sexta-feira, 23 de abril de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


JOHNNY RICHARDS (1911-1968) 

Nome completo – Juan Manuel Cascales

Nascimento – Querétaro-México

Falecimento – Nova York-New York-EUA

Instrumento – piano

 

Comentário – Nascido no México, Juan Manuel foi criado no condado de Schenecdaty, estão de Nova York, onde aprendeu a tocar piano, violino, banjo e trompete. Por morar nos Estados Unidos, ele adotou o nome artístico de Johnny Richards, vindo a se constituir em um dos grandes arranjadores que fizeram parte do cenário jazzístico do país, especialmente no período transcorrido entre os anos 1950 e 1960. Praticamente desconhecido, Richards trabalhou para Dizzy Gillespie nos anos 1940 e originou diversas concepções musicais para o tipo de jazz que iria prevalecer no país nas décadas seguintes, colaborando assim com os passos decisivos que conduziriam a música de jazz em direção ao futuro. Richards introduziu uma boa dose de dissonância e de elementos latinos nos arranjos que escreveu para Gillespie (o que para ele soava perfeitamente natural, dada a sua origem mexicana) e também ajudou a construir a música “provocativa” de Stan Kenton, com arranjos diferentes e coloridos. Curiosamente, porém, foi em Londres, 1932, que Richards começou a vida profissional, compondo música para cinema. Posteriormente, ele foi para Hollywood, onde trabalhou como assistente do maestro Victor Young na Paramount Pictures e estudou arranjo e composição com o afamado Arnold Schoenberg. Montou uma big band que se apresentou de 1940 até 1945, quando retornou a Los Angeles para trabalhar como arranjador de Charlie Barnet e Boyd Raeburn. Foi em 1950 que ele se juntou a Dizzy Gillespie, começando por fazer arranjos para um álbum com músicas para big band e cordas. Gravou também com Sarah Vaughan, Helen Merrill e Sonny Stitt. Em 1952, Richards começou a trabalhar com Stan Kenton, fazendo o arranjo de um álbum extraordinário chamado “Cuban Fire!”, o primeiro de uma série de sucessos. Durante 1956 a 1965 Richards dirigiu sua própria orquestra e fez diversas gravações para a Capitol, Coral, Roulette e Bethlehem. Também escreveu a canção “Young At Heart”, um dos grandes sucessos de Frank Sinatra. A contribuição de Johnny Richards para o jazz poderia ter sido muito mais profunda se ele não tivesse morrido cedo, aos cinquenta e sete anos, vítima de um tumor no cérebro. A morte interrompeu uma brilhante carreira de trinta e cinco anos de duração. Richards é reconhecido como a “alma” do som de Stan Kenton e como a porta de abertura para o jazz progressivo.

 

Algumas gravações 

Annotation Of The Muses (Johnny Richards)

Cimarron (Johnny Richards)

Close Your Eyes (Bernice Petkere)

La Pecadora (Johnny Richards)

Lake Tahoe (Johnny Richards)

So Beats My Heart For You (Charles Henderson-Tom Waring-Pat Ballard)

Stockholm Sweetnin’ (Quincy Jones)

Tempest On The Charles (Johnny Richards)

Terpsichore (Johnny Richards)

The Ballad Of Tappan Zee (Johnny Richards)

The Nearness Of You (Ned Washington-Hoagland “Hoagy” Carmichael)

Theme For The Concerto To End All Concertos (Stan Kenton)

Walkin’ (Richard Carpenter)

Waltz, Anyone? (Johnny Richards)

Young At Heart (Johnny Richards-Carolyn Leigh)

 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

 


INSÔNIA

(Augusto Pellegrini)

A noite segue lenta, abafada e sem sentido
E os cordões do sono pendem lassos do meu lado
Em meio ao silêncio, ouço o som dos meus ouvidos
E em brasas me reviro sobre o lençol molhado

Lá longe canta o galo antecipando o novo dia
Mas é cedo, é madrugada, tudo está escuro e sem vida
Ganidos e rosnados complementam a fantasia
Sonho sonhos descorados, sonho becos sem saída

Minhas mãos buscam socorro em vão, no meio do nada
E imagens nebulosas vagueiam por minha mente
O mesmo rosto de sempre aparece na sacada
Do quarto, no quarto andar deste velho apartamento 

O ar está abafado, não sopra qualquer brisa
Eu sinto o corpo pesado e me incomoda a camisa
Tento esticar meu braço para procurar as horas
Mas vou tateando às cegas, o relógio foi-se embora

Mantenho os olhos fechados, mas os sinto bem abertos
E aquela música estranha ressoa na minha mente
No meu torpor vejo e sinto a porta chegando perto
Numa ameaça velada, como um perigo iminente

Uma hora, duas horas, lentamente esvai o tempo
E o sono teima em não vir, só agonia por dentro
Mais outra hora se passa, e o cérebro entorpecido
Pelo cansaço desmaia, um fantasma adormecido

A luz do dia enfim surge, deixa o quarto iluminado
Adormeço, finalmente, sem ter um anjo a meu lado
Prostrado quedo no leito como se morto estivesse
Após outra noite longa que a vigília trama e tece 

Outubro, 2019

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


JOE MARSALA (1907-1978) 

Nome completo – Joseph Francis Marsala

Nascimento – Chicago-Illinois-EUA

Falecimento – Santa Bárbara-Califórnia-EUA

Instrumento – clarinete

 

Comentário – Joe Marsala é um clarinetista que conseguiu com perfeição se adaptar a dois estilos de jazz diferentes – o dixieland e o swing. Influenciado pelo clarinetista Jimmy Noone, Marsala chamou a atenção logo que despontou no cenário de Chicago, pela excelência com a qual executava o seu instrumento. Quer por motivo de parentesco (ele era irmão do trompetista Marty Marsala e marido da harpista de jazz Adele Girard), quer por motivos puramente musicais, Marsala sempre se viu envolvido com diversos jazzistas de renome. Ele começou em Chicago no final dos anos 1920 tocando como freelancer inicialmente na orquestra de Ben Pollack e depois na banda de Wingy Manone, onde permaneceu durante dois anos (1935 e 1936) e realizou algumas gravações. Em seguida Marsala montou a sua própria orquestra, a “His Chosen Seven”, fazendo bastante sucesso durante pelo menos dez anos, nos quais se apresentava no Hickory House tocando chicago e swing. Foi lá que o baterista Buddy Rich conseguiu o seu primeiro emprego. Lá também tocaram músicos de peso como sua mulher Adele Girard e também Red Allen, Eddie Condom, Dave Tough, Shelly Manne e Max Kaminski. Em 1945, embora o dixieland ainda ditasse os rumos do seu clarinete, Marsala se apresentou com Dizzy Gillespie em memoráveis sessões de gravação, evidenciando todo o seu imenso potencial bebopista. No entanto, em 1948, ele praticamente se aposentou como bandleader, tocando apenas ocasionalmente e dedicando o seu tempo e o seu trabalho de composição principalmente para orquestras não jazzistas. Suas principais músicas desta época, como as que ele compôs para Frank Sinatra – “Don’t Cry Joe” – e para Patty Page – “And So To Sleep Again” (depois gravada por April Stevens) – eram baladas românticas, mas suplantaram em popularidade as antigas músicas que ele compunha quando dirigia a orquestra.  No início dos anos 1970, Marsala parou completamente com as atividades musicais devido a sérios problemas de saúde que iriam redundar na sua morte em 1978. Joe Marsala se manteve musicalmente ativo desde o final dos anos 1920 até o final dos anos 1960.

 

Algumas gravações 

Cherokee (Ray Noble)

Clarinet Marmelade (Henry Ragas-Larry Shields)

Don’t Let It End (Joe Marsala)

East Of The Sun (Brooks Bowman)

Gotta Be This Or That (Sunny Skylar)

Hot String Beans (Joe Marsala)

I Would Do Anything For You (Claude Hopkins-Bobby Williams-Alex Hill)

Jazz Me Blues (Tom Delaney)

Joe’s Blues (Joe Marsala)

My Melancholy Baby (Ernie Burnett-George Norton)

On The Alamo (Isham Jones-Gus Kahn)

Perdido (Ervin Drake-Juan Tizol-Hans Jan Langsfelder)

Reunion In Harlem (Carel Feather)

Southern Comfort (Joe Marsala)

Sweet Mama (Robert Johnson-Donald Van Zant-Jay Hambridge)

 

 

terça-feira, 20 de abril de 2021

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(Copyright FluentU) 

(ver tradução após o texto)

 

POPPYCOCK 

Have you ever listened to somebody trying to talk about something that they know absolutely nothing about? Like, you know that what they’re saying is completely untrue, yet they insist in continuing to talk? It’s highly likely that they’re talking POPPYCOCK.

No laughing! POPPYCOCK has nothing to do with “poppies” (a type of flower) or “cocks” (a male bird or a slang term for a man’s intimate body parts!).

POPPYCOCK actually came from the Dutch word “pappekak” which is made from “pap” (soft) and “kak” (poop!). It’s been part of English since the 1800’s. There’s another word more commonly used in analogous situations, but equally inelegant – BULLSHIT!      

 

            “ – Hey, did you know that if you keep your eyes open when you sneeze your eyes will fly out?
               – What a load of poppycock!”


             “The speech made by the consultant was nothing more than a lot of poppycock!”

             

            TRADUÇÃO 

ASNEIRAS

Você já ouviu alguém tentando falar a respeito de algo que desconhecia totalmente? – ou seja, você sabe que o que a pessoa está falando é totalmente sem sentido, mas ela insiste em continuar falando? É bastante provável que essa pessoa esteja falando ASNEIRAS (coisas de asnos). Vale explicar que a palavra inglesa “poppycock” não tem nada a ver com “poppy” (papoula) nem com “cock” (uma ave macho, como o galo, ou uma gíria que define o membro masculino). “Poppycock” na verdade veio do holandês “pappekak”, uma junção de “pap” (mole, macio) e “kak” (cocô), e faz parte do vocabulário inglês desde o início dos anos 1800. Existe uma outra palavra mais comumente usada em situações análogas, mas igualmente deselegante – “bullshit” (bosta de boi).

“ – Hey, você sabia que se você mantiver os olhos abertos quando espirra os seus olhos vão voar pra fora?”

   – Quanta besteira!!!”    

“A palestra dada pelo consultor não passou de um montão de asneiras!”                                                                                                                                    

segunda-feira, 19 de abril de 2021

 


SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 21/12/2018
RÁDIO UNIVERSIDADE 106,9 Mhz
São Luís-MA

STEVE WILSON - SOULFUL SONG

Steve Wilson é mais um daqueles músicos de qualidade que emergiram no final do século passado. Com uma forte influência da black music, do soul e do Rhythm & Blues,  Wilson flutua entre o sax-alto, o soprano e a flauta, sempre com uma extraordinária competência. Steve Wilson trabalhou com o pianista Chick Corea, com quem tocou num grupo chamado Origins, e também fez turnês e dividiu palco e estúdio com músicos do quilate de Jon Hendricks, Ellis Marsalis, Jaki Byard, Percy Heath, Frank Foster e The Mingus Big Band. Neste álbum, funkeado e repleto de soul, gravado em 2003 ele se cerca de músicos vibrantes e de vocalistas com intensa negritude, passando a mensagem "por todas as razões e por todas as estações do ano lembre-se que Soulful Song (nome do álbum que significa "canções cheias de alma") nos traz a luz", como escrito no encarte. 

 Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

                                                                                                   

 

 

 

 

domingo, 18 de abril de 2021

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

BANDLEADERS E DISCOGRAFIA


JOE LOSS (1909-1990) 

Nome completo – Joshua Alexander Loss

Nascimento – Londres-Inglaterra

Falecimento – Londres-Inglaterra

Instrumento – violino

 

Comentário – Filho de um carpinteiro judeu que havia imigrado da Rússia para a Inglaterra, Joe Loss foi educado na Jew’s Free School (Escola Livre dos Judeus) e começou a aprender violino aos sete anos de idade. Ele continuou sua educação musical na Hackner Academy of Music e depois no Trinity College of Music e no London College of Music. Ainda jovem, mas já um excelente violinista, Joe tocou no Tower Ballroom, em Blackpool, e participou da orquestra de Oscar Rabin, ao mesmo tempo em que dirigia uma banda de adolescentes, chamada The Magnetic Dance Band, que buscava interpretar o som do swing já em voga na Inglaterra. As suas primeiras apresentações profissionais foram realizadas dentro de um cinema, abrilhantando e dando som aos filmes do cinema mudo. Em 1930, Joe formou uma banda de sete músicos para tocar no Waldorf, em Londres. A banda tomou corpo para no final da década se transformar na respeitável Joe Loss Orchestra. A orquestra se manteve em atividade mesmo durante a guerra e se tornou famosa por interpretar músicas que eram hits de algumas orquestras americanas, como “In The Mood”, sucesso de Glenn Miller, e “Begin The Beguine”, sucesso de Artie Shaw. Ao longo do tempo, Joe Loss se especializou em tocar e gravar revivals, como a música “The Stripper” (1958), originalmente gravada pela orquestra de David Rose, “Wheels Cha Cha” (1961), baseado na música “Wheels”, gravada pelo grupo The String-A-Longs, e “March Of The Mods” e “Finnjenka Dance” (1964), também gravadas por David Rose. Este repertório lhe valeu algumas acusações de que sua música teria um cunho mais comecial do que jazzístico. A seu favor, no entanto, existe o fato que mesmo usando sucessos de outras orquestras para se promover, ele jamais copiava os arranjos, fazendo a sua leitura dentro de um estilo próprio. Apesar do declínio de popularidade das big bands, Joe Loss se manteve na ativa até o final dos anos 1980, quando se aposentou da música.

 

Algumas gravações 

A Tisket-A-Tasket (Al Feldman-Ella Fitzgerald)

Amapola (Joeseph Lacalle-Albert Gamse)

At The Woodchopper’s Ball (Woody Herman-Joe Bishop)

Begin The Beguine (Cole Porter)

Chattanooga Choo-Choo (Mack Gordon-Harry Warren)

Deep In The Heart Of Texas (June Jordan-Bernie Reagon)

Goodnight My Love (Mack Gordon-Harry Revel)

I Wish I Knew (Mack Gordon-Harry Warren)

In The Mood (Joe Garland-Andy Razaf)

Jeepers Creepers (Johnny Mercer-Harry Warren)

So Rare (Harry Herst-Jack Sharpe)

That Old Feeling (Lew Brown-Sammy Fain)

The Breeze And I (Ernesto Lecuona-Al Stillman)

The Peanut Vendor (Moises Simon)

They Say It’s Wonderful (Irving Berlin)

You Go To My Head (J. Fred Coots-Haven Gillespie)