sábado, 16 de janeiro de 2021

 


CACHOEIRA DA ILUSÃO 

(Samba de Nelson Gengo e Augusto Pellegrini)

 

Trago nas mãos as marcas do tempo

Nos olhos um sol de dezembro

Levo a vida, mais um dia se passou

E a ilusão não terminou

Levo a vida, mais um dia se passou

E a ilusão não terminou

 

Trago no peito a esperança

De quem foi criança

E ainda sonha com a vida

Trago um sorriso guardado

Pra quem for chegado

Sem dor nem partida

 

E agora

O passado é uma lágrima que rola

Na cachoeira da ilusão

Criada pelo coração

E agora

Na cachoeira da ilusão

O passado é uma lágrima que rola

Criada pelo coração

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA 


TOMMY DORSEY (1905-1956) 

Nome completo – Thomas Francis Dorsey, Jr.

Nascimento – Shenandoah-Pennsylvania-EUA

Falecimento – Greenwich-Connecticut-EUA

Instrumento – trombone e trompete

 

Comentário – Tommy Dorsey escreveu o seu nome na história das grandes orquestras americanas no mesmo patamar das suas principais concorrentes – Benny Goodman, Artie Shaw, Glenn Miller ou Harry James – no que se refere a um swing mais puro. Uma prova do seu sucesso popular é que até o aparecimento de Elvis Presley, Dorsey se constituiu no maior nome da gravadora RCA Victor. Desde muito cedo, Tommy e o seu irmão Jimmy se interessaram por música e tiveram uma intensa vida musical em comum. Tommy aprendeu a tocar instrumentos de embocadura, como o trompete e o trombone, enquanto Jimmy preferia as madeiras, como o saxofone e a clarineta. Ainda muito jovens, ambos demonstravam muito talento e trabalharam nas bandas de Rudy Vallée e Vincent Lopez, passando depois pela banda Scranton Sirens, a California Ramblers e pela orquestra liderada por Jean Goldkette, até se transferirem para a orquestra de Paul Whiteman. Em 1927, os irmãos Dorsey resolveram formar a sua própria orquestra, chamada The Dorsey Brothers Orchestra. Apesar de crescerem musicalmente juntos e do sucesso alcançado em pouco tempo, os irmãos Dorsey discutiam constantemente, pois Tommy era muito exigente e dominador. Em 1935, depois de um desentendimento mais sério, Tommy saiu do grupo e iniciou a sua orquestra individual. Originalmente, a música de Tommy Dorsey era totalmente voltada para o dixieland, com o som do seu trombone influenciado por Jack Teagarden. Quando se tornou um bandleader independente, porém, ele abandonou o estilo tradicional e se engajou no swing, alternando suas apresentações com músicas “quentes”, como “Opus Number One” ou “Song Of India” e peças de um profundo romantismo, como “I’m Gettin’ Sentimental Over You” ou “Where Did You Learn To Love?”. Sua orquestra se notabilizou por sempre possuir vocalistas de alto nível, como Frank Sinatra, Dick Haymes e Jo Stafford. Tommy Dorsey se manteve musicalmente ativo desde os anos 1920 até os anos 1950.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Adrian Rollini (sax-baixo e piano), Artie Bernstein (contrabaixo), Billy Cronk (contrabaixo), Bunny Berigan (trompete), Carl Cress (guitarra), Charlie Shavers (trompete), Doc Severinsen (trompete), Eddie Lang (guitarra), Fulton McGrath (piano), Jimmy Dorsey (clarinete, sax-alto), Louis Bellson (bateria), Red Nichols (trompete), Sam Herman (guitarra), Tom Fellini (banjo), Walt Levinsky (sax-alto).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1932 a 1940)

 

All The Things You Are (Oscar Hammerstein II-Jerome Kern)

Blue Moon (Richard Rodgers-Lorenz Hart)

Blue River (Alfred Bryan-Joseph Meyer)

Blue Room (Richard Rodgers-Lorenz Hart)

Blue Skies (Irving Berlin)

Boogie Woogie (Pinetop Smith)

(By The) Sleepy Lagoon (Eric Coates)

Chicago (Fred Fisher)

Clementine (Henry Creamer-Harry Warren)

Copenhagen (Walter Melrose)

Dinah (Sam M.Lewis-Joe Young-Harry Akst)

Hawaiian War Chant (tradicional)

I’ll Never Smile Again (Ruth Lowe)

I’m Gettin’ Sentimental Over You (Ned Washington-George Bessman)

I’m In The Mood For Love (Jimmy McHugh-Dorothy Fields)

It Don’t Mean A Thing (If It Ain’t Got That Swing) (Duke Ellington-Irving Mills)

Manhattan (Richard Rodgers-Lorenz Hart)

Marie (Irving Berlin)

Mean To Me (Roy Turk-Fred Ahlert)

Night And Day (Cole Porter)

On The Sunny Side Of The Street (Jimmy McHugh-Dorothy Fields)

Opus Number One (Sy Oliver-Sid Garris)

Panama (William H.Tyers)

Rose Room (Harry Williams-Art Hickman)

She’s Funny That Way (Neil Moret-Richard Whiting)

Smoke Gets In Your Eyes (Otto Harbach-Jerome Kern)

Song Of India (Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakoff)

Stardust (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)

Swanee River (Stephen Foster)

Sweet Georgia Brown (Ben Bernie-Maceo Pinkard-Kenneth Casey)

Tea For Two (Vincent Youmans-Irving Caesar)

The Continental (Herbert Magidson-Con Conrad)

The Sheik Of Araby (Ted Snyder-Harry Beasley-Francis Wheeler)

Tiger Rag (Nick LaRocca-Tony Sbarbaro-Eddie Edwards-Henry Ragas-L.Shields)

Yesterdays (Otto Harbach-Jerome Kern)

 

 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 


A BRUXA

(Augusto Pellegrini) 

Cuidado!
A bruxa está na espreita
Por detrás do seu postigo
Deves ser bem cauteloso
Pra se livrar do inimigo 

A bruxa está pelas ruas
Com um traje dissimulado
Deves ser bem precavido
Para não tê-la ao seu lado 

A bruxa está onde há gente
E se disfarça de alegria
Pra provocar muito estrago
E lágrimas no outro dia 

É bom tomar precauções
E múltiplas providências
Pra que ela não te alcance
Nem te anule a consciência
 

Os tempos são tenebrosos
Temos que sobreviver
Praticando as coisas certas
Sabendo se proteger

Está findando a primavera
E quando chegar o verão
A bruxa será vencida
Por uma grande união 

Não há mal que sempre dure
Nem flor que não fique murcha
Com vontade e pertinácia
Vamos acabar com a bruxa!

 Janeiro 2021

 

 

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


PAUL WHITEMAN (1890-1967) 

Nome completo – Paul Samuel Whiteman

Nascimento – Denver-Colorado-EUA

Falecimento – Doylestown-Pennsylvania-EUA

Instrumento – viola e violino

 

Comentário – Paul Whiteman era um músico clássico que tocava em orquestras sinfônicas. Durante a Primeira Guerra Mundial, Whiteman foi regente de uma orquestra da Marinha americana, e ao final do conflito resolveu formar o seu próprio grupo e especializar-se em dança de salão até desembocar no “jazz sinfônico”. Ele montou a sua primeira formação de música dançante em 1918 quando ainda morava em San Francisco-Califórnia. Em função da convivência com outros músicos, sua orquestra e seu estilo amadureceram quando ele foi para Nova York em 1920.  Devido à sua indiscutível qualidade de músico, e por ser um dos precursores das mudanças que ocorreram no jazz orquestrado no início do século vinte, ele foi muito influente na formação das primeiras orquestras de swing, principalmente em Nova York e Chicago. Poucos críticos de jazz concordam que Whiteman realmente interpretasse o swing propriamente dito, pois a ausência do blues deixava a sua música bastante europeizada. No entanto, todos são unânimes em conceder a ele a primazia de ter descoberto inegáveis talentos que vieram somar e contribuir para o jazz de uma forma ou de outra depois de conhecê-lo musicalmente, entre os quais podem ser citados Jimmy Dorsey, Tommy Dorsey, Jack Teagarden, Bix Beiderbecke, Bunny Berigan, Bing Crosby e Johnny Mercer. A gravação da música “Rhapsody In Blue”, de George Gershwin, em 1924, foi um marco na sua carreira e um dos grandes momentos na execução do chamado “jazz sinfônico”. Whiteman foi agraciado com o título de “Rei do Jazz” sem, no entanto, ser um músico específico deste gênero. Sua popularidade caiu nos anos 1940, mas cresceu novamente nos anos 1950, quando ele se transformou no anfitrião de um programa musical de televisão. Whiteman se manteve musicalmente ativo desde os anos 1920 até os anos 1960.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Bix Beiderbecke (trompete), Bunny Berigan (trompete), Charlie Teagarden (trompete), Eddie Lang (guitarra), Frank Trumbauer (saxofone), George Gershwin (piano), Henry Busse (trompete), Hoagy Carmichael (piano), Jack Teagarden (trombone), Joe Venuti (volino), Matty Malneck (violino), Ray Turner (piano), Roy Bargy (piano).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1920 a 1939) 

Among My Souvenirs (Edgar Leslie-Horatio Nicholls)

Bugle Call Rag (Jack Pettis-Elmer Schoebel-Billy Meyers)

Caprice Futuristic (Frank Signorelli-Matty Malneck)

China Boy (Phil Bouteljie-Dick Winfree)

Concerto In F (George Gershwin)

Deep Purple (Peter DeRose-Mitchell Parish)

Everybody Step (Irving Berlin)

Hallelluyah (Vincent Youmans-Clifford Grey-Leo Robbins)

I Kiss Your Hand Madame (Sam M.Lewis-Joe Young-Ralph Erwin)

I’m A Dreamer (Lew Brown-Buddy DeSylva-Ray Henderson)

I’m Coming Virginia (Will Marion Cook-Donald Heywood)

It All Depends On You (Lew Brown-Buddy DeSylva-Ray Henderson)

It’s Only A Paper Moon (Harold Arlen-Edgar Yipsel Harburg-Billy Rose)

Liebestraum (Franz Liszt)

Linger Awhile (Vincent Rose-Harry Owens)

Mexican Jumping Bean (Raymond Scott)

Mississipi Mud (Harry Barris-James Cavanaugh)

My Melancholy Baby (Ernie Burnett-George Norton)

Night Ride (Sid Philips)

Park Avenue Fantasy (Matty Malneck)

Rhapsody In Blue (George Gershwin)

Rockin’ Chair (Hoagland “Hoagy” Carmichael)

Side By Side (Harry Woods)

Sing For Your Supper (Richard Rodgers-Lorenz Hart)

Softly As In A Morning Sunrise (Sigmund Romberg-Oscar Hammerstein II)

South Sea Isles (George Gershwin-Arthur Jackson)

Southern Rose (Billy Mayerl)

Stardust (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Mitchell Parish)

Sugar (Maceo Pinkard-Sidney Mitchell-Edna Alexander)

Sweet Sue, Just You (Victor Young-Will J.Harris)

Thanks For Everything (Mack Gordon-Henry Revel)

The Man I Love (George Gershwin-Ira Gershwin)

Wang Wang Blues (Henry Busse-BusterJohnson-Leo Wood-Gus Mueller)

Way Down Yonder In New Orleans (Henry Creamer-Turner Layton)

When Day Is Done (Dr. Robert Katscher)

Whispering (Richard H.Coburn-Vincent Rose-John Schonberger)

Whiteman Stomp (Fats Waller-Jo Trent)

 

 

domingo, 10 de janeiro de 2021

 


PAISAGEM CONCRETA

(Augusto Pellegrini)

 

Onde antes era uma luxuriante mata
Hoje reside um bloco frio de concreto
“Isto é uma praça” – dizem os primatas
“Feita para nos dar recreio e afeto” 

A natureza chora o verde e o bem perdidos
A fontezinha que refrescava o espaço
Tantos insetos expulsados dos seus ninhos
E a terra úmida que lhes servia de pasto
 

São uma, duas, cinco, dez, várias centenas
Cabendo então à Mãe Natura a providência
De fornecer um pouco d’água, quando chove
Para aplacar do sol a sua inclemência

“Isto é progresso” – dizem os mais emocionados
Pouco depois da última carrada
Cimento, pedra brita e areia misturados
Lacrando o último suspiro das floradas 

A poesia ser concreta, sem problema
É vanguardista, visual e extrema
Mas uma praça, ao ser concretizada
Deve se arborizar, como um poema

 

Janeiro 2021