sábado, 17 de setembro de 2022

 


FLOR DO MANGUE

(Augusto Pellegrini)

Pobre puta de alma destroçada
Sem rumo exato e com destino incerto
É sempre vista e sempre rejeitada
Como o fio de esgoto que passa por perto

Rosa sem viço, flor despetalada
Olhar sem brilho, coração em postas
Voz sem vontade, imagem desfocada
Pesado fardo a carregar nas costas

Surge outro dia sem futuro ou paz
E ela oferece muito mais que um beijo
Quem passa sente um misto de desejo
E desolação, que a triste imagem traz

Falsa alegria, libido canhestro
De quem fez da vida um pacto de sangue
Uso e descarte é a sina que lhe resta
Estrela apagada, pobre flor do mangue

 

Fevereiro 2019

 

 


SINOPSE DO PROGRAMA SEXTA JAZZ DE 27/09/2019
RÁDIO UNIVERSIDADE FM - 1-6,9 Mhz
São Luís - MA

WINARD HARPER & JELI POSSE - COEXIST

Hiram Winard Harper é um baterista e percussionista americano muito conceituado não apenas como instrumentista, mas também como professor e como um inovador do jazz do século 20. Com quase 60 anos de idade, ele construiu a sua experiência e o seu beat através de trabalhos executados a partir da década de 1980 com os saxofonistas Dexter Gordon e Johnny Griffin - mais tarde com seu próprio grupo, chamado The Harper Brothers - e com a cantora Betty Carter. Harper concentra sua música em raízes africanas e caribenhas, fazendo inclusive uso de um instrumento da África Ocidental chamado "balafon", um precursor do xilofone. Este álbum traz Winard Harper com seu grupo, chamado Jeli Posse, apresentando composições do próprio líder e também a emblemática "In a Sentimental Mood", de Duke Ellington, com destaque para o sax-tenor de Frank Wess.  

 Sexta Jazz, nesta sexta, oito da noite, produção e apresentação de Augusto Pellegrini

                                                                                                                                    

 

 

 

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

 


DISSERAM    

1979

(Samba de Augusto Pellegrini)

 

Disseram que eu sou um tolo

Por viver ao lado

De quem não me quer

Falaram que eu levei tanto bolo

Por querer bem

E agradar essa mulher

 

Disseram...

 

Disseram que eu sou um tolo

Por viver ao lado

De quem não me quer

Falaram que eu levei tanto bolo

Por querer bem

E agradar essa mulher

 

Eu reconheço que não dá

Ficar sem ela na cabeça

A própria vida é quem nos faz

Matar o nosso amor

Esqueça

 

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

 


NOVOCABULÁRIO INGLÊS

(EF – English Live)

Most common English idioms and phrases 

(ver tradução após o texto) 

LET THE CAT OUT OF THE BAG  

 

This expression means “to reveal a secret”. 

“She let the cat out of the bag about their wedding plans”    

 

           

TRADUÇÃO 

Expressões idiomáticas mais comuns na língua inglesa 

LET THE CAT OUT OF THE BAG (tirar o gato do saco) significa “DAR COM A LÍNGUA NOS DENTES”

 
A expressão significa “revelar um segredo”. 

“Ela deu com a língua nos dentes a respeito dos planos do casamento”

           

 

                        

 

terça-feira, 13 de setembro de 2022

                                                               


                                                              PÁGINAS ESCOLHIDAS

Do livro O BRUXO DE CONCEPCIÓN (2011)
(Augusto Pellegrini)

 O BRUXO DE CONCEPCIÓN

Tudo começara quando El Gran Gachot, um prestidigitador e ilusionista venezuelano que andava pelo México afora, precisou de um assistente para auxiliá-lo nos seus truques. Aos dezesseis anos, Emerenciano Ycaplán, que era esperto e expedito, apesar de robusto e bem cevado, assumiu a tarefa com tamanha perfeição que logo passou a comandar parte da cena, ficando para o grande Gachot o lado mais complexo do espetáculo.

Fazer sumir e depois reaparecer lenços de seda coloridos e graciosas pombinhas brancas, colocar moedas de diversos tamanhos atrás da orelha ou no bolso do colete para depois reencontrá-las em outros lugares mais imprevistos, multiplicar cigarros acesos por entre os dedos roliços e teimosos e encantar o público com um baralho chinês eram algumas maravilhas que Emerenciano fazia sem pestanejar.

As mãos se moviam agilmente como duas aranhas espertas e a boca emitia sons místicos e palavras de ordem, fazendo com que um relógio de ouro se transformasse em um punhado de papel picado e reaparecesse no bolso de um aparvalhado espectador.

O corpanzil se movimentava como um pião, enquanto surgiam da gola e das mangas da camisa os mais variados objetos sob o aplauso frenético da turba excitada.

Finalmente, ele passou a adivinhar pensamentos, datas e nomes com uma precisão impressionante, a ponto de começar a roubar o espetáculo para si, a despeito do velho Gachot.  

(Uma lenda tropical conta a saga de um bruxo que desafiou a medicina) 




segunda-feira, 12 de setembro de 2022

 


FIM DE CASO

(Augusto Pellegrini)

Se perguntares o que eu sinto, não minto
Dir-te-ei todos os meus doridos ais
Uma coisa, porém, eu advirto – não consinto
Que faças uso mau desses meus ais, jamais

Se perguntares do que eu gosto, não digo
Farei segredo deste meu particular
E uma outra coisa eu advirto – e insisto
Que meus direitos deves sempre respeitar

Se perguntares pra onde vou, não conto
Pois meu caminho só a mim cabe encontrar
E que uma coisa fique claro – e pronto!
Quem me seguir por certo irá se lamentar

Se perguntares sobre o meu passado
Eu fico surdo pra não responder
Pois gostaria de deixar de lado
Coisas que o tempo teima em reviver

Se perguntares o que eu penso do seu gesto
Eu vou dizer que pra mim tanto faz
Pois procedendo assim, com meu protesto
Eu finalmente sentirei a paz

Por fim, se perguntares por que me recuso
A entabular práticas de amor contigo
Eu só direi – cansei de ser intruso
Noites de amor não se faz com o inimigo

Novembro 2018