sábado, 24 de junho de 2017




O ÁRBITRO, ESSE TRAPALHÃO

Nos primórdios, o futebol era disputado sem a presença de um árbitro. As questões eram resolvidas cavalheirescamente entre os próprios jogadores, e as discussões eram absolutamente civilizadas.
Não demorou muito tempo, porém, para que surgisse a necessidade de uma mediação, e ela veio através da Regra 5 da International Board - "O Árbitro Central" - que dá a ele "autoridade total para se fazer cumprir as regras do jogo para o qual foi designado".
Quando a regra foi escrita, porém, a intervenção do árbitro era mínima, pois ele ficava do lado de fora do campo e suas marcações eram discutidas com os capitães dos times. Somente em 1894 o árbitro passou a ter a autoridade absoluta que ostenta até hoje.
Com o passar do tempo, o árbitro central passou a ter a ajuda de dois auxiliares de linha lateral e depois de dois auxiliares de linha de fundo, além de um "quarto" árbitro (que na verdade agora é o sexto) o qual funciona como árbitro reserva caso o árbitro principal não tenha condições de apitar o jogo todo por problema de contusão ou saúde.
Ao árbitro de futebol cabe a condução da partida como mediador e como juiz, e essa condução deve ser tão discreta quanto eficiente.
Diz um ditado esportivo que quando uma arbitragem é boa, o árbitro não se faz notar, isto é, as coisas correm fluidas e sem atropelos e no final ninguém tem coisa alguma a reclamar. Isto é difícil de acontecer, levando-se em conta a sua vaidade e a necessidade de exalar autoridade, o que acaba trazendo para si os holofotes da partida na qual ele deveria ser um mero coadjuvante.
Além do mais os jogadores não colaboram com a arbitragem, simulando situações inexistentes e reclamando o tempo todo, além de praticar o anti-jogo ou usar da violência para parar o adversário.
Como o árbitro tem frequentemente que tomar decisões baseadas na sua interpretação do lance, ele erra muitas vezes. A Fifa está testando da Copa das Confederações o tal árbitro de vídeo, que vê a partida ao vivo e através de um monitor com todos os recursos de câmera lenta e replay, mas as primeiras atuações deste tal árbitro de vídeo também despertaram polêmica. 
Para o torcedor comum, o árbitro desconhece as regras ou as interpreta de forma errada, e por isso é chamado de "burro". Pior quando ele é chamado de "caseiro", um eufemismo para "covarde", que é aquele que se amedronta com a pressão da torcida da casa e aceita ser pressionado pelos jogadores locais sem tomar uma atitude mais enérgica. Em casos extremos ele é chamado pela torcida de "ladrão", que aqui seria um disfemismo para um termo mais ponderado - "venal" - geralmente acompanhado por ofensas agudas contra a sua progenitora.
Exageros à parte, estamos vivenciando no momento um problema que evidencia falta de inteligência, de planejamento e até de conhecimento das regras.
Antes da realização das partidas, o trio de arbitragem deve examinar as redes, as bolas que estarão em jogo e todos os outros detalhes para que a partida se desenvolva sem problemas, inclusive as cores dos uniformes dos jogadores (goleiros e jogadores de linha) a fim de que se possa diferenciar claramente todos os participantes do jogo e saber quem é quem, o que auxilia os jogadores, o público, o telespectador, os narradores esportivos e a própria arbitragem.   
Por imposição dos patrocinadores dos uniformes dos árbitros, hoje eles devem se equipar com uniforme na cor preta, azul-esverdeada (ou seria verde-azulada?) ou amarelo e branco com detalhes vermelhos, mas eles não estão prestando atenção nesse detalhe, e é muito comum que o seu próprio uniforme seja confundido com os uniformes dos jogadores. Juro que já vi recentemente jogadores passarem a bola para o árbitro pensando que era um companheiro seu.
O título deste artigo deveria ser "O árbitro, esse idiota", mas eu achei muito agressivo e então dourei a pílula. Depois dessa bizarrice no uso de um uniforme cujas cores podem confundi-lo com um atleta, fiquei em dúvida se deveria mesmo ter mudado o título.
 

quinta-feira, 22 de junho de 2017





CANTADOR POPULAR

Paro a conversa no meio
Nem peço licença
Mas vê que sucesso
Mulher, um pedaço
Meu chope gelado
Até já esquentou

Esta é a maneira discreta
De se enfeitiçar, não é?
Passa, provoca e não olha
Não vai nem parar, vai não
Eu me levanto e vou indo
Mas sem confiar, vou lá
Em que eu possa dizer
Coisas de conquistar
Estou querendo agradar

Não há quem passe e não olhe
E não faça trejeitos
Assim eu não posso
Isto não é direito
Pode ser bonita
Mas não tanto assim

Esta é a maneira discreta
De se enfeitiçar, não é?
Sigo ao seu lado agradando
Sem acreditar, sem não
Todos amigos e gente
Que estavam no bar, no ar
Falam coisas de mim
Cantador popular

Estou querendo agradar
Só querendo agradar



segunda-feira, 19 de junho de 2017






SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 20/03/2015
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 106,9 Mhz
São Luís-MA

STAN GETZ & CHET BAKER - LINE FOR LYONS

O programa Sexta Jazz desta semana mostrará um registro histórico de dois dos maiores ícones do jazz, numa gravação feita na Inglaterra para um disco lançado em 1983. O álbum põe lado a lado a extrema competência do trompetista e cantor cool Chet Baker com o soberbo saxofonista-tenor Stan Getz, acompanhados por um trio da primeira linha composto pelo pianista Jim McNeely, pelo baterista Victor Lewis e pelo baixista Gorge Mraz. Na época da gravação, Baker residia na Holanda e aproveitou uma turnê européia de Getz  para reeditar uma antiga parceria que havia sido feita com o sax-barítono de Gerry Mulligan nos idos de 1957. A edição deste disco se deu ainda em plena efervescência do cool  e do West Coast jazz e mostra momentos de grande lirismo em contraponto com um drive carregado de muito swing. A interpretação da música Line For Lyons mostrada na parte final do programa com o duo tocando "à capela", isto é, sem a participação dos demais músicos, é sem dúvida um momento antológico da história do jazz. 


Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini