AS CORES DO SWING
(Livro de Augusto Pellegrini)
BANDLEADERS E DISCOGRAFIA
RAY CONNIFF (1916-2002)
Nome completo – Joseph Raymond Conniff
Nascimento – Attleboro-Massachusetts-EUA
Falecimento – Escondido-Califórnia-EUA
Instrumento – trombone
Comentário – Apesar de ser filho de um pai
trombonista e de uma mãe pianista, Ray Conniff começou a sua vida musical sem
ter um professor de música nem se dedicando a um instrumento específico. Ele
fez um curso de teoria musical por correspondência, pelo qual pagou apenas um
dólar, e só então começou a experimentar o trombone e o piano. A sua primeira aparição
como músico foi na banda da Attleboro High School. Anos mais tarde ele se
aperfeiçoou na Julliard School of Music e começou a trabalhar como trombonista
na big band de Dan Murphy, passando
depois pelas bandas de Bunny Berigan e Bob Crosby, até ingressar na orquestra
de Artie Shaw como trombonista e arranjador. Depois, Conniff passou pelas
orquestras de Glen Gray, Harry James e Mitch Miller, e então começou a escrever
arranjos para cantores como Johnny Mathis, Johnnie Ray, Frankie Laine, Marty
Robbins e Guy Mitchell até que, em 1955, foi convencido pelo maestro Mitch
Miller a montar a sua própria orquestra. Seu estilo único e bastante original,
chamado “shuffle” (“arrasta-pé”),
convinha à dança de salão, e embora Conniff fugisse das características
genuínas do swing, ele imprimia à
orquestra a mesma abordagem jazzista que compunham os seus arranjos. O shuffle mantinha um andamento forte, e Conniff
reforçava a melodia associando vozes masculinas aos trombones, trompas e
saxofones (barítonos e tenores) e vozes femininas aos clarinetes, trompetes e
saxofones-altos. A música de Ray Conniff se tornou internacionalmente popular,
e suas raízes jazzistas eram freqüentemente encontradas em diferentes
passagens. Mesmo assim, os críticos e os jazzófilos em geral discriminavam
Conniff sob o rótulo de “comercial”. Durante os anos 1950 e 1960, Conniff
inundou o mercado com uma série de álbuns lançados pela CBS – “’S Wonderful”, “’S Awful Nice”, “’S Marvellous”,
“’S Continental”, “’S Music”,
“’S Different”, “‘S Lovely”, “’S Hollywood”,
“’S Concert” e outros, que lhe
valeram nove discos de ouro e setenta milhões de cópias vendidas por todo o
mundo. Quanto mais Conniff se especializava em executar uma música
universalista, mais ele se afastava do jazz, e mais ele comercializava a sua
obra. O próprio som majestoso que ele extraía nos seus arranjos perdeu um pouco
o brilho quando o número de cantores foi reduzido de vinte e quatro para apenas
oito, a fim de facilitar o deslocamento do grupo nas intermináveis turnês por
todo o planeta. Ray Conniff continuou se apresentando até alguns meses antes da
sua morte aos oitenta e cinco anos, causada por um derrame cerebral.
Algumas gravações
Anything Goes (Cole Porter)
Besame Mucho (Sunny
Skylar-Consuelo Velázquez)
Beyond The Sea (La Mer) (Charles Trenet-Jack Lawrence)
Brazil (Ary
Barroso-Bob Russell)
Dancing In The Dark (Howard Dietz-Arthur Schwartz)
Easy To Love (Cole
Porter)
Everybody’s Talkin (Fred Neil)
I Love You (Cole
Porter)
It Might As Well Be Spring (Richard Rodgers-Oscar Hammerstein II)
Laura (Johnny
Mercer-David Raksin)
Love Is A Many Splendored Thing (Sammy Fain-Paul Francis Webster)
Love Me Tonight (Mitchell
Parish-Lorenzo Pilat)
My Heart Stood Still (Richard Rodgers-Lorenz Hart)
‘S Wonderful (George
Gershwin-Ira Gershwin)
Thanks For The Memory (Ralph Rainger-Leo Robin)
The Power Of Love (Ray
Conniff)
Where Or When (Richard
Rodgers- Lorenz Hart)
You Do Something To Me (Cole Porter)