sexta-feira, 17 de março de 2017





A LAVA-JATO CHEGA AOS ESTÁDIOS

Durante os últimos dez anos muito se especulou sobre a falta de lisura que teria conduzido a realização dos Jogos Pan-Americanos, da Copa do Mundo e da Olimpíada no Brasil.
Havia uma desconfiança generalizada principalmente no tocante à execução de obras públicas e dos chamados entornos, com custo bancado ou financiado pelos governos e prefeituras.
Sabe-se que o Pan 2007 gerou um déficit superior a R$23 milhões, embora exista a desculpa que não se tratava de verba pública, pois o COB – Comitê Olímpico Brasileiro admitiu ter sido seu o prejuízo. No caso, no entanto, a prefeitura e o governo também têm parte no déficit por causa de malsucedidas parcerias público-privadas que não deram certo.
A Olimpíada custou a bagatela de R$40 bilhões, mas talvez por ter sido tão recente ainda não foi iniciada nenhuma investigação mais profunda sobre o gerenciamento do dinheiro.
A Copa do Mundo, porém, já é objeto de uma investigação que busca saber entre outras coisas como foram efetivamente utilizados os R$8,3 bilhões na construção ou reforma dos estádios, pois afinal o poder público bancou 97% das despesas.
Finalmente está sendo levantado o pano preto que escondia toda a patifaria engendrada por políticos, empresários e dirigentes esportivos para desviar milhões dos cofres públicos usando como pretexto a realização da Copa.
De norte a sul, todos os estádios construídos ou reformados para o torneio estão sob suspeição de escândalo, e aos poucos a caixa preta vai sendo aberta, mostrando detalhes dos artifícios utilizados para o enriquecimento ilícito de centenas de larápios.
Nos últimos tempos, todos os negócios que envolvem obras licitadas pelo poder público ou que tenha a sua participação por meio de aval, consórcio, empréstimo oficial ou interferência do governo em todos os níveis são objeto de desconfiança pública.
A roubalheira atingiu a tal ponto que os ladrões perderam a vergonha e agem praticamente às claras, na expectativa de que tudo passe em brancas nuvens.  
As nuvens, no entanto, já ficaram escuras e prenunciam chuvas e trovoadas.
Qualquer análise mais ou menos profunda sobre a necessidade, o custo e a qualidade das obras já deixa evidente que existia algo de muito podre na história.
A começar pelo Maracanã, que foi totalmente desfigurado e literalmente posto abaixo para a construção de um outro estádio sem que fosse preciso. Ajustes pontuais seriam mais do que suficientes para dar à “arena” as condições de uso exigidas pela Fifa. O Tribunal de Contas vê superfaturamento na reforma do estádio e o Ministério Público quer a devolução de 200 milhões de reais, que escorregaram para o bolso de muita gente do governo e fora dele.
Em São Paulo, o chamado “Itaquerão” também está sendo devidamente investigado. A exemplo do Maracanã fica evidente a inutilidade da sua construção, pois com pouco mais de 25% do que foi gasto o Morumbi, já existente, estaria perfeitamente adequado aos chamados “padrões Fifa”.
Aqui, porém, o tiro pode ter saído pela culatra, pois o Corinthians, beneficiado pela obra, está agora endividado até o pescoço e terá que desembolsar R$3 milhões por mês durante os próximos vinte anos (um verdadeiro presente de grego nascido de um acordo costurado pelo então presidente da República, levando a crer que o clube daria um jeito de passar o calote). 
É escusado a gente passar a peneira fina sobre os outros doze estádios.
Todos têm o mesmo problema de superfaturamento e estão sendo investigados. Alguns deles se prestaram a servir de palco a uns poucos jogos e agora se encontram à mercê de uma manutenção cara e inexistente, pois são localizados em centros onde o futebol é pouco desenvolvido.
Já estava mesmo na hora da Operação Lava-Jato passar o futebol a limpo.
Há muita água suja correndo pela canalização do esporte brasileiro.
   

(Artigo publicado no caderno de Esportes do jornal O Imparcial de 17/03/2017)





quinta-feira, 16 de março de 2017




THE TWO OF US

Our tongues entwined
entangled
enchanted like Indian snakes

Our hands embraced
enslaved
enraged like two lions in a cage

Our minds enraptured
enchased
engulfed like winds in turmoil

Our lives enhanced
enkindled
emblazed like bowls of flame

Our souls enlaced
enclosed
enlightened like sacred candles

Two of us makes one
and
Each of us makes two

You and me are we
and
We together are one


Dec 2016

quarta-feira, 15 de março de 2017





SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 04/09/2015
RADIO UNIVERSIDADE FM 106,9 Mhz
São Luís-MA

DANI & DÉBORA GURGEL QUARTETO  

O Lençóis Jazz & Blues Festival já está consolidado no Maranhão - Barreirinhas e São Luís -  como um evento marcante. Para lançar oficialmente a sua sexta edição, a produção apresentou na última quinta-feira no Teatro Arthur Azevedo, entre outros, o Quarteto Dani & Débora Gurgel. O brilhantismo do espetáculo motiva o Sexta Jazz desta semana a apresentar um programa especial mostrando o trabalho destas musicistas que trilham caminhos individuais como instrumentistas e compositoras e também de apresentam juntas no quarteto. Dani é cantora e compositora, mas também tem trabalhos de saxofonista na banda de Roberto Sion e no grupo de apoio ao Zimbo Trio. Eclética, traduz com a voz tanto a essência do jazz contemporâneo como o gingado da música brasileira autêntica. Débora é pianista, flautista, compositora e arranjadora, e tem uma carreira com intensos trabalhos ao lado dos principais músicos da música instrumental brasileira, como Raul de Souza, Nico Assumpção, Arismar do Espírito Santo e Zimbo Trio, exercendo no quarteto uma liderança inegável. Os ouvintes do Sexta Jazz estão convidados a participar do programa, que trará também Tutuca Viana, criador do Festival, dando maiores detalhes sobre o evento.

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini





DOIS DE NÓS
Nossas línguas entrelaçadas
enredadas
encantadas como duas serpentes indianas

Nossas mãos abraçadas
subjugadas
enraivecidas como dois leões numa jaula

Nossas mentes extasiadas
enfeitadas
engolfadas como ventos em desordem

Nossas vidas realçadas
inflamadas
incendiadas como bandejas do fogo

Nossas almas enlaçadas
fechadas
alumiadas como velas sagradas

Dois de nós significa um
e
Cada um de nós significa dois

Você e eu somos dois
e
Nós dois juntos somos um


Dez 2016

segunda-feira, 13 de março de 2017






SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 19/02/2016
RADIO UNIVERSIDADE FM 106.9 Mhz
São Luís-MA

BEN WEBSTER
Ben Webster é um dos três sax-tenoristas mais importantes da Era de Ouro do jazz, ao lado de Coleman Hawkins e Lester Young. A eles o jazz deve muito da sonoridade que o instrumento ganhou a partir dos anos 1950. Egresso da escola de Kansas City, onde dividiu espaço com músicos como Count Basie e Bennie Moten, Webster se evidenciou como um dos pilares da orquestra de Duke Ellington, onde elaborou o seu sopro sob influência do sax-alto de Johnny Hodges. Um estilista no instrumento, Ben Webster dividia o sentimento com que interpretava as baladas com alguns momentos rascantes, sendo por isso apelidado pelos músicos com quem conviveu como "The Brute" (o bruto - pela aspereza de algumas notas) ou "The Frog" (a rã - pelo coaxar do seu sax). As gravações do programa desta sexta-feira foram todas feitas entre 1953 e 1959, quando Ben Webster se encontrava no melhor da sua forma, e incluem canções como "Cotton Tail" (Ellington), "Tenderly" (Gross-Lawrence), "Time After Time" (Styne-Cahn) e "Chelsea Bridge" (Strayhorn).
  
Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini