quarta-feira, 4 de janeiro de 2017







Música para ser cantada em ritmo de marcha-frevo nas grandes cidades por ocasião das compras natalinas. Feita em 1968.



À MODA DA CASA

Silenciosamente eu saio à rua
A manhã flutua
E o nevoeiro da noite passada passou
Silenciosamente cuido de mim
Num botequim
Cerveja preta gelada
E um misto quente na chapa
Indiferente
À moda e à marca da casa

Silenciosamente no barulho
Milhões de embrulhos
Pacotes muitos
Laços cor-de-rosa nas mãos
Silenciosamente sons musicais
Sons guturais
São discos tocando alto
E gente ganhando a nota
Indiferentes à moda da casa

O grande sucesso do momento
É de ciúme, de queixume
Ou puro ardume de amor
Com azedume eu saio à rua com coragem
Não é fácil enfrentar monstro-motor
À moda da casa
Eu vejo o caso com descaso
Por acaso eu sou alguém?
Não sei...
Então eu sigo à moda da casa
Esqueço o caso num silêncio
Até que eu faço muito bem

Perigosamente o povo  vive
Mais uma crise, mais uma virgem
Pétala de rosa no chão
Naturalmente sempre os dramas existem
E as damas insistem
Em convidar na calçada
Ao menos lá na avenida
Indiferentes
Às coisas da vida



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