quinta-feira, 18 de novembro de 2021

                                     



                                   EU E A MÚSICA – ESSE TAL DE ROCK AND ROLL
                                                            (Augusto Pellegrini)

O rock é bom e eu gosto – Parte 2

A bibliografia do rock segue em frente.
Durante os anos 1960,  surgiram The Monkees – “I’m A Believer” (Neil Diamond), “Steppin’ Stone” (Robert Luke Harshman e Tommy Boyce) e “Look Out – Here Comes Tomorrow” (Neil Diamond); The Doors, uma banda cheia de estilo que teria ido mais além se não fosse a morte de Jim Morrison – “Light My Fire” (Jim Morrison, John Densmore, Ray Manzarek e Robby Krieger), “Peace Frog” (Jim Morrison, John Densmore, Ray Manzarek e Robby Krieger) e “L.A.Woman” (Jim Morrison, John Densmore, Ray Manzarek e Robby Krieger); e The Beach Boys, cujo principal sucesso foi a música “Surfin U.S.A.”
(que na verdade era “Sweet Little Sixteen”, de Chuck Berry, com uma letra diferente feita por Brian Wilson). Outros sucessos dos Beach Boys foram “I Get Around” (Mike Love e Brian Wilson) e “Wouldn’t It Be Nice” (Brian Wilson), lançada com um clipe onde os participantes da banda imitavam os trejeitos dos Beatles no cinema.
Os negros que gravavam discos não eram muitos – quase que só Chuck Berry – “Johnny B.Goode” (Chuck Berry), “Sweet Little Sixteen” (Chuck Berry) e “Rock & Roll Music” (Chuck Berry) e Little Richard – “Long Tall Sally” (Richard Penniman, Enotris Johnson e Robert Blackwell), “Good Golly Miss Molly” (Robert Blackwell e John Marascalco) e “Lucille” (Albert Collins), que cantavam o rock and roll com menos influência do western country, mas com muita influência do rhythm & blues e do soul, o que acabava produzindo alguma diferença entre a sonoridade da sua música e a do rock-a-billy dos brancos.
Quando surgiu, o rock and roll era uma música intensa e vinha substituir a dança nos salões onde o swing das grandes orquestras começava a perder espaço, e deixou de ser “música da raça” ao cair no gosto da classe média branca americana e se tornar comercialmente palatável para os donos das gravadoras.
No final dos anos 1950 o rock invadiu as Ilhas Britânicas, fazendo aparecer alguns grupos pioneiros, como a primeira banda de John Lennon e Paul McCartney – The Quarrymen – “I’ll Follow The Sun” (John Lennon e Paul McCartney), “One After 909” (John Lennon e Paul McCartney) e “Maggie Mae” (música tradicional de Liverpool) – todas as três foram gravadas muitos anos depois pelos Beatles; Cliff Richard e os Drifters (depois chamados de Shadows) – “Twenty Flight Rock” (Ned Fairchild e Eddie Cochran), “Living Doll” (Lionel Bart) e “Move It” (Cliff Richard).
Com o passar do tempo e o crescimento da música pop, que fugia da pegada do rock, principalmente durante a década de 1970 – com Michael Jackson, Madonna, Billy Joel, Stevie Wonder, Paul Simon, James Brown, Carpenters, The Guess Who, Carole King, Chicago, America, Bruce Springsteen, Prince, Diana Ross – o rock and roll e o blues moderno perderam espaço nos Estados Unidos, e ganharam força nas Ilhas Britânicas, em outros países da Europa e também na Austrália, como bem atestam as mega-carreiras dos Beatles, Rolling Stones, Yardbirds, Animals, The Who, Deep Purple, Eric Clapton, Jeff Beck, John Mayall & Bluebreakers, Led Zeppelin, Pink Floyd, e muitos outros.
Evidentemente o Brasil não iria ficar fora dessa influência e, passado o tempo do “roquinho”, trouxe à tona nos anos 1980 um rock cheio de conteúdo, com um perfil contestador, num movimento denominado “Rock Nacional”.
O movimento eclodiu em Brasília, mas logo teve a cumplicidade de jovens músicos de todo o país, com o aparecimento de Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Biquini Cavadão, Ultraje a Rigor, Ira!, Capital Inicial, Camisa de Vênus e muitas outras.
Com uma história que já atravessa gerações o rock conquistou o seu lugar na música do século 20 e mostra que veio pra se perpetuar no século 21, quer utilizando a base acústica que marca a sua origem, quer privilegiando instrumentos eletrônicos, a tecnologia ou os sons esotéricos, pois o seu segredo não reside apenas na sonoridade, mas principalmente no espírito da música.      
Por essas e outras é que o rock é bom e eu gosto. Quem vivenciou esta trajetória nunca vai deixar de ser roqueiro.

Nenhum comentário: