quinta-feira, 27 de junho de 2019






BESTEIROL

Rebuscando meus pertences, entre achados e perdidos deparei-me com mais um escrito cuja origem desconheço. Trata-se de um script para teatro. Não sei quem o escreveu – acho que não fui eu – mas, sempre fascinado com absurdos e coisas sem sentido (que afinal sempre acabam deixando alguma mensagem), resolvi publicá-lo.

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CENÁRIO: Porta de um teatro, onde pessoas esperam na fila do guichê e outras passam pela calçada. Na calçada, segurando uma cesta de flores, está uma vendedora de flores. Ela caminha de lá para cá gritando compassadamente:

FLORISTA: “Flores! Flores!”

Um homem se aproxima, segura o braço da vendedora e diz:

HOMEM: “Sou eu!”
FLORISTA (olhando surpresa): “O que? O que você quer dizer com – ‘Sou eu’”?
HOMEM: Sou eu. Flores. Este é o meu nome!” – apresentando-se com vênia. “Sargento Jaime Flores, à sua disposição, senhorita. Você estava me chamando?”
FLORISTA: “Não senhor, estou só vendendo flores.”
HOMEM: “Oh, oh! Acho que cometi um engano”.
FLORISTA: “Com certeza, senhor”.
HOMEM: “Porque você não anuncia as flores pelo nome delas?”
FLORISTA: “Assim?” – e começa a gritar – “Margaridas! Violetas!, Rosas!”

Algumas pessoas que estão na fila se movimentam. Duas delas se aproximam e dizem:

MULHER 1: “Sim? Eu sou a Margarida!”
MULHER 2: “Você me chamou? Meu nome é Rosa!”
FLORISTA: “Oh não! Vai começar tudo de novo!?”



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