sábado, 16 de maio de 2020





CARTA PARA O DESTINO

Escrevi uma carta para o meu destino
Mas errei o destinatário
A carta foi, por engano
Entregue ao destino de um outro
Que não a havia enviado

Na carta fui incisivo
“Quero saber da minha morte
Quando será, onde e como
E o que encontrarei mais tarde
Quando estiver do outro lado”

A resposta veio logo
Num envelope estampilhado
Demonstrando um certo espanto
Pois o outro havia partido
No fim do ano passado

Aprendi então que o certo
É não se preocupar com a morte
Deixá-la ao sabor do vento
Deixá-la ao sabor da sorte
Vivendo o melhor da vida e dela tirando proveito

Set 2017


2 comentários:

José de Oliveira Ramos disse...

Parabéns!
Esse é um caminho para "alimentar o vício" das Redes Sociais, ficando distasnte de algumas inconveniências - inclusive de pessoas "letradas" que a gente imaginava humanas e educadas. Vivem, mas não aprendem separar a amizade da cegueira política. Como posso me sentir bem num ambiente, onde pessoas, por qualquer bobagem rotulam outras de jumento, gado, fascista, isso ou aquilo?

BRUNO ANTONIO MARTINS DE GUIMARÃES disse...

Parabéns, sempre gostei de ler o que você escreve meu amigo, sempre inteligente, corrente e crítico.
Forte abraço.