sábado, 29 de julho de 2017




GOLEIROS

Esta semana foi particularmente difícil para os goleiros, no caso, para os ex-goleiros.
A morte levou Waldir Peres e Max, e andou circulando perigosamente nas cercanias de Marcos, que foi submetido a uma delicada cirurgia no coração mas felizmente já está em recuperação.
Waldir Peres de Arruda, paulista de Garça, atuou profissionalmente desde 1970 até 1989. Começou na Ponte Preta e se consagrou no São Paulo, onde jogou 617 partidas de 1973 até 1984, passando depois por vários clubes - América-RJ, Guarani, Corinthians, Portuguesa e Santa Cruz, até voltar para a Ponte Preta para encerrar a carreira.
Foi também treinador entre 1990 e 2013 onde dirigiu diversos times menores, começando pela Internacional de Limeira e encerrando no Grêmio Maringá.
Waldir Peres foi goleiro da seleção brasileira de 1975 até 1982 e atuou na Copa do Mundo da Espanha, onde fez parte da geração Zico-Junior-Sócrates-Cerezo-Falcão e engoliu um frango histórico contra a União Soviética mas "fechou" o gol em outras ocasiões. Tinha 66 anos.
Maxlei dos Santos Luzia, o Max, era carioca da cidade do Rio de Janeiro, e faleceu prematuramente, aos 42 anos.
Max foi revelado pela Portuguesa da Ilha em 1995 e atuou profissionalmente até 2013, quando encerrou a carreira jogando pelo Gama-DF. Passou por diversos clubes, mas seu destaque maior foi quando defendeu o Botafogo F.R., onde jogou por seis anos - de 2002 a 2008 -  onde realizou 85 jogos.
Marcos Roberto Silveira Reis, conhecido como São Marcos ou Marcão entre os torcedores do Palmeiras onde atuou de 1992 a 2012, é uma das referências do clube. Marcos nasceu em Oriente, interior de São Paulo, e durante toda a sua carreira profissional apenas jogou no alviverde, atingindo a marca de 533 jogos. Ele jogou pela seleção brasileira de 1999 a 2005, sendo campeão da Copa América (1999),da Copa do Mundo Japão-Coréia (2002) e da Copa das Confederações (2005). Tem 43 anos.
São três histórias diferentes de três jogadores que um dia foram aplaudidos nos gramados, objeto da paixão dos torcedores dos times pelos quais atuavam e, sem dúvida, da admiração dos adversários que torciam contra eles.
Waldyr Peres chegou a ser unanimidade no São Paulo, mas foi questionado na seleção. Max teve um breve período de brilho no Botafogo mas nunca chegou ao status de Manga, Zé Carlos ou Jefferson. Marcos tem a mesma reverência de quem torceu por Oberdan, Valdir ou Leão.
Já foi dito um dia que ser goleiro é aceitar uma situação de solidão. Mas quanto mais solitário ele estiver, melhor para o seu time, que está tratando da bola no outro hemisfério do campo.
Ele é também um atleta que pode ir do céu para o inferno em questão de minutos - uma defesa milagrosa ou um reflexo salvador podem ser jogados água abaixo por uma falha grotesca ou um frango monumental.
O goleiro tem que mostrar muita coragem e personalidade. 
Começa sendo geralmente preterido nas peladas ou no futebol disputado em colégios por não ter a mesma habilidade e velocidade dos jogadores de linha mas passa a merecer respeito quando evita que um time de jogadores de linha ineficientes seja derrotado, mercê de suas defesas arrojadas ou quando corajosamente se lança sobre os pés dos atacantes mesmo sujeito a choques violentos.
Todo jogador pode errar, menos o goleiro. Dizia Moacyr Barbosa, goleiro da seleção brasileira que perdeu a final da Copa do Mundo de 1950 para o Uruguai, que "no Brasil nenhum criminoso pode ser condenado à pena perpétua, mas o goleiro que sofreu o gol que resultou na perda da Copa, pode", se referindo ao calvário que teve que enfrentar por toda a vida depois do fatídico Maracanazzo.
   
 
 
 

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