sábado, 25 de novembro de 2017




A BUSCA

Ah, esta eterna procura
Do que não se perdeu
A gente onde é que está?

Ah, esta sempre vontade
De ser e de saber
Tudo o que é e tem seu valor

É busca da gente em si mesmo
É busca no tempo e no espaço
É busca do amor que não veio
Com a esperança de um dia encontrar

Ah, a procura daquela
Nova dimensão
A dimensão da paz

De tudo o que se quis um dia
De tudo o que se fez um dia
Pra ter aquela Maria

(letra de Augusto Pellegrini para uma música de Renato Winkler)






STUDY AS A FORM OF GROWTH

This article was written to those teenagers who think that things come from the sky – and our schools are full of them – and was published in a house organ of an English school. Our purpose was to awake young readers – though probably only occasional readers – to the imperative need to prepare for the future, because very soon they will have to face the battle of the strongest. Without the slightest pretense of having written another abominable self-help text, I am fully aware that the article is also tailored for irresponsible adults who think of enriching only materially – certainly betting in lotteries – and forget that without a cultural background the new rich man is nothing more than a rich idiot.  

Many years ago, even being nothing more than a poor player, I decided that chess would be favorite pastime.
I made arrangements with a friend to play the game every day after work so that we could enjoy, practice and improve. He was what we call “a good player”.
Every day after five, the games played out naturally and I, of course, lost all of them.
It took such a large scale and defeats became so routine that I decided it was time to change the course of my story on the board.
One day Boris – this was his name – had to travel, so we took a break of three weeks, the time it took for me to buy two or three books and start studying, devoting part of my time to the openings, part to the development and part to the end of the games.
I learned a lot from Ruy Lopez, Alekhine, Capablanca and other masters until it was time to test my new profile against my friend.
To my surprise – and his – I systematically began to win the games, some even without much difficulty. After a few defeats, Boris questioned my sudden growth in chess.
I told him what I had done and showed him the books. After explaining he scratched his head and solemnly declared that he would also begin to study.
This episode was nothing special, but it left me two lessons.
First, however much you think you know, there is always room to know a lot more, that is, we are all ignorant and the doors of knowledge are unlimited. “The only thing I know is that I know nothing”, had already said Aristotle.
Second, the more you enhance tour knowledge, the greater the chances of you becoming a winner. This happens with chess and this happens with any matter in life, including the domain of foreign languages.
Every kind of learning is primarily a matter of will.
Unlike other kinds of study – chemistry, physics, biology – that requires a lot of reading, some memorization and a good dose of patience, studying languages is more a pleasant question of being connected to the things that surround us.
For example, you learn English every day watching TV, reading billboards, enjoying shopping windows and shop fronts, listening to music, surfing the Internet or trying to understand that instruction manual for that electronic device you just purchased.
And there’s more: when you join a classroom, you practice the language with the teacher and your classmates, discover curiosities and particularities of a different culture and have fun discovering new things. In other words, you differentiate yourself from the ordinary, become a person with a more settled future, thus really becoming part of the globalized world we are living in, and are prepared to face challenges here or anywhere in the world.
We should not settle for setbacks just because others are not succeeding. What we have to do is study, regardless the form and method, to ensure our place within the competitive society in which we live.
This is how I balanced my strength with my friend Boris.



    

sexta-feira, 24 de novembro de 2017





SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 05/08/2016

JAZZ CENTRAL STATION GLOBAL JAZZ POLL WINNERS
  
Considerada a maior contribuição que a internet deu ao jazz, os dois volumes da série "Global Jazz Poll Winners" ("Os mais votados do jazz global") são o resultado de uma pesquisa feita online e mostram que a preferência do jazzófilo pode estar localizada no passado, no presente e até no que se pode esperar do futuro do jazz. As duas coletâneas têm características especiais, pois misturam estilos e diversidades (muito embora exista uma concentração do jazz produzido para a geração dos anos 1980-1990, que evidentemente é aquela a qual pertence os jazzófilos internautas que se interessaram em participar da pesquisa), e são uma excelente fonte para quem quiser se dedicar ao estudo da evolução do jazz ao longo dos últimos trinta anos. O segundo volume, apresenta nesta sexta-feira músicos da estirpe de Miles Davis, Pat Metheny, Dave Grusin, Herbie Hancock, Joshua Redman e Cassandra Wilson e destaca as gravadoras que apostaram na evolução do jazz e da sua passagem do século 20 para o século 21.   
      
Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini


segunda-feira, 20 de novembro de 2017




A FÓRMULA UM NO BRASIL

Com a aposentadoria de Felipe Massa, o Brasil perde o seu único representante na Fórmula Um. Com ele vai-se uma boa parte do torcedor que ficava em frente da televisão ligado na Globo nas manhãs ou madrugadas brasileiras. O torcedor brasileiro se sente mais atraído pelo compatriota que está do outro lado da tela do que pelo esporte ou pela competição em si.
Falando um pouco de história, as temporadas desta categoria começaram em 1950, e desde este ano até 1969 a participação dos brasileiros foi bastante irregular, para não dizer pífia.  Durante estes dezenove anos apenas três pilotos fizeram parte do circo – Chico Landi (1951, 1953 e 1956), Hermano da Silva Ramos (1955 e 1956) e Fritz D’Orey (1959), sem alcançar grandes resultados.
Emerson Fittipaldi estreou em 1970, e a partir de então sempre tivemos um ou mais brasileiros nas pistas, com especial ênfase para o próprio Fittipaldi (campeão em 1972 e 1973), Nelson Piquet (campeão em 1981, 1985 e 1987) e Ayrton Senna (campeão em 1988, 1990 e 1991).
Ao todo, foram 21 pilotos brasileiros em 67 anos de provas, mas apenas 5 ultrapassaram a barreira de dez anos pilotando na categoria. Rubens Barrichello foi o recordista, com 19 temporadas, seguido por Nelson Piquet (com 14), Felipe Massa (12) e Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna (ambos com 11).
Para se ter uma ideia comparativa sobre a participação brasileira na categoria, vale dizer que desde 1950 até 2017 a Fórmula Um teve um total de 826 pilotos de 39 diferentes nacionalidades representando 198 diferentes escuderias. Atualmente temos 10 equipes na competição.
O Brasil é praticamente inexistente em termos de tecnologia na Fórmula Um porque mesmo com a trajetória brilhante de alguns pilotos, só teve uma equipe legitimamente tupiniquim competindo com as poderosas rivais internacionais, a Coopersucar-Fittipaldi, criada em 1975, que chegou às pistas em 104 ocasiões.
O brasileiro em regra geral não tem muita afinidade com os esportes a motor, e somente com a epopeia de Piquet – e mais tarde de Senna – é que as transmissões pela televisão passaram a ter audiência.
A primeira transmissão ao vivo da Fórmula Um para o Brasil foi feita pela Rede Record na estreia de Emerson Fittipaldi no Grande Prêmio da Grã Bretanha em Brands Hatch, em 1970. A partir daí tivemos algumas transmissões esparsas feitas pela Band e pela Tupi em parceria com a Rede Globo. A Globo assumiu dar sequência nas transmissões a partir de 1981, e foi só então que a Fórmula Um se popularizou no Brasil, atingindo o seu auge na era Ayrton Senna, onde uma curiosa plateia que possivelmente pouco ou nada entendia das filigranas do automobilismo e com certeza detestava o ronco exagerado dos motores se postava em frente aos aparelhos de TV e comemorava cada ultrapassagem como se fosse um gol do seu time, exultando quando Galvão Bueno gritava a plenos pulmões – “Ayrton Senna do Brasil !!! – para celebrar a bandeirada final.
Os verdadeiros amantes do automobilismo com certeza não vão se abalar com o jejum de pilotos brasileiros nos próximos anos, porque gostam das corridas como provas de superação e de talento, quaisquer que sejam os pilotos, e acabam elegendo um deles para torcer durante a temporada.
Resta saber, porém, até que ponto a provável queda de audiência vai influir no ânimo dos patrocinadores e afetar as transmissões. Enquanto isso, cabe às autoridades deste esporte preparar com cuidado as competições nacionais que possam produzir naturalmente um novo candidato a fazer bonito nas pistas do mundo afora.            

 (Artigo publicado no caderno de Esportes do jornal O Imparcial de 18/11/2017)