sexta-feira, 1 de junho de 2018





 LÁGRIMAS

(Augusto Pellegrini)

Lágrimas
É o céu que manifesta triste a sua dor
O asfalto brilha ao som da escola que passou
Virou saudade e esquecimento
Carnaval
Se transformou em cinzas mortas pelo chão
Ficou nas derradeiras notas de um refrão
Deixou a tristeza deste meu lamento

O negócio é que ela viveu pra sambar
Mas morreu de manhã, quando foi trabalhar
O negócio é que ela viveu pra sambar
Mas morreu de manhã quando foi trabalhar

Ilusão
Foi fantasia que vestiu seu coração
Foi a alegria de sambar com devoção
Pra conseguir o grande momento
Tanta dor
Foi preço caro que a vitória nos cobrou
Na quarta-feira, quando o dia despertou
Ela se foi, ficou só desalento

O negócio é que ela viveu pra sambar
Mas morreu de manhã, no fim do carnaval
O negócio é que ela viveu pra sambar
Mas morreu de manhã no fim do carnaval

1975


quarta-feira, 30 de maio de 2018







SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 24/03/2017
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

FLUTE TALK - SAM MOST WITH JOE FARRELL  

A flauta é um instrumento que se destacou no jazz apenas a partir da década de 1950. No tempo das grandes orquestras ela às vezes esteve presente - caso das big bands de Benny Carter e Count Basie -  mas poucas vezes teve um papel protagonista no universo jazzista, o que é estranho, considerando toda a gama de possibilidades que o seu som pode oferecer em termos de sonoridade, escalas e arpejos. Esta noite o ouvinte do Sexta Jazz vai ter a oportunidade de ouvir dois dos maiores expoentes do instrumento numa audição jazzística de tirar o fôlego: Sam Most e Joe Farrell. O álbum se chama "Flute Talk" (Conversa de Flautas) e jaz jus ao título, com interpretações que vão do bebop ao barroco, alternando momentos líricos com outros de muita vibração, tudo feito dentro de uma técnica insuspeita. No repertório, "Kim" (de Charlie Parker), "When You Wish Upon a Star" (de Ned Washington-Leigh Harline) e "Hot House" (Tadd Dameron).  
  
Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini
                                                                                                                                    



terça-feira, 29 de maio de 2018







Ecos dos tempos de escola de samba

QUEM VEM DE LÁ?

(Augusto Pellegrini)

Tem gente na porta
Que quer entrar
Se é de bem, fique à vontade
Se é de mal, fique por lá
Tem gente na porta
Que quer entrar
Se é de bem, fique à vontade
Se é de mal, fique por lá

Eu conheci um sujeito
Numa roda de sambista
Por maldade ou preconceito
Criticou nosso passista
Disse “é feio e tão sem jeito”
“Samba, mas não entende nada”
E ficou desaforando
Até o fim da madrugada
Quem vem de lá?

Tem gente na porta
Que quer entrar
Se é de bem, fique à vontade
Se é de mal, fique por lá
Tem gente na porta
Que quer entrar
Se é de bem, fique à vontade
Se é de mal, fique por lá

Conheci um inimigo
Lobo em pele de cordeiro
Quis levar um samba comigo
Foi bater no meu terreiro
Foi tratado como amigo
Teve tudo o que queria
Mas no final do batuque
Seqüestrou minha Maria
Quem vem de lá?

1974