quinta-feira, 22 de março de 2018






A PORTA ABERTA

(Augusto Pellegrini)

E, de repente, a porta fica aberta
Deixando passar uma lembrança amarga
Tento um protesto, mas a voz embarga
Lembrança errada na hora mais incerta

Por que voltaste a me assombrar em sonhos
E reviver uma mágoa esquecida?
Lembrança má das ilusões sofridas
Qual vagas loucas chicoteando escolhos

A porta fica aberta e tu passas por ela
A mesma imagem que atravessa os anos
Dores da alma, pranto, desenganos
Passam também, seguindo o vulto em tela

Quero acordar deste meu sonho ruim
Fugir do teu, do meu fantasma abjeto
Sonho importuno que me deixa inquieto
Sonho indiscreto que não tem mais fim

Mar 2018





Nenhum comentário: