terça-feira, 1 de abril de 2014


 


ESSA LIBERTADORES...
 

Criada em 1960, a Copa Libertadores de América chega este ano à sua edição de número 55 com todos os seus encantos e surpresas. Misto de violência e charme, durante muito tempo as condições enfrentadas pelos jogadores beirava a uma guerra de fronteiras.
A participação brasileira no torneio pode ser considerada razoável, com 17 títulos e 15 vice-campeonatos conquistados. Apenas em 12 oportunidades não tivemos nenhum clube entre os quatro primeiros colocados.
A título de comparação, nossos arquirrivais argentinos possuem 22 títulos, 10 vice-campeonatos, e apenas em 10 oportunidades não terminaram entre os quatro primeiros. Os outros países vêm muito abaixo – o Uruguai tem 8 títulos, o Paraguai tem 3, a Colômbia tem 2 e o Chile e Equador têm uma  conquista cada.
Os dois maiores vencedores são argentinos (Independiente com 7 e Boca Juniors com 6), vindo na sequência o Peñarol, do Uruguai, com 5. O Estudiantes, da Argentina, tem 4. O Brasil aparece mais abaixo com 3 títulos do São Paulo e 3 do Santos, ao lado do Olimpia (Paraguai) e do Nacional (Uruguai).
Para a disputa deste ano o Brasil começou com seis clubes, mas tudo indica que alguns deles poderão ficar fora da disputa já na primeira fase.
No Grupo 1, que tem o argentino Vélez Sarsfield já classificado, o Atlético Paranaense precisa vencer ou empatar com o The Strongest na altitude boliviana. Se perder, deixa a vaga para o próprio The Strongest.
No Grupo 2, o Botafogo irá carimbar a sua passagem para a próxima fase se vencer o Unión Española, do Chile, nesta quarta-feira no Maracanã. Se perder ou mesmo empatar terá que decidir a vaga na Argentina contra o San Lorenzo, que tem as bênçãos do Papa Francisco, na última rodada.
No Grupo 4 o Atlético Mineiro depende apenas de si, e tem a vantagem de estar jogando bem. É o atual líder do Grupo, e se passar pelo Independiente Santa Fé na Colômbia no próximo jogo garante a vaga. Caso não vença, ainda pode decidir no Mineirão contra o venezuelano Zamora.
O Cruzeiro, porém, está com um pé fora do Grupo 5. Em terceiro lugar com apenas 4 pontos precisa vencer o Universidad do Chile por uma boa margem de gols para então definir a classificação em casa contra o Real Garcilaso, do Peru, e ainda torcer para que o uruguaio Defensor não faça pontos.
No Grupo 6, o Grêmio também só depende dele, precisando pelo menos empatar em Medellin contra o Nacional local para definir em casa contra o lanterna Nacional do Uruguai.
Finalmente, para se classificar no Grupo 7, o Flamengo tem a obrigação de vencer o Emelec em La Paz para então decidir a vaga contra o mexicano León no Maracanã. 
O futebol brasileiro, reconhecidamente um dos mais fortes do mundo, tem encontrado dificuldades na Libertadores contra times considerados mais fracos, e existe uma série de explicações e justificativas para tal.
Primeiro, diz a lenda que nos primórdios da competição, exatamente quando argentinos e uruguaios mandavam e desmandavam, os clubes brasileiros não se interessavam pelo torneio por considera-lo desgastante e financeiramente pouco atraente.
Depois, eram incontáveis os problemas que os times costumavam enfrentar nos acanhados campos dos adversários, com invasão de torcedores, violência gratuita e a conivência das arbitragens “caseiras”. Eram tempos sem transmissão direta de televisão e com grandes dificuldades de comunicação, muitas vezes dificultadas pelos próprios clubes mandantes.
O fato é que apesar dos números mostrarem o domínio de argentinos, brasileiros e uruguaios, o futebol sul-americano de clubes está mais ou menos nivelado, e surpresas não acontecem mais.

                                                                                                

 

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