sábado, 19 de agosto de 2017





ESQUEMAS TÁTICOS DO FUTEBOL – PARTE 2
 
A década de 1930 abrigou três Copas do Mundo – 1930, 1934 e 1938 -  e todas as seleções, inclusive a brasileira, adotavam o mesmo sistema proposto pela Inglaterra, ou seja, o 2-3-5, com dois zagueiros, três jogadores no meio do campo e cinco atacantes, o que proporcionou uma média altíssima de gols por jogo (3,9 em 1930, 4,4 em 1934 e 5,5 em 1938).
Fazer muitos gols pode ser o sonho de muito time, mas ninguém gosta de tomar gols, e foi esta a tônica da mudança do sistema para que a defesa fosse reforçada.
Apesar desta tendência, nenhuma alteração significativa aconteceu na Copa de 1950, pois com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 até 1945, o mundo teve que se manter afastado das lúdicas preocupações futebolísticas. Assim, o que aconteceu em 1950 em termos táticos foi apenas uma continuação do que já existia. 
O Brasil adotou este esquema, mantendo cinco atacantes enfiados – Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico.  Já os ingleses se arriscaram no sistema WM, que na prática não passava de uma variação do 2-3-5 transformado num 3-2-2-3.  
Em 1954, tanto Hungria como Alemanha reforçaram o meio-campo utilizando um 3-5-2 onde dois meias tinham liberdade para atacar deixando o time num 3-3-4. O Brasil iniciava um incipiente 4-2-4 que iria se cristalizar quatro anos depois, com a vitoriosa seleção de 1958 (embora durante o jogo, com o recuo de Zagallo, o esquema mudasse para 4-3-3). As médias em 1950 e 1954 se mantiveram altas – respectivamente 4,0 e 5,5 gols por jogo – mas em 1958 caiu para 3,4.    
Não houve mudanças significativas em 1962, mas em 1966, embora o Brasil mantivesse o 4-3-3, a Inglaterra foi campeã com o 4-4-2. O 4-3-3 perdurou até 1982, quando o meio campo ficou mais povoado e o ataque se resumia a um ou no máximo dois jogadores. Durante este período - 1962 a 1982 - a média de gols nas Copas caiu para a casa dos 2,7.
A volta dos três zagueiros em 1986 é atribuída por muitos estudiosos ao futebol proposto pela Dinamarca; outros acham que isso foi criado pelo técnico Carlos Bilardo, que foi campeão com a Argentina. Todos concordam porém que o esquema de três zagueiros foi a volta do WM inglês mais aprimorado. A média de gols continuou baixa devido ao defensivismo, registrando 2,6 em 1986 e 2,2 em 1990 (a pior da história ao lado da Copa de 2010).  
A partir daí, com ligeiras variações passando de 4-5-1, 4-2-3-1, 4-3-2-1 ou 3-4-2-1 as seleções passaram a jogar com apenas um atacante fixo que se tornava um marcador quando o adversário tinha a posse da bola, num inacreditável 4-5-1-0, apostando as fichas num velocista que pudesse recuperar a bola e partir para um contra-ataque ou receber um lançamento nas costas da zaga adversária.
Esta preocupação defensiva manteve o baixo patamar de gols nas Copas de 1994 até 2014, que ficou na média de 2,5. 
Nos últimos dez anos, foi enfatizada a “posse de bola” - nada muito moderno, pois eu me lembro das preleções do técnico e coordenador da S.E. Tupan  Aurino Vieira na época em que eu presidi a agremiação, durante os anos 1990. Aurino dizia da importância de ter a posse da bola, pois “quando a bola está em nosso poder, o adversário não irá chutá-la para o nosso gol”.
Esta teoria está sendo revista no futebol dos últimos anos pois as equipes estão desdenhando da posse de bola, deixando-a em poder do adversário para decidir a partida com uma sólida formação defensiva e um contra-ataque mortal, baseado numa perfeita troca de passes, próxima ao erro “zero”, como tem feito o Corinthians, por exemplo.

(Artigo publicado no jornal O Imparcial de 19/07/2017)
  
         
 

segunda-feira, 14 de agosto de 2017


                 


FAÇA DE CONTA

Faça de conta que tudo
Não passou de intriga
E a briga que existiu
Foi sem querer
Vamos rever o passado
E esquecer nossas vidas
Avaliando a situação
Prometendo não mais
Reviver a dor

Eu não chorei pelo que aconteceu
E nem pelo dissabor que me aborreceu

Vivi
Sempre sentindo a saudade
Fugindo da realidade
Tentando esquecer teus apelos
Senti
Dentro de mim um aperto
Neste momento te peço
De braços abertos espero
Pelo teu regresso

(Letra de um samba feito em parceria de Augusto Pellegrini e Nelson "Zurumba" Gengo em 1978)