domingo, 24 de maio de 2020






EU TIVE UM SONHO

Entre outros escritos, eu tenho pronto para entrar no forno (ou sair do forno) um livro chamado “As Cores do Swing” (279 páginas), já formatado e revisado – mas não publicado – pela Editora Resistência Cultural, aqui de São Luís.
O livro fala sobre as origens do swing – estilo musical jazzístico - e explora os seus principais nomes – orquestras, títulos, biografias – seguindo esta temática apresentada na página 8:

Esta é a história de um símbolo americano, que representa a manifestação mais alegre e descontraída do jazz. É também a história que mais e melhor abriga o sentimento musical cultivado pelo povo norte-americano durante as décadas que marcaram a construção dos Estados Unidos como um dos líderes do planeta.
A importância do swing não deve ser medida apenas em termos musicais, pois o seu advento teve implicações socioeconômicas e culturais profundas, funcionando como um marco histórico e uma força motriz que integrou diversos pontos geográficos do país e movimentou diversas partes da sociedade americana.
O swing nasceu da necessidade da modernização dos arranjos das grandes orquestras – com a utilização racional de diversos instrumentos musicais – e da inclusão de diferentes elementos jazzísticos na música orquestral, e foi causa e consequência diretas da miscigenação racial presente na música norte-americana a partir da segunda década do século vinte.
Antes da chegada do swing, a música tocada nos Estados Unidos era fragmentada. Boa parte da América cultuava uma variante tipicamente negra, nascida no sul e fortemente impregnada pela alma do escravo liberto. Outra parte vivenciava uma música originalmente branca e culturalmente europeia, espalhada por outros pontos do país – especialmente no norte e nordeste – e influenciada pelas orquestras de concerto. As grandes regiões do centro-oeste cultivavam uma música brejeira chamada western country, originária da Irlanda, que servia de referência aos vaqueiros e à sua cultura campestre desde o século dezoito.
Com o swing a música americana se democratizou, e todos, brancos e negros, ricos e pobres, jovens e adultos, homens e mulheres, começaram a falar – e a dançar – a mesma língua”.

Pois bem, eu tive um sonho:
Sonhei que depois de quase dez anos após ter terminado o livro eu finalmente conseguia publicá-lo.
Em 2004 eu publiquei o livro “Jazz – Das Raízes ao Pós-Bop”, pela extinta Editora Codex – SP com abrangência nacional (atualmente fora do catálogo), e muita gente pediu para que eu fizesse uma nova edição revisada e atualizada, mas em seu lugar surgiu “As Cores do Swing”, menos didático e mais abrangente, mostrando exatamente o que eu queria transmitir aos leitores e ouvintes do jazz, pois foi escrito de uma maneira direta, simples, esclarecedora, curiosa e divertida.
Pois é, eu tive um sonho...



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