quinta-feira, 17 de abril de 2014






COPA 2014 – A ESPANHA VAI DEFENDER O TÍTULO

 

As seleções da Espanha, Holanda, Chile e Austrália, pela ordem do sorteio, fazem parte do Grupo B da Copa. Com jogos em São Paulo, Salvador, Cuiabá, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Curitiba.
A Espanha, atual campeã do mundo, surge como a favorita natural a ficar com uma das vagas e seguir adiante. Os espanhóis também são com certeza um dos favoritos ao título.
Sua campanha atual é irretocável: foi campeã da Eurocopa, primeira colocada no seu grupo nas Eliminatórias e vice-campeã da Copa das Confederações após manter uma invencibilidade de 29 jogos.
Desde 2012, num total de 20 jogos disputados (entre eles um único amistoso, no qual venceu a Itália) a Espanha colecionou 14 vitórias, 5 empates e apenas uma derrota, os 3x0 para o Brasil na final da Copa das Confederações.
O elenco espanhol é um dos melhores da atualidade, com diversos jogadores atuando no Barcelona, no Real Madrid, no Chelsea, no Arsenal, no Bayern e em outros grandes da Europa. Fica difícil destacar alguns, entre tantos craques, mas vale mencionar o goleiro Iker Casillas e o volante Xabi Alonso (Real Madrid), os atacantes David Silva e Jesús Navas (Manchester City), o artilheiro brasileiro naturalizado Diego Costa (Atletico de Madrid), Cesc Fabregas (Barcelona) e os maestros Xavi Hernández e Andrés Iniesta, também do Barcelona, que são o termômetro da equipe. Com eles inspirados, a Fúria poderá ir longe na Copa.
Na história das Copas, no entanto, a Espanha não tem uma participação das mais brilhantes, chegando apenas a um quarto lugar em 1950 e ao título de 2010, isso em 13 torneios disputados.
Na teoria, a Holanda surge como a segunda força.
Vice-campeã mundial em 2010, perdendo o título para a própria Espanha, a seleção teve uma série de tropeços na Eurocopa, sendo desclassificada prematuramente, mas se recuperou em 2013 nas Eliminatórias alcançando 9 vitórias, entre elas um 8x1 contra a Hungria, e apenas um empate. No único amistoso disputado este ano perdeu para a França por 2x0, mas mesmo assim continua se mostrando uma seleção a ser respeitada.
Favorita em 1974, perdeu a final para a Alemanha, e em 1978, já desgastada, perdeu o título para  Argentina. Em 2010 foi outra vez vice, desta vez para a Espanha.
Os principais nomes da Laranja Mecânica são os internacionais Robin Van Persie (Manchester United), Arjen Robben (Bayern), Rafael Van der Vaart (Hamburgo) e Nigel Jong (Milan), além do veterano Wesley Sneijder (Galatassaray). Mas estará desfalcada de Kevin Strootman (Roma), contundido.
Ninguém se surpreenda, porém, se o Chile ficar com uma vaga. Os andinos terão a seu favor o fato de enfrentar a Holanda às 13h00 em São Paulo no terceiro e último jogo da primeira fase, podendo se aproveitar do cansaço do adversário.
Entre os convocados, quatro jogadores atuam no Brasil – Jorge Valdivia (Palmeiras), Charles Aránguiz (Inter), Marco González (Flamengo) e Eugenio Mena (Santos), além de Eduardo Vargas, que já jogou pelo Grêmio. Mas os nomes de destaque são Mairicio Isla e Arturo Vidal (Juventus) e Alexis Sánchez (Barcelona).
A Austrália aparece como mero figurante e se confessa feliz por jogar sem pressão por vitórias. Franco atirador, festejará qualquer resultado que não seja uma tragédia. Tem a maioria dos seus jogadores espalhados pelo mundo, mas não defendem nenhuma equipe de ponta.
Destaque para Josh Kennedy (Nagoya Grampus – Japão), Mark Bresciano (Al Gharafa – Qatar) e o veterano Tim Cahill (New York Red Bulls – EUA).

              

 
 

COPA 2014 – A COLÔMBIA DESPONTA NO GRUPO C

 

O Grupo C da Copa do Mundo terá como participantes a Colômbia, o Grécia, a Costa do Marfim e o Japão.
Visto sob a ótica do retrospecto, este grupo pode ser considerado o mais fraco de todos, pois reúne seleções que nunca chegaram a assustar. Teoricamente existe um certo equilíbrio porque apesar de a Colômbia ser a cabeça de chave, o Japão, último a ser escolhido no sorteio, possui mais tradição tanto na quantidade de Copas disputadas como nos resultados obtidos.  
Mas a imprensa especializada e os comentaristas de diversos países colocam a Colômbia entre as seleções que podem surpreender, pois ela está atualmente em quarto lugar no ranking da Fifa, atrás apenas da Espanha, Alemanha e Portugal, e à frente do Uruguai, Argentina e Brasil.   A equipe possui alguns jogadores de renome que atuam no futebol europeu e disputou com muito brilho as Eliminatórias Sul-Americanas, terminando em segundo lugar a apenas dois pontos da Argentina.
Historicamente, porém, a Colômbia nunca chegou a cumprir um bom papel em Copas do Mundo. Sua melhor participação foi em 1990, quando chegou até as oitavas de final, terminando na 14ª posição. Em 1962, 1994 e 1998 apenas cumpriu tabela, sendo eliminada logo na primeira fase.
No Brasil, a equipe tem condições de seguir em frente, pois jogará contra a Grécia sob o calor de Belo Horizonte à uma da tarde, enfrentando depois a Costa do Marfim em Brasília e o Japão em Cuiabá.
A Colômbia vem credenciada por ter na sua escalação os jogadores Cristian Zapata (Milan), Héctor Quiñones (FC Porto), Juan Camilo Zuñiga (Napoli), Fredy Guarin (Internazionale), Juan Guillermo Cuadrado (Fiorentina), e espera poder contar com Falcao Garcia (Monaco), que se recupera de contusão. Na lista, dois conhecidos dos brasileiros – Edwin Valencia (Fluminense) e Dorlan Pabón (São Paulo).
Sua maior conquista foi a Copa América de 2001, disputada na própria Colômbia.
O Japão é a seleção mais laureada da Ásia. Tetracampeão asiático – 1992, 2000, 2004 e 2011 – conseguiu seu melhor lugar em Copas do Mundo em 2010, quando alcançou as oitavas de final e chegou em 9ª lugar na classificação geral. Foi também 9º em 2002. Em 1998 e 2006, porém, não passou da primeira fase.
O Japão não possui grandes destaques individuais, mas trabalha um futebol bastante disciplinado e com grande noção de conjunto. O meia Keisuke Honda (Milan) e o atacante Shinji Kagawa (Manchester United) poderão fazer a diferença, ao lado de Atsuto Uchida (Shalke 04), Gotoku Sakai (Stuttgart) e Takashi Inui (Eintracht Frankfurt).
A Grécia, campeã da Eurocopa em 2004, disputou apenas duas Copas do Mundo – 1994 e 2010 – chegando em 23º e 25º lugar, respetivamente. É verdade que se classificou com sobras para esta Copa, fazendo 25 pontos ao lado da Bósnia, deixando o terceiro colocado a 12 pontos de diferença, mas seu futebol não anima nem os mais otimistas. 
Seus principais jogadores são o zagueiro Sotirios Kyrgiakos (Sunderland), e os atacantes Theofanis Gekas (Konyaspor – Turquia) e Giorgios Samaras (Celtic).
A Costa do Marfim surge como uma incógnita, o que costuma ser uma marca registrada das seleções africanas. Sua presença na Copa do Mundo se limita a duas passagens opacas – 2006 e 2010 – onde foi eliminada na primeira fase e ficou respectivamente em 17º e 19º lugar.
Os marfinenses estão com dois sérios problemas. O volante Yaya Touré (Manchester City) sofreu uma contusão grave no último domingo num jogo pelo campeonato inglês e está praticamente fora da Copa, e o veterano atacante Didier Drogba (Galatassaray-Turquia) chegará no Brasil se recuperando de uma lesão. Sobra para Kolo Touré (zagueiro do Liverpool), Didier Zokora (volante do Trabzonspor-Turquia) e para o atacante Gervais Yao Kouassi, mais conhecido como Gervinho (Roma).

                                                                                   Augusto Pellegrini

terça-feira, 15 de abril de 2014




EU E A MÚSICA – DIAGONAL

A tranquila cidade de São Paulo oferecia durante os anos 1960 um fantástico circuito de barzinhos que fizeram parte da renovação da música brasileira após o surgimento da bossa-nova.
O mapa do bom gosto era praticamente confinado ao bairro da Consolação – Praça Roosevelt e arredores – onde a noite fervilhava de boa música com Djalma Ferreira, Dick Farney, Ed Lincoln, Sambalanço Trio, Leny Andrade, Araken Peixoto, Geraldo Cunha, Luiz Carlos Paraná, a iniciante Elis Regina e tantos outros.
Vários tipos de pessoas se misturavam na noite sem fim, às vezes curtindo um espetáculo vanguardista no Teatro de Arena ou uma sessão de cinema também vanguardista no Cine Bijou para depois encerrar a noitada no Bar Redondo, reduto de toda a fauna boêmia que se possa imaginar, até que chegasse o alvorecer a pleno sol.
A música corria leve e solta no Farney’s (que depois virou Djalma’s), no Bon Soir, no Stardust ou no Cave.
Mais adiante, na Vila Buarque, também havia o Baiúca (a primeira casa e introduzir este tipo de show), o Ela Cravo e Canela e o João Sebastião Bar.
Em contraponto com a noite da Praça Roosevelt, não muito longe dali, em outra praça, a das Bandeiras, no início da Avenida Nove de Julho, ficava o Claridge (depois Cambridge) Hotel, cujo American bar apresentava o mesmo tipo de música, mas voltado para aqueles que não tinham hábitos noctívagos, pois abria as portas já no início da noite, para um discreto “happy hour” de shows semiacústicos com a presença de astros como Zimbo Trio, Manfredo Fest Trio, Bossa Jazz Trio, Alayde Costa, Claudette Soares, Pedrinho Mattar Trio e Johnny Alf.
Eu tinha o hábito de frequentar o Claridge na medida em que meus bolsos podiam aguentar, e passava algumas horas de encantamento sorvendo algumas cubas-libres e me inebriando com aquela música especial que preenchia o espaço refinado do local.
Mesmo quando não havia algum espetáculo programado, ou nos intervalos das apresentações, o show continuava, pois a casa tocava um west-coast discreto que variava de Chet Baker a Shorty Rogers, ou alguma coisa estilo third stream que tanto podia ser o Modern Jazz Quartet como Dave Brubeck e seu quarteto, tudo para tornar o ambiente realmente acolhedor.
Contrariamente à maioria dos bares e boates, as conversas aconteciam em voz baixa e não se ouviam as irritantes gargalhadas de algum piadista desprovido da capacidade de ouvir e entender música de qualidade. O som da casa era perfeito e, nos shows, realçava os atributos dos músicos e do cantor.
Numa daqueles inícios de noite, lá fui acompanhado pelo meu amigo José Roberto “Pulga” Marques para conferirmos uma apresentação de Johnny Alf, figura carismática do movimento bossa-nova e do seu derivado, o bossa-jazz.
Compositor e cantor pré-bossa, ele não se alinhava exatamente na nova postura dogmática Lyra-Menescal-Gilberto, pois sua bossa-jazz tinha traços definitivos do antigo samba-canção de Dolores Duran e Custódio Mesquita e um piano cujo drive denunciava tada uma formação jazzística. Seu forte não era a nova batida do violão trazida por João Gilberto e compartilhada por Carlos Lyra, Roberto Menescal, Durval Ferreira e outros mais. Seu forte era um piano impregnado de jazz, produzindo um som dissonante que variava entre Lennie Tristano e George Shearing.   
Pulga tinha a seu crédito o fato de ter-me apresentado ao primeiro LP de Johnny Alf, chamado “Rapaz de Bem”, que eu frequentemente ouvia em casa com a atenção e a fascinação que lhe eram merecidas.
Evidentemente, a aquisição de outros discos do cantor foi apenas uma sequência natural, e a presença de Johnny no Claridge naquela noite foi motivo de festa.
No início da noite lá estávamos eu e o Pulga, sorvendo os goles da cuba-libre no copo longo e suado e ouvindo em silêncio, absolutamente concentrados, as músicas que iam se sucedendo – “Ilusão À Tôa” (Johnny Alf), “Fim De Semana Em Eldorado” (Johnny Alf), “Céu E Mar” (Johnny Alf), “Tudo Distante De Mim” (Johnny Alf), “O Que É Amar” (Johnny Alf) e outras preciosidades.
Nossa mesa ficava próxima ao palco.
Enquanto Johnny sorria agradecendo os aplausos depois de mais uma interpretação de tirar o chapéu, eu me enchi de coragem e, sob o olhar curioso do amigo Pulga, pedi, no impulso da empolgação – “Johnny, canta Diagonal!”.
Diagonal” (Maurício Einhorn e Durval Ferreira) é uma música que faz parte do seu segundo LP, gravado em 1965.
Em “Diagonal” Johnny não canta a letra da música, mas faz um notável “scat-singing”, a exemplo do que havia feito em “Tema Sem Palavras” (dos mesmos Mauricio Einhorn e Durval Ferreira) e “Que Vou Dizer Eu?” (Victor Freire e Klécius Caldas) no primeiro LP em 1961.
No caso de “Diagonal”, porém, ele faz um duplo “scat-singing”, pois contracanta com ele próprio.
Não dá pra cantar essa música” – disse Johnny gentilmente – “pois falta uma segunda voz para fazer o contracanto”, ao que eu, que conhecia a música de cor, canto e contracanto, atrevidamente repliquei - “eu posso fazer a segunda voz...”.
Johnny meditou por breves segundos, colocou o microfone que ele tinha junto ao piano mais para o lado, a fim de possibilitar o uso para duas pessoas, e simplesmente me convidou para subir ao palco!
Uma vez atrevido, atrevido e meio.
O baixista e o baterista (não me recordo quem eram) me olharam meio desconfiados, mas a um sinal de Johnny eles começaram a introdução.
Sem titubear, comecei a cantar com o meu ídolo, respondendo a sua primeira frase -  Tara (taturá) parutaratutára (pararaturará)...” - sem me intimidar nem ficar vermelho.
Não me lembro bem como ficou o dueto, mas ao final o público aplaudiu e o amigo Pulga congratulou-se comigo. Os músicos sorriram, e Johnny continuou o show como se tudo tivesse sido ensaiado.
Mesmo tendo privado posteriormente da amizade de Johnny Alf graças a alguns amigos que tínhamos em comum, antes de ele voltar a residir no Rio de Janeiro, o “happy hour” do Claridge se tornou inesquecível, e o breve contato que mantivemos naquela noite apenas comprovou a grandeza de alma de um artista que compensava a complexidade da sua criação musical com a simplicidade da sua condição de ser humano.

 

segunda-feira, 14 de abril de 2014





UM DOMINGO DE DECISÕES

 

O futebol brasileiro viveu ontem mais um dia de gala.
Os grandes centros conheceram os seus campeões regionais, numa comprovação de que os campeonatos estaduais, tão combatidos por muitos, ainda mantêm o seu glamour.
Finalmente o público resolveu ir ao estádio em todas as praças onde houve decisão de título, acrescentando aquela pitada de rivalidade tão necessária para a sobrevivência do futebol.
Independentemente da ausência de alguns clubes chamados grandes não terem chegado até a luta pelo título, as finais abrigaram aqueles que de fato tiveram o seu mérito, depois de uma maratona de jogos às vezes desinteressantes e de pouca afluência de torcedores.
Em Goiás, tudo foi pura emoção. O Atlético Goianiense anotou o seu gol salvador já nos acréscimos, para desespero e desencanto da torcida do Goiás.O Atlético alcançou o seu décimo-terceiro título estadual contra 24 títulos do adversário.
No Paraná a decisão ficou por conta de Londrina e Maringá, que não tomaram conhecimento do Atlético e do Coritiba, os tradicionais papões, nem do Paraná, considerado a terceira força. O título ficou com o Londrina, nos pênaltis. É o quarto da história.
Na Bahia, deu Bahia contra o eterno rival Vitória. O tricolor já havia vencido o primeiro jogo e o empate só fez confirmar a sua melhor fase.  São 45 títulos do Bahia contra 27 do Vitória.
Em Minas, um superclássico de arrebentar corações entre os donos da maior rivalidade do futebol brasileiro. Cruzeiro e Atlético Mineiro, dois clubes embalados pela classificação conseguida para a segunda fase da Copa Libertadores justificaram o atual equilíbrio de forças e emplacaram o segundo 0x0 no mata-mata da decisão. Melhor para o Cruzeiro, que jogava com a vantagem de dois empates por ter tido uma melhor campanha durante o campeonato e acabou ganhando o título de forma invicta. São 39 títulos, contra 42 do Atlético.
No Rio Grande do Sul, outro clássico de tradição, reunindo Internacional e Grêmio, desta vez disputado na cidade de Caxias porque o Inter, mandante do jogo, não pode utilizar seu estádio novinho em folha, cujo entorno ainda parece um canteiro de obras, o que poderia causar problemas com a segurança dos torcedores.
O resultado foi surpreendente, considerando o equilíbrio que geralmente norteia este clássico, e os 4x1 impostos pelo Inter poderá inclusive causar um forte abalo no emocional gremista, que precisa agora dar a volta por cima para encarar a Libertadores.
A história registra 43 títulos do Colorado contra 36 do rival tricolor.
Em São Paulo, outra surpresa: após ficar na frente do Corinthians no seu grupo, vencer o São Paulo e eliminar o Palmeiras nas semifinais, o Ituano se credenciou a uma final histórica contra o Santos, o melhor time do campeonato.
E, mesmo perdendo o jogo por 1x0, acabou ganhando o título na cobrança das penalidades.
O Ituano já havia sido campeão em 2002, mas aquele campeonato não teve a participação dos clubes grandes, que estavam empenhados na disputa do Torneio Rio-São Paulo. Desta vez o título veio pra valer, com uma campanha de qualidade.
No Rio de Janeiro, outra vez o Clássico dos Milhões, entre um Flamengo abatido pela eliminação precoce na Copa Libertadores e um Vasco que vem alternando boas e más exibições. Infelizmente, com outro erro crasso da arbitragem – que eu prefiro chamar de infelicidade – o Vasco foi prejudicado e o título ficou nas mãos do Flamengo, o que veio coroar um campeonato pífio e mal planejado. O resultado de 1x1 teve a clara influência dos árbitros, pois o empate aconteceu de uma forma irregular.
Eis um título para não ser comemorado.