segunda-feira, 16 de outubro de 2017






INCOERÊNCIA

Quando acordado finjo estar dormindo
Pois me enclausuro e fico desligado
Faço de conta que não vejo as coisas
Me faço de morto pra não ser notado

Evito desta forma desconfortos
Que infelizmente esta vida nos traz
Ficando alheio a tudo o que me cerca
E fechando os olhos pra encontrar a paz

Quando estou sóbrio só cometo asneiras
Tropeço ideias e sou inconveniente
Só quando o vinho esquenta a minha alma
Eu me transformo em cidadão decente

Quando eu me irrito me abro em sorrisos
Mas o desejo cresce lentamente
Da mão se esgueirar envolvendo o pescoço
Para apertá-lo como um torniquete

Louco não sou, apenas transpareço
Viés que me foi dado um dia por direito
Pra que eu me defendesse de outros mais loucos
Assim sobrevivendo do meu próprio jeito

Janeiro 2011


 

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