sábado, 20 de março de 2021

 


CANTO E DESENCANTO

(Augusto Pellegrini)

Se eu escuto é porque falam
Tenho que dizer que ouvi
Se eu vejo é porque fazem
Tenho que dizer que vi
Se esta voz não é só minha
Mas de muita gente aqui
Tenho que dizer no canto
Todo o grande desencanto

1968

 


O TIO E A TIA
(Augusto Pellegrini)

          O tio e a tia se preparam para visitar a velha doente que, dizem, está muito mal e precisa de injeções e cataplasmas.
          A tia é assim mesmo, caridosa e sempre requisitada quando se trata de cuidar dos outros.  
          Durante o dia não é raro aparecerem pessoas com problemas pedindo um benzimento, um chá ou até aconselhamento médico – isto eu vejo há mais de um mês, desde quando cheguei para passar as férias neste interior cheio de natureza, sem luz elétrica, com água de poço, galinheiro, árvores frutíferas e o cachorro Zezinho.
          A tia e o tio moram sozinhos com o Zezinho, que gosta muito de mim, e meia dúzia de galinhas, que me detestam.
          Agora é noite, não sei bem o adiantado da hora, mas faz tempo que escureceu e o tio e a tia se preparam para sair.
          O jantar já foi servido e comido, a louça já foi lavada, e o tio foi fumar na porta da cozinha enquanto eu me entretinha com algumas pedras de dominó tentando construir um castelo.  
          A noite está abafada, pode chover a qualquer momento, mas eles têm que sair pra fazer caridade e pedem para eu ficar em casa – “pode pegar um resfriado, menino, a gente não vai demorar, a casa da dona Hermília fica bem ali depois do campo, logo logo a gente está de volta” – e eu percebo que eles pretendem me deixar sozinho com os meus fantasmas e com os fantasmas dos outros que estão espalhados pela casa.
          O lampião de querosene bruxuleia a sua chama e faz mover sombras sinistras projetadas pelos cantos dos móveis enquanto o avô no porta-retratos parece olhar fixamente para mim cada vez que o tio passa em frente dele com a lanterna de carbureto que vai usar para atravessar o campo. É uma lanterna mais segura no caso de chuva, pois o avô a usava para caçar rãs e ela nunca se apagou apesar da área chafurdada e do vento úmido da várzea.
          O tio veste um casaco preto e se afasta em direção à porta, fazendo com que sua imagem refletida no espelho do fundo da cristaleira se transporte parede adentro.
          Como um sapo, salto do colchão que foi acomodado no chão da sala à guisa de cama e me ponho a calçar as botinas - “eu também vou, não vou ficar aqui sozinho”.
          Tenho um calafrio só em pensar que eles poderiam ter saído depois que eu estivesse dormindo, e um calafrio ainda maior ao lembrar o armário de madeira estalando na cozinha, como se alguém estivesse a lhe abrir as portas. E também aquela lufada de vento soando como uma voz pedindo ajuda.
          “Então você vai e volta andando, é muito pesado para eu lhe carregar no colo se você dormir” - diz o tio com um ar aborrecido, como se eu fosse um peso morto a atrapalhar as suas andanças noturnas.
          E lá saímos em direção ao campo, caminhando em fila indiana, o tio na frente com a lanterna, eu no meio e a tia atrás, a me proteger.
          O céu estava escuro – acho que vai mesmo chover – o vento bate forte e a gente caminha resoluto em direção à casa da velha. O silêncio do campo é cortado pelo som de aves que guincham e batem asas - devem ser as tais corujas agourentas.
                                                           -0-0-0-
          Dever cumprido, injeções, conselhos, curativos e agradecimentos, eis-nos de volta.
          No meio do campo, afastado da trilha por onde caminhamos, vê-se na distância uma pessoa vestida de branco. Na caminhada, nos aproximamos e percebemos que é um homem, parece um soldado e chega a brilhar na escuridão da noite. Está imóvel, como uma sentinela, e não responde ao cumprimento do tio – “boa noite!” – que, nervoso com a mudez do outro, acende mais um cigarro e segue em frente, resmungando.
          Olho para trás uma, duas vezes, e o homem ainda está lá, impávido. Na terceira olhada não o vejo mais, ninguém o vê mais, sumiu como um inseto noturno se escondendo no capim crescido, sumiu como se tivesse sido tragado pelo mato do campo. Já estávamos distantes do local da imagem, mas mesmo assim prudentemente estugamos o passo.
          Sem maiores aventuras chegamos enfim em casa, nos desfizemos dos apetrechos de viagem e entre um comentário e outro e uma caneca de leite quente o tio e a tia finalmente me convencem a dormir.
          O sono custa a chegar, mas quando chega é como uma cortina escura que me protege do mundo, dos temores e do cansaço da caminhada noturna.
                                                            -0-0-0-
          Manhã seguinte, sol a pleno e som de batida de palmas no portão, junto à cerca de madeira ornamentada por flores silvestres. Zezinho latindo, alvoroçado.
          É a vizinha, comentando a plenos pulmões: “Dona Irene, a senhora já soube? Mataram um soldado ontem à noite, no campo. Uma facada no coração!”

 

 

 

 

sexta-feira, 19 de março de 2021

 


SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 13/04/2018
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106.9 Mhz
São Luís-MA

ART FARMER

Com quase sessenta anos de carreira, Art Farmer esteve presente na música de jazz desde os primórdios do bebop, e a partir daí percorreu diversos estilos, como o hard-bop, o cool-jazz, o post-bop e o jazz-funk. Farmer tocava trompete e fluegelhorn, além do flumpet, um misto destes dois instrumentos que foi desenhado especialmente para ele. Como muitos outros instrumentistas de sopro, ele começou na música tocando piano, mas ainda adolescente começou a tocar corneta e decidiu-se por este tipo de instrumento. Na sua longa carreira esteve ao lado de músicos como Quincy Jones, Clifford Brown, Benny Carter, Horace Silver e Gerry Mulligan, entre outros. Neste álbum, gravado em 1967, ele conta com a participação de Jimmy Heath (sax-tenor), Cedar Walton (piano), Walter Brooker (baixo) e Mickey Rocker (bateria). O grupo interpreta alguns clássicos como "Song for my father", "'Round Midnight", "Moanin'", "I remember Clifford" e "Take Five".

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

                                                                                                                                    

 

 

 

 

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


ENRIC MADRIGUERA (1904-1975) 

Nome completo - Enric Madriguera Rodon

Nascimento - Barcelona-Espanha

Falecimento - Danbury-Connecticut-EUA

Instrumento - violino

 

Comentário - Apesar de não utilizar na sua música exatamente a mesma estética do swing –  fato semelhante a outros expoentes da música latina jazzificada, como Xavier Cugat, Pérez Prado e Tito Puentes – o nome de Enric Madriguera é citado neste rol de orquestras por ter uma estreita relação com aquelas que faziam a alegria e diversão dos aficionados pelas grandes orquestras de dança nos Estados Unidos, o que não deixa de ser uma das marcas do swing. Ainda criança, Enric provou ser um prodígio tocando violino, e chegou a tocar em concertos na Espanha e na França antes de estudar música com Leopold Auer no Conservatório de Barcelona. Emigrou para os Estados Unidos e ingressou nas Orquestras Sinfônicas de Boston e de Chicago. Aos vinte e cinco anos foi regente da Filarmônica de Cuba e depois se transferiu para a Rádio NBC, em Nova York, como primeiro violino. Foi somente quando visitou a Colômbia na qualidade de diretor da Columbia Records que Madriguera teve sua atenção voltada para a dance big band, e montou a sua primeira orquestra para tocar no Havana Casino. Ele voltou a Nova York e tocou por oito anos nos hotéis Commodore, Biltmore e Weylin tendo como vocalista a cantora Helen Ward e depois Patricia Gilmore, com quem se casou. A partir de 1940, Enric Madriguera adotou de vez o estilo latino-americano, fazendo diversas gravações para a RCA e para o selo Brunswick, sendo denominado “O Embaixador Musical das Américas”.  Suas composições incluem os títulos de um musical de teatro chamado “The Moor And The Gipsy”, um espetáculo de balé denominado “Follies Of Spain” e algumas músicas que alcançaram sucesso mundial, como “Adiós” e “The Minute Samba” (uma espécie de “Tico-Tico No Fubá” estilizado). Madriguera se manteve em atividade durante cerca de quarenta anos, de 1920 a 1960.

 

Algumas gravações 

Adiós (Enric Madriguera)

Amor, Amor, Amor (Gabriel Ruiz Galindo)

Bim Bam Bum (Noro Morales)

Brazil (Aquarela do Brasil) (Ary Barroso)

Capullito De Aleli (Rafael Hernández Marín)

Carioca (Vincent Youmans, Gus Khan, Edward Eliscu)

El Cumbanchero (Rafael Hernández Marín)

I Love You (Cole Porter)

It’s Within Your Power (Mack Gordon-Harry Revel)

Jungle Rumba (Ernesto Lecuona)

Orchids In The Moonlight (Vincent Youmans)

Perfidia (Alberto Dominguez)

Siboney (Ernesto Lecuona)

The Minute Samba (Enric Madriguera)

There Goes My Heart (Benny Davis-Abner Silver)

True (Walter Samuels-Leonard Whitcup)

Un Poquito De Tu Amor (Julio Gutierrez)

 

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(Copyright Cambridge) 

(ver tradução após o texto)

 

SUPER -EARTH 

SUPER-EARTH is a planet outside our solar system that is similar to Earth but larger, and could be habitable by humans. In the last 30 years, scientists have discovered more than 4,000 exoplanets, or planets outside our system. Their latest discovery, however, is a bit of doozy. Earlier this week, a team of researchers announced the discovery of TOI-561b, a rocky exoplanet that’s been deemed a “super-Earth”. It is located about 280 light-years away. (published 14 January, 2021)    

 

            “The way things are going we’ll surely need to have a SUPER-EARTH to live in.”  

 

            “This SUPER-EARTH can be almost double Earth’s radius and up to 10 times massive.”   

 

            “Forget about this SUPER-EARTH that was discovered. To travel there in the fastest rockets will take thousands of years.”

                                 

                                   

 

TRADUÇÃO

 

SUPER-TERRA

SUPER-TERRA é um planeta fora do nosso sistema solar que é similar à Terra, embora maior, e poderia ser habitado por humanos. Durante os últimos 30 anos, cientistas descobriram mais de 4.000 exoplanetas (planetas localizados fora do nosso sistema). Sua última descoberta, no entanto, é um tanto quanto especial. No início desta semana, uma equipe de pesquisadores anunciou a descoberta do TOI-561b, um exoplaneta rochoso que foi considerado uma “super-Terra”. Ele está localizado a cerca de 280 anos-luz do nosso planeta (notícia publicada em 14 de janeiro de 2021).  

“Do jeito que as coisas estão indo, nós com certeza vamos precisar de uma SUPER-TERRA para morar”.

“Esta SUPER-TERRA pode ter quase o dobro do raio da Terra, com uma massa 10 vezes maior”.  

“Esqueça essa SUPER-TERRA que foi descoberta. Para viajar até lá, o mais rápido dos foguetes levaria milhares de anos”.

 

 

 

quarta-feira, 17 de março de 2021

 


AS CORES DO SWING
          (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


ENOCH LIGHT (1905-1978)

Nome completo – Enoch Henry Light

Nascimento – Canton-Ohio-EUA

Falecimento – Redding-Connecticut-EUA

Instrumento – piano e violino

 

Comentário – Enoch Light foi um bandleader muito popular nas décadas de 1940 e 1950. No entanto, mais do que um chefe de orquestra, ele deve ser celebrado como um grande inovador em termos de fonografia, principalmente pelos seus experimentos na gravação de sons estereofônicos e de registros de música em filmes de 35 milímetros, ao invés da tradicional fita magnética usada na época. Para exercitar as suas idéias, Light precisou fundar a sua própria gravadora (chamada Command) aproveitando-se da tecnologia emergente da alta-fidelidade. A procura deste “som diferente” originou dois álbuns antológicos – “Persuasive Percussion” e “Provocative Percussion” – nos quais, com a sua Light Brigade – nome que ele dava aos seus músicos e que soava como um trocadilho – Light explorava admiravelmente os efeitos sonoros de cada instrumento e os separava em alto-falantes diferentes. Ele também introduziu a ideia colocar uma capa interna nos discos “long-play” (tipo envelope) com informações adicionais que não cabiam na capa externa, como letras de música, biografia do músico ou curiosidades sobre a gravação (prática que se tornou corriqueira dali pra frente). Enoch Light também se popularizou pelas gravações de alguns LPs com músicas que haviam marcado época com as orquestras de swing mais tradicionais, nas quais manteve a mesma sonoridade, os mesmos timbres, os mesmos arranjos e o mesmo clima. Ouvir a orquestra de Enoch Light era como ouvir as orquestras originais. São marcantes e perfeitas as suas leituras de “Trumpet Blues”, “Song Of India”, “Woodchopper’s Ball”, “What Is This Thing Called Love?”, “Let’s Dance”, “Chattanooga Choo Choo” (respectivamente leituras das orquestras de Harry James, Tommy Dorsey, Woody Herman, Artie Shaw, Benny Goodman e Glenn Miller) assim como para outras músicas com o som e os arranjos originais das orquestras de Stan Kenton, Ted Heath, Charlie Barnet, Duke Ellington e Billy May. Mas Enoch Light também gravou músicas com características próprias, dentro de um universo bem diversificado, que inclue arranjos sinfônicos para uma coletânea dos Beatles, músicas de bossa nova e evidentemente o puro swing americano. Em 1965, a gravadora MCA comprou os ativos da Command, mas Enoch Light se manteve em atividade até seu falecimento em 1978.

 

Algumas gravações 

Bond Street (Burt Bacharach)

Cherokee (Ray Noble)

Cherry Pink And Apple Blossom White (Pérez Prado)

Ciribiribin (They’re So In Love) (Harry James-Jack Lawrence-Alberto Pestalozza)

Goodnight, Sweetheart, Goodnight (Ray Noble-Reginald Connelly-Jimmy Campbell)

Hernando’s Hideaway (Jerry Ross-Richard Adler)

Love For Sale (Cole Porter)

Lullaby Of Birdland (George Shearing)

Mad About The Boy (Noël Coward)

Moon River (Henry Mancini-Johnny Mercer)

My Heart Belongs To Daddy (Cole Porter)

‘S Wonderful (George Gershwin-Ira Gershwin)

Speak Low (Kurt Weill-Ogden Nash)

South Rampart Street Parade (Bob Crosby-Ray Bauduc-Bob Haggart)

Temptation (Nacio Herb Brown-Arthur Freed)

Tonight (Leonard Bernstein-Stephen Sondheim)

 

terça-feira, 16 de março de 2021

 


LÁGRIMAS 

(Samba de Augusto Pellegrini) 1975

 

Lágrimas

É o céu que manifesta triste a sua dor

O asfalto brilha ao som da escola que passou

Virou saudade e esquecimento

Carnaval

Se transformou em cinzas mortas pelo chão

Ficou nas derradeiras notas de um refrão

Deixou a tristeza deste meu lamento

 

O negócio é que ela viveu pra sambar

Mas morreu de manhã, quando foi trabalhar

O negócio é que ela viveu pra sambar

Mas morreu de manhã quando foi trabalhar

 

Ilusão

Foi fantasia que vestiu seu coração

Foi a alegria de sambar com devoção

Pra conseguir o grande momento

Tanta dor

Foi preço caro que a vitória nos cobrou

Na quarta-feira, quando o dia despertou

Ela se foi, ficou só desalento

 

O negócio é que ela viveu pra sambar

Mas morreu de manhã, no fim do carnaval

O negócio é que ela viveu pra sambar

Mas morreu de manhã no fim do carnaval

 

 

segunda-feira, 15 de março de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini) 

BAMDLEADERS E DISCOGRAFIA


Elliot Lawrence (1925-       ) 

Nome completo – Elliott Lawrence Broza

Nascimento – Philadelphia-Pennsylvania-EUA

Instrumento – piano

 

Comentário – Se Elliot Lawrence tivesse nascido dez anos antes, ele teria feito parte do time dos maiores bandleaders da história do swing, pois o seu feeling e o seu faro jazzista em nada deixavam a desejar se comparado aos grandes do início do século. Elliot era possuidor de um talento precoce, e começou seus estudos de piano aos três anos de idade. Aos quatro, dirigiu uma orquestra de crianças em um show de palco, e aos seis escreveu a sua primeira composição, “Falling Down Stairs”. Ainda adolescente, ele venceu diversos concursos estaduais para pianistas, e mais tarde graduou-se em música pela Universidade da Pennsylvania. Elliot Lawrence já era um músico veterano aos vinte anos de idade, quando dirigiu a sua primeira orquestra de jazz dançante, excursionando durante algumas temporadas por todo o país; o problema é que em 1945 as big bands de swing já haviam perdido aquele apelo dos últimos quinze anos e as novas orquestras que surgiam obedeciam a um novo direcionamento estético. Por conta disso, ele acabou se refugiando nas gravadoras, e marcou a sua presença primordialmente como regente de orquestra de estúdio, tendo gravado em pouco tempo para a Columbia, para a Decca, e para outros selos menores, como a Fantasy, a Vik e a Sesac, utilizando-se durante algum tempo dos arranjos inteligentes de Gerry Mulligan. A partir de 1960, ele deixou de trabalhar com o jazz e direcionou a sua arte para o teatro, a televisão e o cinema, para quem produziu arranjos e composições, e atuou também como regente. Dirigiu alguns musicais de sucesso na Broadway, como “How To Succeed In Business Without Really Trying” e “Golden Boy”. Em 1961 e 1962 ele foi premiado com o Tony Awards, prêmio dedicado àqueles que se destacaram com excelência na área de teatro. A maior parte do seu trabalho como jazzista de dance band se perdeu com o tempo, e o que se encontra disponível é um estilo de jazz moderno e sofisticado que alguns críticos denominam, talvez com uma certa ironia,  de “hard-to-find music”. Aos noventa e seis anos, Elliot Lawrence já se aposentou, mas continua dando sua colaboração como diretor musical do Tony Awards Show, após quase sessenta voltados à música.

 

Algumas gravações 

Alone Together (Howard Dietz-Arthur Schwartz)

Alto Lament (Elliot Lawrence)

Apple Core (Gerry Mulligan)

Blues Alley (Al Cohn)

But Not For Me (George Gershwin-Ira Gershwin)

Bweebida Bwobbida (Gerry Mulligan)

Bye-Bye Blackbird (Ray Henderson-Mort Dixon)

Dancing The Shadow Waltz (Elliot Lawrence)

Elevation (Elliot Lawrence-Gerry Mulligan)

Gigolette (Mack David-Carl Sigman)

How Dear My Love? (Elliot Lawrence)

Jazz Lullaby (Al Cohn)

Lovin’ Machine (O.O.Merritt-Dave Lambert-Lois Mann)

Mr. President (Elliot Lawrence-Gerry Mulligan)

My Heart Stood Still (Richard Rodgers-Lorenz Hart)

Near you (Francis Craig-Kermitt Goell)

Reminiscing (Elliot Lawrence)

The Blue Room (Richard Rodgers-Lorenz Hart)