fortuna amealhada fora da lei, gozando de uma liberdade indevida, se beneficiando de prisão domiciliar e tendo milhões para contratar uma verdadeira legião de advogados - as pequenas ilegalidades do esporte são tratadas com leniência e descaso.
Há que existir uma lei mais severa para crimes comprovadamente cometidos a fim de prevenir, impedir e frustrar que eles sejam perpetrados com a maior tranquilidade, sob os olhos vendados da Justiça.
No esporte, a arbitragem brasileira se mostra uma das mais falhas do mundo - com certeza a mais falha entre os países que praticam um futebol de primeiro mundo - e os responsáveis continuam passando a mão na cabeça de Suas Senhorias como um pai que repreende um filho por um deslize de menor gravidade.
Já que não podemos atacar com nossa lança quixotesca todo um "establishment" legal organizado, vamos pelo menos ser menos tolerantes com as constantes falhas de arbitragem que deslustram um torneio, comprometem a sua credibilidade e jogam na vala comum todo um trabalho executado pelos clubes e seus profissionais.
A CBF tem que convocar urgentemente a sua assembléia constituinte e endurecer as regras que medem a conduta da arbitragem. Temos visto ultimamente erros grosseiros que são ignorados por toda uma equipe de cinco responsáveis - o árbitro geral, dois árbitros assistentes, conhecidos como "bandeirinhas", dois árbitros de linha de fundo que ninguém sabe para que servem e um chamado "quarto arbitro" que se posta do lado de fora, no centro do gramado.
É incrível como nenhum deles vê irregularidades que acontecem a poucos metros de distância dos seus narizes e não se intercomunicam apesar de estar de posse de aparelhos intercomunicadores.
A saída para este descaso com os clubes, com os jogadores e com o público é simplesmente aplicar suspensões automáticas sempre que ficar provado que o erro foi grotesco e inexplicável pelo posicionamento e pela visão dos árbitros em questão. Esta suspensões poderiam variar de um mês até um ano, com a perda do escudo Fifa e a obrigatoriedade de o árbitro se reciclar numa das divisões inferiores ou dentro de uma sala de aula em uma escola de arbitragem. Sem prejuízo de eventual multa.
Acredito que com esse castigo, o crime seria minimizado e a gente teria arbitragens de melhor nível.
Leis existem, até em abundância, mas as "contra-leis" (recursos, manobras, justificativas, imunidades) são ainda mais abundantes e acabam por tornar inócuas as tentativas de que as leis sejam cumpridas na sua essência.
É o providencial "jeitinho brasileiro" mostrando toda a sua força.
Estamos falando da sociedade como um todo, incluindo problemas que rolam e se desenrolam nas áreas da política, da administração, das finanças e do (des)governo.
Em todas as situações existem dois motivos básicos para que muitos crimes estejam ocorrendo e se multiplicando, lesando os cofres públicos em bilhões de reais e a sociedade: a impunidade e o protelamento da condenação e do cumprimento da pena.
Li hoje no jornal que em São Luís um réu foi sentenciado a 29 anos de prisão por um assassinato cometido em 1990, ou seja 27 anos depois, o que foge das peripécias do "Crime e Castigo" de Dostoiévski e vai para o patamar do absurdo do teatro de Ionesco.
A corrupção e o descaso grassam por todos os campos, logo não podiam deixar de fora os campos esportivos propriamente ditos.
Às vezes a interferência é direta e comprovada , como no caso dos arranjos feitos para superfaturar obras da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos e de falcatruas apuradas em diferentes Federações, outras são meras ilações que são feitas sobre erros e favorecimentos diversos, que podem ou não ser intencionais e criminosos, embora sejam suspeitos.
Assim como os suspeitos ou criminosos diversos ficam anos ao sabor do vento aguardando sentenças que não vêm ou gozando de liberdade através de "habeas-corpus" convenientes - muitos deles gastando a fortuna amealhada fora da lei, gozando de uma liberdade indevida, se beneficiando de prisão domiciliar e tendo milhões para contratar uma verdadeira legião de advogados - as pequenas ilegalidades do esporte são tratadas com leniência e descaso.
Há que existir uma lei mais severa para crimes comprovadamente cometidos a fim de prevenir, impedir e frustrar que eles sejam perpetrados com a maior tranquilidade, sob os olhos vendados da Justiça.
No esporte, a arbitragem brasileira se mostra uma das mais falhas do mundo - com certeza a mais falha entre os países que praticam um futebol de primeiro mundo - e os responsáveis continuam passando a mão na cabeça de Suas Senhorias como um pai que repreende um filho por um deslize de menor gravidade.
Já que não podemos atacar com nossa lança quixotesca todo um "establishment" legal organizado, vamos pelo menos ser menos tolerantes com as constantes falhas de arbitragem que deslustram um torneio, comprometem a sua credibilidade e jogam na vala comum todo um trabalho executado pelos clubes e seus profissionais.
A CBF tem que convocar urgentemente a sua assembléia constituinte e endurecer as regras que medem a conduta da arbitragem. Temos visto ultimamente erros grosseiros que são ignorados por toda uma equipe de cinco responsáveis - o árbitro geral, dois árbitros assistentes, conhecidos como "bandeirinhas", dois árbitros de linha de fundo que ninguém sabe para que servem e um chamado "quarto arbitro" que se posta do lado de fora, no centro do gramado.
É incrível como nenhum deles vê irregularidades que acontecem a poucos metros de distância dos seus narizes e não se intercomunicam apesar de estar de posse de aparelhos intercomunicadores.
A saída para este descaso com os clubes, com os jogadores e com o público é simplesmente aplicar suspensões automáticas sempre que ficar provado que o erro foi grotesco e inexplicável pelo posicionamento e pela visão dos árbitros em questão. Esta suspensões poderiam variar de um mês até um ano, com a perda do escudo Fifa e a obrigatoriedade de o árbitro se reciclar numa das divisões inferiores ou dentro de uma sala de aula em uma escola de arbitragem. Sem prejuízo de eventual multa.
Acredito que com esse castigo, o crime seria minimizado e a gente teria arbitragens de melhor nível.