AS SÉRIES INVICTAS

Líder invicto do Campeonato Brasileiro, com uma folga de oito pontos sobre o segundo colocado e alcançando a marca dos 25 jogos sem perder, o Corinthians tem a possibilidade de igualar neste fim de semana a quarta maior invencibilidade da sua história, que foi alcançada com 26 jogos em 2015.

A sua maior sequência foi a de 37 jogos em 1957, o que, dadas as circunstâncias do desgastante futebol de hoje, fica difícil de ser igualado, embora não impossível. No entanto, para o torcedor é um alento saber que o time poderá terminar o turno com uma vantagem de até onze pontos sobre o seu mais direto perseguidor, podendo administrar o segundo turno até admitindo algumas derrotas.

Há que se lembrar que na era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro apenas duas vezes o campeão do primeiro turno deixou escapar o título – o Grêmio em 2008 e o Internacional em 2009.

Na época, Grêmio e Inter vinham apresentando um rendimento impecável e acabaram ultrapassados respectivamente pelo São Paulo e pelo Flamengo, que haviam terminado o primeiro turno oito pontos atrás dos respectivos gaúchos.

É curioso acrescentar que o time do Corinthians de 1957, formado por jogadores como Gilmar dos Santos Neves, Cláudio Christóvam de Pinho, Luizinho, Roberto Belangero e Oreco perdeu a invencibilidade de 37 partidas para o Santos e na partida seguinte perdeu também o jogo e o título para o São Paulo de De Sordi, Mauro Ramos de Oliveira, Zizinho e Canhoteiro.

As séries invictas sempre foram motivos de comemoração dos torcedores, pois além do time acumular pontos e eventualmente trazer títulos na bagagem, serve de provocação aos adversários.

Para os jogadores, porém, a cada partida aumentam a tensão e a responsabilidade, pois a invencibilidade algum dia vai acabar.

A maior série invicta até hoje conseguida no futebol brasileiro pertence ao Botafogo, com 52 jogos entre 1977 e 1978. O Flamengo igualou a série com 52 jogos sem perder entre 1978 e 1979. Além desses, pela ordem, os outros clubes que mais acumularam partidas sem conhecer derrota foram a Desportiva Ferroviária-ES (51 jogos entre 1967 e 1968), o Grêmio (48 jogos entre 1931 e 1933), o Santa Cruz (48 jogos entre 1978 e 1979), o Bahia (48 jogos em 1982), o Coritiba (48 jogos entre 2010 e 2011), o São Paulo (45 jogos entre 1974 e 1975), novamente o Grêmio (42 jogos em 1981), o Palmeiras (40 jogos entre 1971 e 1972) e o Sport (40 jogos em 1960).

Os números europeus também são muito eloquentes, mostrando a invencibilidade de 62 jogos do Celtic-Escócia entre 1915 e 1917, seguido pelo Union SG-Bélgica (60 jogos entre 1933 e 1935), Benfica-Portugal (48 jogos entre 1963 e 1965), Dinamo Zagreb-Croácia (45 jogos entre 2014 e 2015), Juventus-Itália (43 jogos entre 2011 e 2012), Ajax-Holanda (42 jogos entre 1995 e 1996), Milan-Itália (42 jogos entre 1991 e 1992), Nottingham Forest-Inglaterra (40 jogos em 1978) e Real Madrid-Espanha (40 jogos entre 2016 e 2017).

Entre as seleções, o Brasil lidera ao lado da Espanha, ambos com 35 jogos. O Brasil estabeleceu a marca no período 1993-1996, e a Espanha entre 2007 e 2009. Depois vêm a Argentina (31 jogos entre 1991 e 1993), a Hungria (30 jogos entre 1950 e 1954), s França (30 jogos entre 1994 e 1996), a Coréia do Sul (28 jogos entre 1977 e 1979), a Colômbia (27 jogos entre 1992 e 1994), a Itália (25 jogos entre 2004 e 2006), a Holanda (25 jogos entre 2006 e 2010) e Gana (24 jogos entre 1981 e 1983).  

         

 (Artigo publicado no caderno de Esportes do jornal O Imparcial de 05/08/2017)