segunda-feira, 30 de março de 2020





SENSAÇÕES

Nossa percepção pode provocar as mais diferentes sensações de conforto ou inquietação. Por não existir qualquer embasamento lógico ou filosófico, algumas destas sensações podem soar familiares para alguns e absurdas para outros.
Estas sensações variam de acordo com cada indivíduo, o que prova que o sentimento pode ter mil faces independentemente do ato gerador da emoção.
A mim, me fazem bem as imagens das grandes cidades do final do século dezenove ou início do século vinte, muito embora eu seja sabedor que o bem-estar social fosse alarmante, que as doenças grassavam na população, e que a miséria, o lixo e a falta de cuidados médicos e sanitários fossem uma constante naquele dado momento histórico. Imaginem o esgoto correndo a céu aberto. Imaginem o excesso de roupa e a falta de banho. Imaginem uma consulta ao dentista ou a necessidade de uma cirurgia em pleno 1900!
Por outro lado, as imagens das duas guerras mundiais tanto podem ser heroicas como devastadoras, dependendo do ponto de vista e do lado para o qual a sua família torcia na época. Os “tommies” americanos pareciam jovens universitários bem-comportados, ao passo que os alemães em preto-e-branco passavam uma imagem sinistra e os japoneses preparando armadilhas no meio do pântano em nada faziam lembrar os simpáticos nerds de óculos que adornam hoje em dia as universidades de todo o mundo.
Do ponto de vista histórico, a segunda guerra mundial me parece fascinante, apesar de todas as monstruosidades que proporcionou e de ser a hecatombe que teve um impacto social bem maior do que as investidas mongóis na Europa ou as guerras napoleônicas.
Como um bicho criado em uma metrópole, eu aprecio mais um monumento histórico ou um marco da civilização do que a vista paradisíaca de cascatas e arvoredos. Eu não tive uma infância à beira do rio, tomando leite mugido e vivendo a realidade da vida da roça, então não me emocionam as narrativas campestres.  
Mas a natureza também canta ao meu ouvido. Amo o céu limpo, azul ou estrelado, a lua brilhante e o por do sol, embora me incomode a chuva que tolda os horizontes da minha visão e dificulta os meus movimentos. Adoro a revoada de pássaros, o cacarejar do galo e a presença ou a visão dos animais – domésticos ou selvagens – bem como a forma como eles se comunicam com a gente.
Os amigos dirão que há controvérsias.
    


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