CARTA PARA O DESTINO

Escrevi uma carta para o meu destino
Mas errei o destinatário
A carta foi, por engano
Entregue ao destino de um outro
Que não a havia enviado

Na carta fui incisivo
“Quero saber da minha morte
Quando será, onde e como
E o que encontrarei mais tarde
Quando estiver do outro lado”

A resposta veio logo
Num envelope estampilhado
Demonstrando um certo espanto
Pois o outro havia partido
No fim do ano passado

Aprendi então que o certo
É não se preocupar com a morte
Deixá-la ao sabor do vento
Deixá-la ao sabor da sorte
Vivendo o melhor da vida e dela tirando proveito

Set 2017

SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 22/12/2017

THE STOCKHOLM CONCERT
ELLA FITZGERALD AND THE DUKE ELLINGTON ORCHESTRA

A noite de 7 de fevereiro de 1966 marcou a história da música na Suécia, com o encontro no Stockholm Concert Hall de duas das mais emblemáticas figuras do jazz do século 20 - a cantora Ella Fitzgerald e a orquestra de Duke Ellington. O concerto foi gravado ao vivo, mas esta gravação curiosamente teve seu lançamento no mercado feito apenas em 1984, pela Pablo Records. Nela, pode-se notar a intensa vibração do público sueco com o canto improvisado de Ella e com os arranjos espetaculares de Ellington. Duke traz consigo seus principais músicos, como Johnny Hodges, Paul Gonsalves, Harry Carney e Jimmy Hamilton, e Ella interpreta alguns standards do próprio Ellington - "Duke's Place", "Satin Doll" e "Cotton Tail" - em meio a canções de Burt Bacharach - "Wives and Lovers" - e Cole Porter - "Let's Do It" - e à tradicional "How High the Moon", de Lewis e Hamilton. No programa, a bossa gingada de Jobim e Vinicius "Sá Danço Samba".        

Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

                                                                                                                                    

CEFALEIA (II)

(Samba composto em 1974)

(Augusto Pellegrini)

Ai, meu sábado

Que mal que você me fez

Para eu lhe tratar desta maneira

Como sendo brincadeira

Estar em casa outra vez

O fato de eu estar passando mal

Desde o fim do carnaval

Tem razões muito sérias

Que férias, miséria

Vou curtir minha ressaca

Até o fim da primavera

Que dura espera

Que férias, miséria

Frequentar samba-de-roda

Um batuque, ai quem me dera

No entanto

Fico em casa, amargurado

Cuidando do meu fígado estragado

Que férias, miséria

Vou curtir minha ressaca

Até o fim da primavera

Que dura espera

Que férias, miséria

Frequentar samba-de-roda

Um batuque, ai quem me dera