sábado, 3 de julho de 2021

 


PASSADO TÃO PRESENTE 

1956

(Augusto Pellegrini)

 

Uma apresentação

Um aperto de mão

Uma rápida troca de olhar

Vamos dançar?

A eletrola fazendo

Girar o long-play

E seus sons espalhando no ar

Eu não sei

Se é fulano e sua orquestra

Ou outro qualquer

Estou enfeitiçado

Por um rosto de mulher

 

Um abajur lá no canto

Tudo é meia luz

O ambiente de boate

Nos seduz

Mas a luz vem ferir

Nossos olhos com ardor

Alguém apertou

O comutador

Com um condão de fada

Eu faço a cena mudar

Nós dois dançando um fox

Nós dois e o luar

Passado tão presente

Que da mente não sai

 

sexta-feira, 2 de julho de 2021

 



AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA

RAY CONNIFF (1916-2002) 

Nome completo – Joseph Raymond Conniff

Nascimento – Attleboro-Massachusetts-EUA

Falecimento – Escondido-Califórnia-EUA

Instrumento – trombone

 

Comentário – Apesar de ser filho de um pai trombonista e de uma mãe pianista, Ray Conniff começou a sua vida musical sem ter um professor de música nem se dedicando a um instrumento específico. Ele fez um curso de teoria musical por correspondência, pelo qual pagou apenas um dólar, e só então começou a experimentar o trombone e o piano. A sua primeira aparição como músico foi na banda da Attleboro High School. Anos mais tarde ele se aperfeiçoou na Julliard School of Music e começou a trabalhar como trombonista na big band de Dan Murphy, passando depois pelas bandas de Bunny Berigan e Bob Crosby, até ingressar na orquestra de Artie Shaw como trombonista e arranjador. Depois, Conniff passou pelas orquestras de Glen Gray, Harry James e Mitch Miller, e então começou a escrever arranjos para cantores como Johnny Mathis, Johnnie Ray, Frankie Laine, Marty Robbins e Guy Mitchell até que, em 1955, foi convencido pelo maestro Mitch Miller a montar a sua própria orquestra. Seu estilo único e bastante original, chamado “shuffle” (“arrasta-pé”), convinha à dança de salão, e embora Conniff fugisse das características genuínas do swing, ele imprimia à orquestra a mesma abordagem jazzista que compunham os seus arranjos. O shuffle mantinha um andamento forte, e Conniff reforçava a melodia associando vozes masculinas aos trombones, trompas e saxofones (barítonos e tenores) e vozes femininas aos clarinetes, trompetes e saxofones-altos. A música de Ray Conniff se tornou internacionalmente popular, e suas raízes jazzistas eram freqüentemente encontradas em diferentes passagens. Mesmo assim, os críticos e os jazzófilos em geral discriminavam Conniff sob o rótulo de “comercial”. Durante os anos 1950 e 1960, Conniff inundou o mercado com uma série de álbuns lançados pela CBS – “’S Wonderful”, “’S Awful Nice”, “’S Marvellous”, “’S Continental”, “’S Music”, “’S Different”, “‘S Lovely”, “’S Hollywood”, “’S Concert” e outros, que lhe valeram nove discos de ouro e setenta milhões de cópias vendidas por todo o mundo. Quanto mais Conniff se especializava em executar uma música universalista, mais ele se afastava do jazz, e mais ele comercializava a sua obra. O próprio som majestoso que ele extraía nos seus arranjos perdeu um pouco o brilho quando o número de cantores foi reduzido de vinte e quatro para apenas oito, a fim de facilitar o deslocamento do grupo nas intermináveis turnês por todo o planeta. Ray Conniff continuou se apresentando até alguns meses antes da sua morte aos oitenta e cinco anos, causada por um derrame cerebral.    

 

Algumas gravações 

Anything Goes (Cole Porter)

Besame Mucho (Sunny Skylar-Consuelo Velázquez)

Beyond The Sea (La Mer) (Charles Trenet-Jack Lawrence)

Brazil (Ary Barroso-Bob Russell)

Dancing In The Dark (Howard Dietz-Arthur Schwartz)

Easy To Love (Cole Porter)

Everybody’s Talkin (Fred Neil)

I Love You (Cole Porter)

It Might As Well Be Spring (Richard Rodgers-Oscar Hammerstein II)

Laura (Johnny Mercer-David Raksin)

Love Is A Many Splendored Thing (Sammy Fain-Paul Francis Webster)

Love Me Tonight (Mitchell Parish-Lorenzo Pilat)

My Heart Stood Still (Richard Rodgers-Lorenz Hart)

‘S Wonderful (George Gershwin-Ira Gershwin)

Thanks For The Memory (Ralph Rainger-Leo Robin)

The Power Of Love (Ray Conniff)  

Where Or When (Richard Rodgers- Lorenz Hart)

You Do Something To Me (Cole Porter)

 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(Copyright FluentU) 

(ver tradução após o texto)

 

COOL 

Normally, COOL should mean “a little cold” but before trying to understand the meaning of a sentence containing this word you have to listen to it in a context so that you really know what is being said, for it also means “great” or “fantastic”, or it may show that you’re OK with an idea.


             “How’s the weather in Canada these days?”
             “It’s a little COOL. Winter is coming!”
             (This is the literal meaning of COOL = little cold)

            “What do you think of our new History teacher?”
             “I liked him, He seems like a COOL guy.”
             (He seems to be COOL = a nice guy)

 

             “I’m throwing a party next Saturday. Do you want to come?”
             “COOL! Sure, I’d love to!”
             (The party is a COOL idea = wonderful)

 

             

                   TRADUÇÃO

 

FRESCO / BACANA / MASSA!

Normalmente, COOL, em inglês significa “fresco, ligeiramente frio”, mas antes de tentar entender o significado de uma sentença que contenha essa palavra você tem que saber em que contexto ela foi dita, pois ela também pode significar “legal, bacana, coisa fina, gente fina”, ou pode dizer que alguém está achando uma ideia “massa, excelente, maravilhosa, muito boa”.    

Sentido literal da palavra COOL – “Como está o tempo no Canadá estes dias?”   >   “Está um POUCO FRIO. O inverno está chegando”.

O professor é COOL (um sujeito agradável) – “O que você acha do novo professor de História?”  >  “Eu gostei dele. Parece ser um cara LEGAL”.             

            A festa é uma excelente ideia (é COOL) – “Estou dando uma festa no sábado. Você quer vir?”  >  “MASSA! É claro que eu vou! Vou adorar!”  

 

quarta-feira, 30 de junho de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


            RAY BAUDUC
 (1906-1988) 

Nome completo – Raymond Bauduc

Nascimento – Nova Orleans-Louisiana-EUA

Falecimento – Houston-Texas-EUA

Instrumento – Bateria

 

Comentário – Ray Bauduc foi um dos bateristas que mais colaboraram com o crescimento do jazz tradicional. Sua batida precisa, disciplinada e equilibrada serviu de modelo para muitos músicos e foi uma influência marcante para a época. Nascido numa família de músicos (seu pai era o cornetista Jules Bauduc, seu irmão também tocava bateria e sua irmã era pianista), Ray cresceu tocando com grupos de Nova Orleans e se apresentando em cinemas. Mais tarde ele tocou com o cornetista Emmett Hardy e com a banda Six Nola Jazzers. Em 1924, Bauduc excursionou com Johnny Bayersdorffer e depois participou do grupo Scranton Sirens, onde conheceu Billy Lusting, Joe Venuti e Eddie Lang. Ele tocou bateria e dançou sapateado na banda de vaudeville dirigida por Fred Rich, e em 1927 ingressou na orquestra de Miff Mole. Toda esta experiência finalmente o levou para a orquestra de Ben Pollack, com quem trabalhou até 1935, quando saiu para se juntar a Bob Crosby and His Bobcats, onde ficou até 1942, sendo este o seu melhor período como baterista de orquestra. Sua composição “South Rampart Street Parade” foi gravada por diversas orquestras, assim como “The Big Noise From Winnetka”, ambas feitas em parceria com Bob Haggart. Foi apenas em meados dos anos 1940, após passar uma temporada no exército, que Bauduc resolveu dirigir a sua própria orquestra, primeiramente em parceria com Gil Rodin, para alguns meses depois assumir o grupo sozinho. Ao mesmo tempo em que mantinha a sua orquestra, Bauduc era sempre requisitado para trabalhar como baterista para outras orquestras. Assim foi com as bandas de Wingy Manone, Bob Crosby, Jimmy Dorsey e Jack Teagarden. Entre 1955 e 1959, Ray se associou com o banjoísta, guitarrista e cantor Nappy Lamare e ambos comandaram uma bem-sucedida banda de dixieland em Nova Orleans, chamada Rampart Band. Durante os anos 1960, ele começou a trabalhar na Costa Oeste como baterista freelancer, até que se mudou para Bellaire, no Texas, onde se apresentava ocasionalmente. Ray Bauduc foi bandleader por pouco tempo, mas participou como baterista de dezenas de orquestras. Ele morreu aos oitenta e dois anos depois de quase cinquenta anos de música.

 

Algumas gravações 

Baby, Won’t You Please Come Home? (Clarence Williams-Charles Warfield)

Big Noise From Winnetka (Ray Bauduc-Bob Haggart)

Coffee House Rag (Ray Bauduc-Nappy Lamare)

I’m Gonna Move To The Outskirts Of Town (Andy Razaf-Will Weldon)

Love Is Just Around The Corner (Leo Robin-Lewis Gensler)

Mama’s Gone, Good-Bye (Peter Bocage- Armand John Piron)

Martinique (Wilbur DeParis)

My Inspiration (Ray Bauduc-Bob Haggart-Nappy Lamare)

Savoy Blues (Kid Ory)

Smokey Mary (Ray Bauduc-Bob Haggart-Matty Matlock)

South Rampart Street Parade (Ray Bauduc-Bob Haggart-Steve Allen)

Sure Had A Wonderful Time (Claude Demetrius)

Wang Wang Blues (Henry Busse-Bert Johnson-Leo Wood-Gus Mueller)

 

segunda-feira, 28 de junho de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA

RAY ANTHONY (1922-        ) 

Nome completo – Raymond Antonini

Nascimento – Bentleyville-Pennsylvania-EUA

Instrumento – trompete

 

Comentário – Quando a família Antonini se mudou da Pennsylvania para Cleveland, Ohio, o pequeno Raymond começou a estudar trompete com o seu pai. Depois de dominar o instrumento com perfeição, o jovem Ray acabou no início da década de 1940 fazendo parte do naipe de trompetes de duas das mais influentes orquestras da história do swing – Glenn Miller e Tommy Dorsey. Ele passou dois anos com a orquestra de Glenn Miller e, com a morte deste, migrou para a orquestra de Tommy Dorsey, onde tocou durante dez anos. Dono de um sopro bastante claro e limpo, semelhante ao estilo Harry James, Ray Anthony logo chamou a atenção dos críticos e do público apreciador da música de orquestra, fazendo com que a sua cotação crescesse entre os músicos americanos. Na época da Segunda Guerra Mundial, Anthony começou a dirigir sua própria banda e resolveu seguir com ela para a frente de batalha, trabalhando nas operações do Pacífico. Mais tarde, ao voltar para os Estados Unidos, ele formou uma orquestra de dança muito popular, a qual denominou The Ray Anthony Orchestra, que alcançou enorme sucesso especialmente com a gravação das músicas “Dragnet”, “The Bunny Hop”, “Hokey Pokey” e “Harlem Nocturne”. Na década de 1950, Anthony trabalhou como diretor musical de televisão. Foi também autor de temas de seriados como “Dragnet”, e imortalizou outros temas muito populares como “Peter Gunn” e “Route 66”. Participou como músico e como ator dos filmes “The Five Pennies”, “High School Confidential”, “Girls Town” e “Daddy Long Legs” (filme onde ele interpretou a si mesmo). Nesta época ele se casou com a atriz Mamie Van Doren e investiu ainda mais na sua própria carreira de ator. Os críticos mais contundentes lamentam que Anthony tenha se afastado do jazz para se destacar comercialmente na televisão e no cinema. No entanto, pela sua participação artística como um todo, Ray Anthony tem seu nome gravado na Hollywood Walk Of Fame. Anthony, que começou a sua carreira musical nos anos 1940, ainda se mantém musicalmente ativo até os dias de hoje, tendo se apresentado por mais de sessenta anos. Aos noventa e nove anos de idade, ele não sopra mais o seu instrumento, mas ainda dá alguma consultoria para produtores de shows para emissoras de rádio e televisão, e para escolas de música.

 

Algumas gravações

At Last (Mack Gordon-Harry Warren)

Blue Velvet (Bernie Wayne-Lee Morris)

Delicado (Waldir Azevedo)

Dragnet (Walter Schumann)

Harlem Nocturne (Earle Hagen-Dick Rogers)

Moonlight In Vermont (Karl Suessdorf-John Blackburn)

O Mein Papa (Geoff Parsons-Paul Burkhard-Ken Turner)

Opus Number One (Sy Oliver-Sid Garris)

Route 66 Theme (Nelson Riddle)

Sentimental Journey (Les Brown-Bud Green-Ben Homer)

September Song (Kurt Weill-Maxwell Anderson)

Slaughter on Tenth Avenue (Richard Rodgers)

That Old Feeling (Sammy Fain-Lew Brown)

The Bunny Hop (Ray Anthony-Leonard Auletti)

The Hokey Pokey (Charles “Chuck” Macak-Larry LaPrise-Tafit Baker)

The Man With The Horn (Jack Jenney-Sol Lake-Andre DeLange)

The Peter Gunn Theme (Henry Mancini)

Unforgettable (Irving Gordon)

You Do Something To Me (Cole Porter)

 

 


UM GOLE DE ALEGRIA

(Augusto Pellegrini)

No bar o homem entra e pede
Uma dose de alegria
E o atendente lhe indica
Um lugar para sentar
Sai em busca da bebida
Da mais suave à mais curtida
Pra satisfazer do cliente
O seu fino paladar

Mas fica muito intrigado
Com pedido tão estranho
Tão notável, diferente
Obtuso e singular
Pois seu bar vende bebidas
Doces, amargas, ardidas
Porém não tem a alegria
no cardápio regular

Para o atendente atencioso
Este homem tão taciturno
Escolheu o lugar errado
Para encerrar o seu turno
Alegria não se compra
Não se empresta, vende ou bebe
Pois já vem engarrafada
Na alma de cada vivente

Pode ser distribuída
Aos goles, como a bebida
Sem dosagem e sem medida
Entre os amigos da gente
Em silêncio é consumida
Ou ao mundo alardeada
Mas não pode ser comprada
Em um boteco de esquina

Maio, 2019