quinta-feira, 12 de junho de 2014






É HOJE!!!

 

(ARTIGO PUBLICADO NO CADERNO “SUPER ESPORTES” DO JORNAL “O IMPARCIAL” DE 12/06/2014)

 

Único país a ter participado de todas as Copas do Mundo, o Brasil faz hoje a partida inaugural desta edição tão esperada, tão comentada e tão contestada.
O jogo acontece às cinco horas, depois do encerramento da cerimônia de abertura comandada por Franco Dragone, diretor artístico do Cirque du Soleil. A festa começa às três e meia e vai apresentar entre outras coisas, coreografias com rodas de samba, frevo, capoeira, danças gaúchas, carnaval e malabaristas brincando com a bola, além da música oficial da Copa, cantada por Jennifer Lopez, Claudia Leitte e pelo rapper Pitbull. A nossa torcida é para que o jogo seja melhor do que a música.
Ainda não existem referências sobre quem irá proferir o discurso oficial.
Depois, sob intensa expectativa, a bola rola, e seja lá o que Deus quiser. Na voz do povo, que vença o melhor – isto é, o Brasil.
A história nos tem sido pródiga nas estreias, pois conhecemos apenas duas derrotas nestes 84 anos em que as 18 edições foram disputadas, em 1930 e 1934, exatamente quando ainda procurávamos nos conhecer e avaliar o nosso potencial. É claro que, devido ao formato do torneio naquele tempo, as derrotas iniciais contra a Iugoslávia e a Espanha (2x1 e 3x1) foram não apenas iniciais como também definitivas, pois fomos eliminados no ato.
Ao longo do tempo, exceção feita a 1974 e 1978, quando empatamos com a Iugoslávia e a Suécia – respectivamente 0x0 e 1x1 – o Brasil venceu em todas as estreias. Foram 14 jogos com 40 gols marcados e apenas 10 sofridos (esta marca defensiva poderia ser mais expressiva se não tivéssemos sofrido 5 gols num único jogo contra a Polônia em 1938, quando ganhamos por 6x5).
Com exceção do México – que enfrentamos três vezes sem tomar nenhum gol – e da Coréia do Norte, nossos adversários iniciais sempre foram do bloco europeu. Foram eles a Áustria, a Bulgária, a Checoslováquia, a União Soviética, a Espanha, a Suécia, a Rússia, a Escócia, a Turquia e a Croácia.
Se valer a torcida, o Brasil tem a seu favor o fato de ter sempre vencido as primeiras partidas nas Copas em que levantou o título – Áustria 3x0 em 1958, México 2x0 em 1962, Checoslováquia 4x1 em 1970, Rússia 2x0 em 1994 e Turquia 2x1 em 2002. 
Nós já topamos com a Croácia em um primeiro jogo, em 2002, quando vencemos por um magro 1x0 no Olympiastadium de Berlim, com um gol solitário de Kaká no final do primeiro tempo.
O Brasil contava também com Cafu, Roberto Carlos, Zé Roberto, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Adriano e, livradas as proporções, pois a Copa foi disputada na Alemanha, éramos possivelmente até mais favoritos do que hoje. 
O jogo foi nervoso e difícil, e a Croácia, legítima filha da Iugoslávia, que sempre se mostrou um adversário de espeito, marcou com eficiência e anulou as principais jogadas dos nossos atletas.
Oito anos depois, o Brasil não tem no seu elenco nenhum dos jogadores que atuaram naquela partida, mas a Croácia tem dois, mais velhos mas também mais amadurecidos – o goleiro Pletikosa e o zagueiro Srna. Teria três, não fosse a contusão de Kranjcar.
E não resta dúvida que os croatas vão repetir o estilo de jogo da Copa da Alemanha, procurando manter o time atrás e buscando o contra-ataque, porque para eles segurar um empate seria um resultado heroico.
Já o Brasil precisa melhorar o rendimento que teve nos dois últimos amistosos contra o Panamá e a Sérvia e caprichar na marcação sob pressão para ganhar a posse de bola e evoluir com rapidez, apostando no jogo individual de Neymar para forçar a Croácia a fazer faltas nas proximidades da área, e na capacidade de definição de Fred.
É fundamental que o time marque um gol ainda no primeiro tempo para baixar a pressão da torcida sobre o grupo e poder jogar com tranquilidade.

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