segunda-feira, 14 de abril de 2014





UM DOMINGO DE DECISÕES

 

O futebol brasileiro viveu ontem mais um dia de gala.
Os grandes centros conheceram os seus campeões regionais, numa comprovação de que os campeonatos estaduais, tão combatidos por muitos, ainda mantêm o seu glamour.
Finalmente o público resolveu ir ao estádio em todas as praças onde houve decisão de título, acrescentando aquela pitada de rivalidade tão necessária para a sobrevivência do futebol.
Independentemente da ausência de alguns clubes chamados grandes não terem chegado até a luta pelo título, as finais abrigaram aqueles que de fato tiveram o seu mérito, depois de uma maratona de jogos às vezes desinteressantes e de pouca afluência de torcedores.
Em Goiás, tudo foi pura emoção. O Atlético Goianiense anotou o seu gol salvador já nos acréscimos, para desespero e desencanto da torcida do Goiás.O Atlético alcançou o seu décimo-terceiro título estadual contra 24 títulos do adversário.
No Paraná a decisão ficou por conta de Londrina e Maringá, que não tomaram conhecimento do Atlético e do Coritiba, os tradicionais papões, nem do Paraná, considerado a terceira força. O título ficou com o Londrina, nos pênaltis. É o quarto da história.
Na Bahia, deu Bahia contra o eterno rival Vitória. O tricolor já havia vencido o primeiro jogo e o empate só fez confirmar a sua melhor fase.  São 45 títulos do Bahia contra 27 do Vitória.
Em Minas, um superclássico de arrebentar corações entre os donos da maior rivalidade do futebol brasileiro. Cruzeiro e Atlético Mineiro, dois clubes embalados pela classificação conseguida para a segunda fase da Copa Libertadores justificaram o atual equilíbrio de forças e emplacaram o segundo 0x0 no mata-mata da decisão. Melhor para o Cruzeiro, que jogava com a vantagem de dois empates por ter tido uma melhor campanha durante o campeonato e acabou ganhando o título de forma invicta. São 39 títulos, contra 42 do Atlético.
No Rio Grande do Sul, outro clássico de tradição, reunindo Internacional e Grêmio, desta vez disputado na cidade de Caxias porque o Inter, mandante do jogo, não pode utilizar seu estádio novinho em folha, cujo entorno ainda parece um canteiro de obras, o que poderia causar problemas com a segurança dos torcedores.
O resultado foi surpreendente, considerando o equilíbrio que geralmente norteia este clássico, e os 4x1 impostos pelo Inter poderá inclusive causar um forte abalo no emocional gremista, que precisa agora dar a volta por cima para encarar a Libertadores.
A história registra 43 títulos do Colorado contra 36 do rival tricolor.
Em São Paulo, outra surpresa: após ficar na frente do Corinthians no seu grupo, vencer o São Paulo e eliminar o Palmeiras nas semifinais, o Ituano se credenciou a uma final histórica contra o Santos, o melhor time do campeonato.
E, mesmo perdendo o jogo por 1x0, acabou ganhando o título na cobrança das penalidades.
O Ituano já havia sido campeão em 2002, mas aquele campeonato não teve a participação dos clubes grandes, que estavam empenhados na disputa do Torneio Rio-São Paulo. Desta vez o título veio pra valer, com uma campanha de qualidade.
No Rio de Janeiro, outra vez o Clássico dos Milhões, entre um Flamengo abatido pela eliminação precoce na Copa Libertadores e um Vasco que vem alternando boas e más exibições. Infelizmente, com outro erro crasso da arbitragem – que eu prefiro chamar de infelicidade – o Vasco foi prejudicado e o título ficou nas mãos do Flamengo, o que veio coroar um campeonato pífio e mal planejado. O resultado de 1x1 teve a clara influência dos árbitros, pois o empate aconteceu de uma forma irregular.
Eis um título para não ser comemorado.

                                                                                               

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