sábado, 27 de maio de 2017




O FIM DO IMPEDIMENTO

(artigo publicado no jornal O Imparcial de 27/05/2017)

Nos doze anos em que se manteve em atividade como jogador, Marco Van Basten foi um dos mais brilhantes atacantes da sua geração e um dos grandes goleadores do futebol europeu. Três vezes vencedor da Bola de Ouro, Van Basten marcou 324 gols pelo Ajax, pelo Milan e pela seleção holandesa, alguns dos quais verdadeiras obras de arte.
Um problema no joelho fez com que ele encerrasse prematuramente a sua carreira aos 29 anos, fazendo com que ele viesse a exercer a profissão de técnico, toda ela dentro da Holanda - clubes e seleção - na qual obteve um relativo sucesso.
Seu último trabalho foi feito no AZ Alkmaar, embora como auxiliar técnico. 
Feita esta breve apresentação, cabe informar que Van Basten  continua com uma sede incontornável de gols. Já que ele não pode mais marcá-los, procura uma saída para que outros o façam, tornando os placares dos jogos mais elásticos. 
Para tal, chamou para si a missão de acabar com uma das principais amarras que os atacantes encontram pela frente (além do goleiro adversário): o impedimento. 
Nomeado em setembro do ano passado como um dos responsáveis pelo desenvolvimento técnico da Fifa,  o holandês planeja mudanças radicais no futebol, entre elas o fim da regra do impedimento. 
Quando começou a ser praticado, o futebol era completamente diferente do que é hoje. Era permitido o toque com a mão, não existia a figura do goleiro e nem a Regra 11, que dispõe sobre o impedimento ("offside", no original).   
A regra do impedimento foi estabelecida em 1896 para evitar que alguns atacantes se posicionassem o tempo todo diante das balizas, fazendo com que o meio do campo ficasse vazio e a tática do jogo se resumisse em chutar a bola em direção à área adversária, tornando-o enfadonho, sem emoção e sem criatividade (exatamente o oposto da visão de Van Basten, que prega a eliminação da Regra 11 para tornar o futebol mais atrativo, dinâmico e interessante).
Além de abolir o impedimento, Van Basten discute a exclusão temporária para jogadores faltosos ou indisciplinados em lugar do atual cartão amarelo. O jogador teria como limite a marcação de cinco faltas cometidas, após o que teria que deixar o gramado temporariamente. 
Ele vai além, e propõe o fim da prorrogação, que seria substituída por uma cobrança de pênalti diferente, conhecida como "shootout", praticada na Liga Norte-Americana nos anos 1990 e atualmente em desuso: após a autorização do árbitro o atacante conduz a bola em direção ao gol adversário tendo pela frente apenas o goleiro.
Van Basten propõe também o aumento de substituições para seis e que nas divisões de base a disputa se faça entre dois times com oito jogadores cada um em vez de onze.
Em diferentes ocasiões e circunstâncias algumas dessas medidas já foram pensadas, testadas e desestimuladas porque a Fifa entendeu que elas não adicionavam nada ao futebol como competição, muito embora pudesse ter o seu componente lúdico como espetáculo.
Ocorre que diferentemente de outros esportes como basquete e vôlei, o futebol se fundamenta na tradição e é assim que o torcedor gosta. Muita mudança pode transformar uma partida séria num jogo festivo, o que pode ser muito bom para as emissoras de televisão e para os patrocinadores mas pecam no ponto mais importante que veste o esporte: a competitividade.
Na prática, o que está sendo proposto é a criação de um outro esporte parecido com o futebol, assim como o futsal, o futebol travinha, o showbol, o futebol de areia, e alguns outros que foram inventados pelos praticantes. Alguns deles emplacaram, têm federação,viraram esporte olímpico, mas todos são esportes específicos com regras específicas, atletas específicos e torcedores específicos, ou seja, nenhum deles é "futebol".
As disposições táticas dentro das regras atuais são treinadas, aprimoradas e utilizadas por treinadores e jogadores criativos e talentosos para fazer do futebol um grande espetáculo. Mudanças drásticas não são, portanto, bem-vindas.
Até antes de ler esta notícia eu nutria um respeito muito grande por Van Basten. Espero que a história do futebol lhe faça justiça como um jogador excepcional, não como um dirigente visionário e medíocre.

quinta-feira, 25 de maio de 2017





SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 18/12/2015
RADIO UNIVERSIDADE FM - 106,9Mhz
São Luís-MA

STAN GETZ LIVE IN CANNES

Um dos mais celebrados nomes do sax-tenor e uma espécie de ponte entre o bebop e o jazz contemporâneo, Stan Getz dominou a cena jazzística durante cerca de trinta anos. Getz passeou pelo cool jazz, pelo West Coast, pela bossa nova e no final da carreira optou por uma sonoridade menos tradicional, que ele chamava de jazz esotérico, após uma experiência mal sucedida com a jazz fusion. Seu sopro é inconfundível e impõe um falso lirismo a muita força interpretativa, fazendo com que o som do seu saxofone apresentasse um brilho especial em qualquer apresentação, fosse ao vivo ou fruto de estúdio. Nesta sexta, Stan Getz nos brinda com um concerto realizado em janeiro de 1980 no Palm Beach Casino em Cannes, na França, durante a realização de mais uma MIDEM, Convenção Internacional da Indústria Fonográfica. Um presente para quem aprecia jazz de qualidade.

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini


terça-feira, 23 de maio de 2017





RAINDROPS

Raindrops
Fall over me
I feel the drops
Raining on me

I came from nowhere
To nowhere
I came from nothing
To there I’ll return

But the raindrops
Are getting me wet
While the rain drops
I try to forget

(A thunder right from high sky
Is followed
By the lightning that flies)

But the raindrops
Fall more and more
And hurt my feelings

Like never before

segunda-feira, 22 de maio de 2017






SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 17/07/2015
RADIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

STÉPHANE GRAPPELLI WITH PHIL WOODS AND LOUIS BELLSON

Amigos do jazz, o violino tem uma participação pequena na história do gênero se comparado com os demais instrumentos presentes em um combo. Depois de ser razoavelmente utilizado no início do século 20 por grupos de jazz tradicional, ele ressurgiu apenas quarenta anos depois com uma roupagem nova, dentro do estilo eletrônico do jazz-rock. Este intervalo de quarenta anos foi preenchido quase que por um só personagem - o violinista francês Stéphane Grappelli - que colocou o violino dentro de um modelo "bounce" nascido com o hot jazz cigano de Django Reinhardt, também conhecido como "jazz manouche", e evoluiu para o swing e para o bebop, sem deixar de lado as baladas que evidenciam a sonoridade melodiosa do instrumento. O Sexta Jazz desta semana traz este virtuose do violino ao lado de outros ícones do jazz, o saxofonista Phil Woods e o baterista Louis Bellson, numa sessão de dez standards gravados em 1987, incluindo clássicos como "Caravan", "It Might As Well Be Spring", "Have  You Met Miss Jones" e "Anything Goes".


Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini