sábado, 20 de novembro de 2021

 


BRINCADEIRA  

(Canção: Música de Renato Winkler – Letra de Augusto Pellegrini)

 

Violão

E o jeito de quem quer brincar

Volume no meu gravador

Está no ar

Vem o sol

Rimando com o céu azul

Mostrando a escala que se faz

Cristalizar

 

Emoção

O som subindo para o sol

No sol menor desta canção

Tão singular

 

Canto o céu

Azul como este olhar tão seu

Brincando de esconder no meu

Mesmo sem ser 

Violão

Trazendo uma recordação

Você nesta improvisação

Nesta canção

 

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

                                     



                                   EU E A MÚSICA – ESSE TAL DE ROCK AND ROLL
                                                            (Augusto Pellegrini)

O rock é bom e eu gosto – Parte 2

A bibliografia do rock segue em frente.
Durante os anos 1960,  surgiram The Monkees – “I’m A Believer” (Neil Diamond), “Steppin’ Stone” (Robert Luke Harshman e Tommy Boyce) e “Look Out – Here Comes Tomorrow” (Neil Diamond); The Doors, uma banda cheia de estilo que teria ido mais além se não fosse a morte de Jim Morrison – “Light My Fire” (Jim Morrison, John Densmore, Ray Manzarek e Robby Krieger), “Peace Frog” (Jim Morrison, John Densmore, Ray Manzarek e Robby Krieger) e “L.A.Woman” (Jim Morrison, John Densmore, Ray Manzarek e Robby Krieger); e The Beach Boys, cujo principal sucesso foi a música “Surfin U.S.A.”
(que na verdade era “Sweet Little Sixteen”, de Chuck Berry, com uma letra diferente feita por Brian Wilson). Outros sucessos dos Beach Boys foram “I Get Around” (Mike Love e Brian Wilson) e “Wouldn’t It Be Nice” (Brian Wilson), lançada com um clipe onde os participantes da banda imitavam os trejeitos dos Beatles no cinema.
Os negros que gravavam discos não eram muitos – quase que só Chuck Berry – “Johnny B.Goode” (Chuck Berry), “Sweet Little Sixteen” (Chuck Berry) e “Rock & Roll Music” (Chuck Berry) e Little Richard – “Long Tall Sally” (Richard Penniman, Enotris Johnson e Robert Blackwell), “Good Golly Miss Molly” (Robert Blackwell e John Marascalco) e “Lucille” (Albert Collins), que cantavam o rock and roll com menos influência do western country, mas com muita influência do rhythm & blues e do soul, o que acabava produzindo alguma diferença entre a sonoridade da sua música e a do rock-a-billy dos brancos.
Quando surgiu, o rock and roll era uma música intensa e vinha substituir a dança nos salões onde o swing das grandes orquestras começava a perder espaço, e deixou de ser “música da raça” ao cair no gosto da classe média branca americana e se tornar comercialmente palatável para os donos das gravadoras.
No final dos anos 1950 o rock invadiu as Ilhas Britânicas, fazendo aparecer alguns grupos pioneiros, como a primeira banda de John Lennon e Paul McCartney – The Quarrymen – “I’ll Follow The Sun” (John Lennon e Paul McCartney), “One After 909” (John Lennon e Paul McCartney) e “Maggie Mae” (música tradicional de Liverpool) – todas as três foram gravadas muitos anos depois pelos Beatles; Cliff Richard e os Drifters (depois chamados de Shadows) – “Twenty Flight Rock” (Ned Fairchild e Eddie Cochran), “Living Doll” (Lionel Bart) e “Move It” (Cliff Richard).
Com o passar do tempo e o crescimento da música pop, que fugia da pegada do rock, principalmente durante a década de 1970 – com Michael Jackson, Madonna, Billy Joel, Stevie Wonder, Paul Simon, James Brown, Carpenters, The Guess Who, Carole King, Chicago, America, Bruce Springsteen, Prince, Diana Ross – o rock and roll e o blues moderno perderam espaço nos Estados Unidos, e ganharam força nas Ilhas Britânicas, em outros países da Europa e também na Austrália, como bem atestam as mega-carreiras dos Beatles, Rolling Stones, Yardbirds, Animals, The Who, Deep Purple, Eric Clapton, Jeff Beck, John Mayall & Bluebreakers, Led Zeppelin, Pink Floyd, e muitos outros.
Evidentemente o Brasil não iria ficar fora dessa influência e, passado o tempo do “roquinho”, trouxe à tona nos anos 1980 um rock cheio de conteúdo, com um perfil contestador, num movimento denominado “Rock Nacional”.
O movimento eclodiu em Brasília, mas logo teve a cumplicidade de jovens músicos de todo o país, com o aparecimento de Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Biquini Cavadão, Ultraje a Rigor, Ira!, Capital Inicial, Camisa de Vênus e muitas outras.
Com uma história que já atravessa gerações o rock conquistou o seu lugar na música do século 20 e mostra que veio pra se perpetuar no século 21, quer utilizando a base acústica que marca a sua origem, quer privilegiando instrumentos eletrônicos, a tecnologia ou os sons esotéricos, pois o seu segredo não reside apenas na sonoridade, mas principalmente no espírito da música.      
Por essas e outras é que o rock é bom e eu gosto. Quem vivenciou esta trajetória nunca vai deixar de ser roqueiro.

 


VOCÊ JÁ HAVIA PENSADO NISSO?

(Teste para determinar se uma palavra é um substantivo) 

Pergunta: “Existe um indicador que determine se uma palavra é um substantivo”?  

 

Resposta: Mesmo não existindo uma forma absolutamente segura de se determinar se uma palavra é um substantivo em todas as situações, algumas pessoas acham que ajuda muito aplicar a seguinte técnica para resolver o problema. Este procedimento funciona para todos os nomes com exceção dos nomes específicos de pessoas, lugares e coisas, também conhecidos como “nomes próprios”. 

A gramática da língua portuguesa possui uma categoria chamada "artigo definido" (o-a-os-asQuando em dúvida se uma determinada palavra é um substantivo, coloque um artigo antes dela. Se a combinação fizer sentido como um todo, a palavra é um substantivo. Faça o teste com algumas palavras.

 

alegria > a alegria (“alegria” é um substantivo)

 

orgulho > o orgulho (“orgulho” é um substantivo)

 

anjos > os anjos (“anjos” é um substantivo)

 

casas > as casas (“casas” é um substantivo 

 

Por outro lado, o teste vai mostrar como o sistema funciona com outras classes gramaticais.

 

feliz > o feliz (não combina e algo está faltando, pois “feliz” é um adjetivo)

 

nadar > o nadar (não combina e soa estranho, pois “nadar” é um verbo)

 

fortemente > o fortemente (não combina, algo está errado, pois “fortemente” é um advérbio)

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 


     PÁGINAS ESCOLHIDAS

O FANTASMA DA FM (1992)
(Augusto Pellegrini)

A IRA

Monsieur Patou entra pela porta da sala, dirige-se à mesa, beija afetuosamente sua Madeleine na testa  e exclama – “o que minha patinha fez hoje para o almoço?” – ao que Madeleine responde – “sopa de quiabo, mon chère”.

“Sopa de quiabo!!!” – clama Patou indignado – “mas Joujou, você sabe que eu detesto sopa de quiabo!” – “mas sopa de quiabo é tão bom…!” – e segue por aí afora uma discussão sobre as qualidades do quiabo.

Patou se deu por vencido e e sentou-se à mesa sem disfarçar um resmungo – “sopa de quiabo acompanhado com vinho du Rhône, bah!”.

Mas a primavera estava linda, Patou amava Joujou e dava nota dez para aquela linguiça cortada em pedaços com os seus maravilhosos temperos, a terrina fumegava, o relógio da sala batia meio-dia e as nuvens negras do desacordo aos poucos iam se desvanecendo no ar.

Monsieur Patou dá a primeira colherada, dá a segunda colherada, limpa o canto da boca com o guardanapo que tem preso ao pescoço e de repente arregala os olhos.

“Uma mosca!!! Uma mosca na minha sopa!!!”

O pequeno díptero, já morto e com as pernas arreganhadas flutuava nas costas de uma rodela de tomate, preso à viscosidade do quiabo como se estivesse numa teia de aranha gelatinosa.

Patou dá um salto pra trás, derramando o prato com a sopa, mosca e demais pertences sobre o colo engomado de Joujou, que exclama – “Mon Dieu!!” – e ato contínuo destempera a cabeça de Patou com a garrafa do puro Rhône safra 1982.

Está aberto um diálogo franco, franco em todo os sentidos.

O céu se veste de nuvens negras, a tempestade ruge e sem mais nem porquê espoca nas ruas uma pancadaria sem precedentes.
 

(Efeitos de uma ira repentina sobre o comportamento de velhos casais apaixonados)


 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

 


VIVENDO E APRENDENDO

(Augusto Pellegrini) 

Coitado. O vovô quase sem vida
Vai indo, definhando a cada instante
E a família, abatida e  entristecida
Tenta ser firme e segurar o pranto 

Alguém chama o sacerdote
Pras preces de despedida
E um outro procura a vela
Pra iluminar a partida

Mas vovô está muito fraco
E não tem força nas mãos
Para segurar a vela
Na derradeira oração
 

Mas o netinho, expedito
Tem logo uma grande ideia
Põe areia sobre o peito
Do velho, onde espeta a vela
 

O vovô mostra um sorriso
Que vem quente, lá de dentro
E fala pra seus ouvintes:
“Pois é, vivendo e aprendendo”
 

(E dá seu ultimo suspiro…)

 

Novembro/2021

domingo, 14 de novembro de 2021

 


SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 08/11/2019
RÁDIO UNIVERSIDADE 106,9 Mhz
São Luís-MA

STEVE BERNDT & BRIAN BROWNE - DÉJÀ VU

O jazz canadense mais uma vez é focalizado no Sexta Jazz, com a presença do cantor Steve Berndt e do pianista Brian Browne fazendo um concerto dos mais refinados. Steve é trombonista, compositor e arranjador de jazz, mas é como cantor que ele se impõe com mais personalidade. Brian é um pianista de jazz com seus atuais 81 anos, ainda cheio de histórias para contar - e tocar. Os dois se reuniram nesta apresentação feita em 2012 para um concerto que se constituiu num autêntico sucesso de público e mídia, objeto de muitos elogios por parte da crítica especializada através de comentários de emissoras de rádio e revistas do gênero. O repertório é centrado na chamada música "standard" americana, com destaque para "As Time Goes By", "Tenderly", "Let's Fall In Love", "Young At Heart" e "Come Rain Or Come Shine", misturando jazz, lirismo e elegância. 

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini