quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

 


 À MODA DA CASA 

(marcha de Augusto Pellegrini - 1968)

 

Silenciosamente eu saio à rua

A manhã flutua

E o nevoeiro da noite passada passou

Silenciosamente cuido de mim

Num botequim

Cerveja preta gelada

E um misto quente na chapa

Indiferente

À moda e à marca da casa

 

Silenciosamente no barulho

Milhões de embrulhos

Pacotes muitos, laços cor de rosa nas mãos

Silenciosamente sons musicais

Sons guturais

São discos tocando alto

E gente ganhando a nota

Indiferentes

À moda da casa

 

O grande sucesso do momento

É de ciúme, de queixume

Ou puro ardume de amor

Com azedume eu saio à rua

Com coragem

Não é fácil enfrentar monstro-motor

À moda da casa eu vejo o caso

Com descaso

Por acaso eu sou alguém?

Não sei

Então eu sigo à moda da casa

Esqueço o caso num silêncio

Até que eu faço muito bem

 

Perigosamente o povo vive

Mais uma crise, mais uma virgem

Pétala de rosa no chão

Naturalmente sempre os dramas existem

E as damas insistem

A convidar na calçada

Ao menos lá na avenida

Indiferentes

Às coisas da vida

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA

FLETCHER HENDERSON (1897-1952) (*)

 

Nome completo – James Fletcher Hamilton Henderson Jr.

Nascimento – Cuthbert-Georgia-EUA

Falecimento – Nova York-New York-EUA

Instrumento – piano

(*) Alguns biógrafos dão como data de nascimento dezembro de 1898.

 

Comentário – Fletcher Henderson foi um músico de muita importância nos primórdios do jazz orquestrado, quer como um bandleader inovador, quer como arranjador, ou ainda como descobridor de talentos. É indiscutível que as orquestras que ele conduziu nos anos 1920 e 1930 foram fundamentais para o desenvolvimento do jazz orquestrado em Nova York e serviram de modelo para diversas outras formações que vieram a seguir. Henderson foi um pianista que deu certo quase sem querer, pois sua intenção, ao se mudar de Atlanta-Georgia para Nova York, o grande centro nervoso dos Estados Unidos, era ser químico e farmacêutico. Devido à falta de oportunidades acadêmicas, ele começou a tocar piano e acompanhar cantores para depois se aventurar na montagem de uma orquestra. Grandes músicos de jazz, como Coleman Hawkins, Don Redman e Benny Carter, praticamente começaram as suas carreiras participando do seu grupo. Antes mesmo que as big bands passassem a comandar o panorama musical, a orquestra de Fletcher Henderson já era considerada a mais perfeita e inovativa, graças aos seus arranjos ousados e totalmente voltados para o jazz, e até o aparecimento de Duke Ellington em 1927, ele não tinha concorrentes. Henderson não gostava de viajar, e o fato de permanecer durante tanto tempo sem sair de Nova York abreviou o tempo de duração da sua orquestra. Ao abandonar a carreira de bandleader, ele dedicou o seu tempo a escrever arranjos para outras orquestras e, esporadicamente, a trabalhar com pequenos conjuntos, como o sexteto de Lucky Thompson em 1950. De 1950 até a data do seu falecimento, em 1952, Henderson sofreu uma série de acidentes cardiovasculares que o paralisaram parcialmente, impedindo-o de prosseguir com o seu trabalho. Fletcher Henderson manteve-se musicalmente ativo desde o início dos anos 1920 até o início dos anos 1950.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Ben Webster (sax-tenor), Benny Carter (sax-alto), Benny Morton (trombone), Charlie Green (trombone), Coleman Hawkins (sax-tenor), Dickie Wells (trombone), Israel Crosby (contrabaixo), J.C.Higginbotham (trombone), Joe Smith (trompete), John Kirby (contrabaixo), Kaiser Marshall (bateria), Lester Young (sax-tenor), Louis Armstrong (trompete), Rex Stewart (trompete), Roy Eldridge (trompete), Russell Procope (sax-alto), Sid Catlett (bateria), Tommy Ladnier (trompete).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1923 a 1938)

 

Alabamy Bound (Buddy De Sylva-Bud Green-Ray Henderson)

Beale Street Blues (William  Christopher  Handy)

Can You Take It? (Fletcher Henderson)

Chime Blues (Fletcher Henderson)

Clarinet Marmalade (Henry Ragas-Larry Shields)

Copenhagen (Walter Melrose)

Cotton Picker’s Ball (Elmer Schoebel)

Dicty Blues (Fletcher Henderson)

Don’t Be That Way (Benny Goodman-Edgar Sampson-Mitchell Parish)

Down South Camp Meeting (Fletcher Henderson-Irving Mills)

Fidgety Feet (Eddie Edwards-NickLaRocca-Henry Ragas-Tony Sbarbaro-LarryShields)

Go ‘long Mule (Henry Creamer-Robert A. King)

Gulf Coast Blues (Clarence Williams)

Henderson Stomp (Fletcher Henderson)

Hotter Than ‘ell (Fletcher Henderson)

How Come You Do To Me Like You Do? (Gene Austin-Roy Bergere)

I’ll See You In My Dreams (Isham Jones-Gus Kahn)

I’m Coming Virginia (Will Marion Cook-Donald Heywood)

Just Blues (Fletcher Henderson)

Just Hot (Phil Napoleon-Jimmy McHugh-Frank Signorelli)

King Porter Stomp (Jelly Roll Morton)

Limehouse Blues (Douglas Furber-Philip Braham)

Lonesome Journey (Fletcher Henderson)

Old Black Joe’s Blues (Fletcher Henderson)

Play Me Slow (Milt Hagen)

Prince Of Wails (Elmer Schoebel)

Sensation (Nick LaRocca-Larry Shields)

Shanghai Shuffle (Gene Rodemich-Larry Conley)

Sugar Foot Stomp (Walter Melrose-Joe King Oliver-Louis Armstrong)

Swanee Butterfly (Vincent Rose-Will Donaldson)

Teapot Dome Blues (Elmer Schoebel-Irving Mills-George D. Lottman)

The Stampede (Fletcher Henderson)

The Unknown Blues (Fletcher Henderson)

Then I’ll Be Happy (Lew Brown-Cliff Friend-Sidney Clare)

Variety Stomp (Fletcher Henderson-Jo Trent-Charlie Green)

Why Couldn’t It Be Poor Little Me? (Isham Jones-Gus Kahn)

Wild Party (Will Hudson)

Wrappin’ It Up (Fletcher Henderson)

Yeah, Man! (Noble Sissle-J.Russell Robinson)

You Go To My Head (J.Fred Coots-Haven Gillespie)

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

 


AS CORES DO SWING
           (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


DUKE ELLINGTON (1899-1974) 

Nome completo – Edward Kennedy Ellington
           Nascimento – Washington-D.C.-EUA
           Falecimento – Nova York-New York-EUA
           Instrumento – piano 

Comentário – Duke Ellington foi um pianista de jazz que transcendeu a arte de tocar piano. Mais do que um excelente pianista, Ellington foi um grande compositor, um arranjador inventivo, um maestro competente e um dedicado professor, e é considerado pelos críticos e pelos especialistas um dos maiores nomes não apenas do jazz, mas da música norte-americana de todos os tempos. Ele foi um dos primeiros músicos de jazz a utilizar elementos eruditos para inovar a arte musical do século vinte e provar que seria possível a fusão entre a música negra e a tradição orquestral europeia. Nesta fusão, por mais que tomasse emprestado tais elementos, Ellington nunca deixou de utilizar a música negra como seu principal ingrediente, e esta negritude explícita está presente em cada uma das suas obras. Músicas como “In A Sentimental Mood”, “Caravan”, “Mood Indigo”, “Sophisticated Lady” e “Take The A Train” (esta composta por Billy Strayhorn, seu principal colaborador por mais de trinta anos) transcendem ao tempo e ajudam a tornar o jazz imortal. Ellington deixou um legado magnífico, compondo músicas orquestrais com característica sinfônica, músicas para dança (do balé ao swing), músicas de big bands, músicas essencialmente jazzísticas, suítes, concertos, música sacra, o mais puro blues e até algumas incursões no free-jazz. Ele era uma pessoa equilibrada e carismática, o que levou alguns dos seus músicos a tocarem na sua orquestra por mais de quarenta anos. Conta-se que seu apelido ”Duke” foi dado por um vizinho quando ele tinha oito anos, devido ao seu modo educado e elegante de agir. O fato é que, desde criança, Ellington foi um paradigma em todas as suas ações, quer como cidadão, quer como profissional. Ele compôs sua primeira música (“Soda Fountain Rag”) em 1914, quando tinha quinze anos, e nunca mais parou de compor. De acordo com o trompetista Miles Davis, “todos os músicos deveriam um dia se reunir e agradecer a Duke de joelhos por tudo o que ele fez pela música norte-americana”. Duke Ellington manteve-se musicalmente ativo dos anos 1920 até os anos 1970.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Al Sears (sax-tenor), Barney Bigard (clarinete), Cat Anderson (trompete), Clark Terry (trompete), Cootie Williams (trompete), Fred Guy (guitarra), Harry Carney (sax-barítono), Jimmy Hamilton (clarinete), Johnny Hodges (sax-alto), Juan Tizol (trombone), Lawrence Brown (trombone), Otto Hardwicke (sax-tenor), Paul Gonsalves (sax-tenor), Quentin Jackson (trombone), Ray Nance (trompete e violino), Rex Stewart (trompete), Russell Procope (clarinete), Sam Woodyard (bateria), Sonny Greer (bateria), Wendell Marshall (contrabaixo), Willie Cook (trompete).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1924 a 1967) 

Black And Tan Fantasy (JamesBubber’ Miley-Duke Ellington)

C Jam Blues (Duke Ellington)

Caravan (Duke Ellington-Juan Tizol-Irving Mills)

Clarinet Lament (Barney Bigard-Duke Ellington)

Cotton Tail (Duke Ellington)

Creole Love Call (Duke Ellington)

Crescendo And Diminuendo In Blues (Duke Ellington)

Crosstown (James Cavanaugh-John Redmond-Nat Simon-Jack Mason)

Do Nothin’ Till You Hear From Me (Concerto For Cootie) (DukeEllington-Bob Russell)

Don’t Get Around Much Anymore (Duke Ellington-Bob Russell)

Echoes Of Harlem (Duke Ellington)

Everything But You (Harry James-Duke Ellington-Don George)

I Got It Bad (Duke Ellington-Paul Francis Webster)

I Let A Song Go Out Of My Heart (DukeEllington-IrvingMills-John Redmond-Henry Nemo)

I’m Beginning To See The Light (D.Ellington-Harry James-Johnny Hodges-Don George)

In A Mellow Tone (Duke Ellington)

In A Sentimental Mood (Duke Ellington-Irving Mills-Manny Kurtz)

It Don’t Mean A Thing (If It Ain’t Got That Swing) (Duke Ellington-Irving Mills)

Jump For Joy (Duke Ellington-Paul Francis Webster-Sid Kuller)

Just A-Sittin’ And A-Rockin’ (Duke Ellington-Billy Strayhorn)

Just Squeeze Me (Duke Ellington-Lee Gaines)

Ko Ko (Duke Ellington)

Lazy Rhapsody (Duke Ellington-Mitchell Parish)

Mood Indigo (Duke Ellington-Irving Mills-Albany “Barney” Bigard-Claude Austin)

9:20 Special (Bill Engvick-Earle Warren)

One O’Clock Jump (Count Basie)

Perdido (JuanTizol-Erwin Drake-Hans Jan Lengsfelder)

Pitter Panther Patter (Duke Ellington)

Prelude To A Kiss (Duke Ellington-Irving Mills-Irving Gordon)

Ring Dem Bells (Duke Ellington-Irving Mills)

Rockin’ In Rhythm (Duke Ellington-Irving Mills-Harry Carn)

Satin Doll (Duke Ellington)

Skin Deep (Louis Bellson)

Solitude (Duke Ellington-Irving Mills-Eddie DeLange)

Sophisticated Lady (Duke Ellington-Irving Mills-Mitchell Parish)

Take The A Train (Billy Strayhorn)

The Brown Skin Gal In The Calico Gown (Duke Ellington-Francis Paul Webster)

The Jeep Is Jumpin’ (Duke Ellington-Johnny Hodges)

The Mooche (Duke Ellington)

The Tatooed Bride (Duke Ellington)

Warm Valley (Duke Ellington)

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 


CRISOLDA VAI CASAR
(Excerto - Augusto Pellegrini)

 

Crisolda vai casar.

Por encanto ou desencanto, Crisolda vai casar depois dos quarenta anos, curada da febre dos quarenta graus, subindo a escada dos quarenta degraus, com Nicolau, o maldito do bairro.

Bela como uma prima-dona de Rossini maquiada como artista mambembe e inconvincente como desculpas de maridos ao alvorecer, Crisolda veste um branco vestal de um ridículo surrealista como se o costureiro tivesse sido Fellini.

O pai de Crisolda, debaixo dos sete palmos há sete anos, está finalmente aliviado pelo esperado momento e anseia em ouvir a marcha nupcial de Mendelsohn ecoando pela nave da igreja enquanto suspira, exalando um fogo-fátuo que mais se assemelha a fogos de artifício chineses em noite de réveillon.

A mãe de Crisolda, debaixo dos cobertores pretextando uma imobilidade reumática, fruto psicossomático das suas desesperanças, suspira aborrecida e aguarda a volta do casal para abençoá-los ou amaldiçoá-los ao pé da cama.

Aquela linda garotinha de cabelos cacheados e vestido de lacinhos, a boneca do bairro, se transformara rapidamente na doce e meiga Crisolda, sonho e desejo dos adolescentes da vizinhança, e depois na bela Crisolda amadurecida como fruta de estio, passando pela casa dos vinte com a arrogância de quem quer permanecer solteira por não encontrar ninguém à sua altura. Chegara aos trinta ainda luminescente com as bênçãos de Balzac, mas a partir daí começou a entrar em franca decadência como flor amanhecida e agora é um retrato amassado  e amarelado pelo tempo, o tornozelo ainda fino evocando sensualidade, mas as ancas sacudindo proeminentes e gelatinosas como trouxa de lavadeira.

Este quadro desanimador – comentavam – teria forçado Crisolda a aceitar, como derradeiro alento, dizer “sim” ainda que fosse para o maldito do bairro.

Crisolda vai casar. 

Ela teve muitos pretendentes, mas de recusa em recusa, de negativa em negativa, de oportunidade havida em oportunidade perdida, a areia do tempo foi se escoando pelo fino conta-gotas da ampulheta e Crisolda foi se transformando de princesa em borralheira, de rosa orvalhada em flor de resto de festa, de borboleta em crisálida, de seda em pano de chão.

E agora, Crisolda vai casar com Nicolau,  o maldito do bairro.    

domingo, 27 de dezembro de 2020

 


AS CORES DO SWING
            (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


DON REDMAN (1900-1964) 

Nome completo – Donald Mathew Redman

Nascimento – Piedmont-West Virginia-EUA

Falecimento – Nova York-New York-EUA

Instrumento – sax-alto e clarinete 

Comentário – Um dos primeiros grandes arranjadores da história do jazz, Don Redman é considerado pelos analistas como o músico que “inventou” o som do swing. Foi dele a ideia de utilizar um lineup desenhado com naipes de saxofones, trompetes e trombones, o que caracterizava o som do swing e o diferenciava fundamentalmente daquele obtido pelas orquestras que interpretavam a música orquestrada da época ou tocavam o jazz tradicional. Filho de um professor de música e de uma cantora, Don Redman desde pequeno já demonstrava que seria um músico de grandes recursos, começando a tocar trompete aos três anos e fazendo parte de uma banda aos seis. Aos doze anos ele tocava com perfeição todos os tipos de saxofone, o oboé e o piano. Estudou música e se aperfeiçoou em arranjo e composição na Universidade de Boston, onde se formou. Depois de tocar por um ano com a orquestra Billy Paige’s Broadway Syncopators, Redman se uniu a Fletcher Henderson, trabalhando como saxofonista e arranjador, e contribuiu de uma forma definitiva para o sucesso da orquestra de Henderson. Seus arranjos eram considerados bastante modernos para os anos 1920, extraindo uma sonoridade jazzística de vanguarda e possibilitando aos solistas o espaço que eles precisavam para executar grandes improvisos. Em 1927, Redman foi persuadido pelo misto de bandleader e empresário Jean Goldkette a deixar a orquestra de Henderson para dirigir a McKinney’s Cotton Pickers, e logo se tornou um forte concorrente de Henderson e de outros na escalada que o swing iria dar a partir de 1930. Na McKinney’s, Redman também mostrou seus dotes de cantor, transmitindo bastante humor e alegria. É interessante mencionar que apesar de ter de alguma forma revolucionado a música orquestral, Redman conduzia a orquestra à moda antiga, utilizando a baqueta e os trejeitos de maestro. Ele se manteve como bandleader até 1940, quando desfez a orquestra e preferiu concentrar seus esforços como arranjador independente, tendo produzido algumas pérolas para Jimmy Dorsey, Count Basie e Harry James. Don Redman se manteve musicalmente ativo durante os anos 1920 até os anos 1950.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Billy Taylor (piano), Bob Yzaguirre (sax-barítono e contrabaixo), Buster Bailey (clarinete e sax-alto), Don Byas (sax-tenor), Eddie Barefiled (clarinete, sax-alto, sax-barítono), Edward Inge (clarinete e sax-alto), Fred Robinson (trombone), Henry “Red” Allen (trompete), Horace Henderson (piano), Joe Garland (sax-tenor), Lonnie Johnson (guitarra), Manzie Johnson (bateria e vibrafone), Mario Bauzá (trompete), Pete Clark (clarinete, sax-alto, sax-tenor e sax-barítono), Quentin Jackson (trombone), Sidney DeParis (trompete), Talcott Reeves (banjo e guitarra), Tyree Green (trombone e vibrafone), Zutty Singleton (bateria).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1931 a 1946) 

Alexander’s Ragtime Band (Irving Berlin)

Chant Of The Weed (Don Redman)

Christopher Columbus (Chu Berry-Andy Razaf)

Doin’ The New Low Down (Jimmy McHugh-Dorothy Fields)

Doin’ What I Please (Fats Waller-Andy Razaf)

Got The Jitters (Paul Francis Webster-John Jacob Loeb-Billy Rose)

Got The South In My Soul (Ned Washington-Victor Young)

How Can I Hi-De-Hi (When I Feel So Low To Do) (Don Redman)

How High The Moon (Nancy Hamilton-Morgan Lewis)

How Ya Feelin’? (Don Redman)

I Found A New Way To Go To Town (Shelton Brooks-Alain DuBois-Ben Ellison)

I Got Rhythm (George Gershwin-Ira Gershwin)

I Heard (Don Redman-Irving Mills)

I Wanna Be Loved (Johnny Green-Edward Heyman-Billy Rose)

I Won’t Tell (Don Redman)

If It’s True (Don Redman-Gus Bentley)

It’s A Great World After All (Don Redman)

It’s All Your Fault (Don Redman-Mitchell Parish)

Laura (Johnny Mercer-David Raksin)

Lazy Bones (Hoagland “Hoagy” Carmichael-Johnny Mercer)

Limehouse Blues (Philip Braham-Douglas Furber)

Lonely Cabin (Don Redman)

Mommy I Don’t Want To Go To Bed (Don Redman)

My Melancholy Baby (Ernie Burnett-George Norton)

Nagasaki (Harry Warren-Mort Dixon)

No One Loves Me Like The Dallas Man (Shelton Brooks-Alain DuBois-Ben Ellison)

Pagan Paradise (Ted Koehler)

Shakin’ The African (Harold Arlen-Ted Koehler)

Sophisticated Lady (Duke Ellington-Irving Mills-Mitchell Parish)

Stormy Weather (Harold Arlen-Ted Koehler)

Tea For Two (Vincent Youmans-Irving Caesar)

That Blue Eyed Baby From Memphis (Jack Palmer)

Try Gettin’ A Good Night Sleep (Don Redman)

Two Times Man (Moritz Seidermann-Sam Krieger)

Underneath The Harlem Moon (Mack Gordon-Harry Revel)

You Gave Me Everything But Love (Harold Arlen-Ted Koehler)

You Told Me But Half The Story (Don Redman-Moritz Seidermann)

 

 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

 


DOS USOS E (MAUS) COSTUMES

(Augusto Pellegrini) 

Fazendo uma exegese dos costumes
Vou começar falando de comida
Necessidade principal do homem
E de qualquer ser que nesta terra habita
Que todo dia tem que saciar a fome
Para manter sua condição de vida 

Qualquer ser vivo sente fome, e come
Isto é fundamental para a subsistência
Assim, os animais, os insetos e o homem
Conseguem conservar sua energia
Com todo o combustível que consomem
Para consolidar sua sobrevivência 

Mas tudo é feito sem muito critério
Alguns comem demais, outros de menos
Há os que colocam lenha demais na fornalha
Ficando obesos, pesados e lentos
E os que não têm o pão, só as migalhas
Rosto sem vida, triste e macilento 

Outra necessidade é a do agasalho
Que nos protege dos olhares e do tempo
Já foi-se o tempo em que mulher e homem
Usavam pele de animais como paramento
Depois veio a vergonha – diz a lenda
E começaram a cobrir as partes pudendas 

Por um estranho desvio de conduta
Estamos atualmente em retrocesso
E as partes que eram pudicamente veladas
Agora são mostradas a céu aberto
Por homens e mulheres que por certo
Gostam de estar pelados e peladas 

Outro fator que determina a história
É a convivência dos povos, ou a falta dela
Pois desde os tempos em que se tem registro

Homens se batem, combatem e se matam

Uns aos outros, por qualquer motivo

Transformando o mundo todo num lugar sinistro 

Não existe um ano só, no calendário
Em que o mundo não registre alguma guerra
Uma revolução ou algum distúrbio sério
O que leva os homens a se digladiarem
Fazendo de um jardim um cemitério
E molhando de sangue e lágrimas a terra 

Fazer do uso bom um mau costume
Tornou-se do homem especialidade
Pois ele sempre busca um adversário
Na luta por poder ou materialidades
Ou outras condições que lhe provocam inveja
E o fazem ser de um crime mandante ou sicário

 

Dezembro 2020

 

 





 


AS CORES DO SWING
          (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 - RESUMO DA DISCOGRAFIA


COUNT BASIE (1904-1984) 

Nome completo – William James Basie

Nascimento – Red Bank-New Jersey-EUA

Falecimento – Hollywood-Flórida-EUA

Instrumento – piano

 

Comentário – Count Basie pode não ter sido um compositor do tamanho de Duke Ellington ou um virtuose como Benny Goodman, mas conseguiu superar a ambos em termos de popularidade orquestral. Basie começou tocando piano e órgão em teatros e grupos de vaudeville em 1920. Sob a influência de Fats Waller, um grande estilista da época, ele formou sua primeira banda, utilizando parte dos músicos da orquestra do lendário Benny Moten após a morte de Moten em 1935. Apesar de ser um excelente pianista, Basie preferia não aparecer em solos complicados, conduzindo a orquestra num estilo “low profile”, e dando destaque para solistas como Lester Young, Herschell Evans, Harry Edison e outros. Por conta disso, ele acabou sedimentando um estilo econômico, mas de grande significado artístico, pois sintetizava em poucas notas o espírito da música e algumas passagens importantes. Basie se tornou um dos bandleaders mais populares do país a partir de 1940, com as músicas “One O’Clock Jump” e “Jumpin’ At The Woodside”, que foram gravadas pelas principais orquestras de então. Seu estilo musical era fortemente baseado no blues, ao qual adicionou um balanço insuperável e muita leveza. O acaso fez com que a sua genialidade fosse descoberta pelo produtor e caça-talentos John Hammond através das ondas do rádio. Foi Hammond que levou Count Basie aos píncaros da fama. Anos mais tarde, mesmo durante um período de declínio da música orquestral, Basie voltou à crista da onda através do convite do também produtor Norman Granz, antigo criador da orquestra Jazz At The Philharmonic – JATP, para que ajudasse a dinamizar a gravadora Pablo Records. O apelido “Count” (Conde) foi dado por um animador de auditório, a fim de compará-lo a outros nomes consagrados do jazz que ostentavam títulos nobiliárquicos ou de poder – Benny Goodman, “the King Of Swing” (o Rei do Swing), Duke Ellington, “the Duke” (o Duque), Lester Young, “the Pres” (o Presidente) e Bessie Smith “Empress of the Blues” (a Imperatriz do Blues). Count Basie manteve-se musicalmente ativo dos anos 1920 aos anos 1980.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Benny Morton (trombone), Buck Clayton (trompete), Buddy Tate (sax-tenor), Chu Berry (sax-tenor), Dicky Wells (trombone), Don Byas (sax-tenor), Eddie Durham (trombone), Freddie Green (guitarra), Harry “Sweets” Edison (trompete), Herschell Evans (sax-tenor), Illinois Jacquet (sax-tenor), Jack Washington (sax-alto), Jo Jones (bateria), Lester Young (sax-tenor), Ralph Burns (piano), Sonny Payne (bateria), Tab Smith (sax-alto), Thad Jones (trompete), Vic Dickenson (trombone), Walter Page (contrabaixo).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1930 a 1952)

 

Baby Won’t You Please Come Home (Clarence Williams-Charles Warfield)

Basie Boogie (Count Basie-Milton Ebbins)

Basie Land (Billy Byers)

Bill Basie Won’t You Please Come Home (Count Basie-Jones-Davis)

Chicago (Fred Fisher)

Every Day I Have The Blues (Memphis Slim)

Honeysuckle Rose (Fats Waller-Andy Razaf)

I May Be Wrong (Count Basie-Jimmy Rushing)

If I Could Be You (One Hour Tonight) (James P.Johnson-Henry Creamer)

I’m Shouting Again (Neal Hefti)

I’m Walking (Fats Domino-Dave Bartholomew)

Instant Blues (Billy Byers)

Jumpin’ At The Woodside (Count Basie-Jon Hendricks)

Lester Leaps In (Lester Young)

Lil’ Darling (Neal Hefti)

Lil’ Ol’ Groovemaker (Quincy Jones)

Mean To Me (RoyTurk-Fred Ahlert)

Miss Thing (Count Basie-Skip Martin)

Moten Swing (Bennie Moten-Buster Moten)

Oh Lady Be Good (George Gershwin-Ira Gershwin)

Oh Lonesome Me (Andy Gibson)

On The Sunny Side Of The Street (Jimmy McHugh-Dorothy Fields)

One O’Clock Jump (Count Basie)

Perdido (Juan Tizol-Erwin Drake-Jan Lengsfelder)

Rock-A-Bye Basie (Count Basie-Lester Young-Shad Collins)

Roseland Shuffle (Count Basie)

Shorty George (Count Basie-Andy Gibson)

Swing, Brother, Swing (Walter Bishop-Clarence Williams-Lewis Raymond)

Swingin’ The Blues (Count Basie-Eddie Durham)

Texas Shuffle (Herschell Evans-Edgar Battle)

Them There Eyes (William Tracey-Doris Tauber-Maceo Pinkard)

They Can’t Take That Away From Me (George Gershwin-Ira Gershwin)

Together Again (Neal Hefti)

Told You So (Bill Holman)

Topsy (Eddie Durham-Edgar Battle)

 

 

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

 


AS CORES DO SWING
            (Livro de Augusto Pellegrini)

CAPÍTULO 22 = RESUMO DA DISCOGRAFIA


CHICK WEBB (1905-1939) (*) 

Nome completo – William Henry Webb

Nascimento – Baltimore-Maryland-EUA

Falecimento – Baltimore-Maryland-EUA

Instrumento – bateria

(*) Alguns biógrafos dão como data de nascimento 1909 

Comentário – A história de Chick Webb é uma história de vida. Negro, pobre e deficiente, ele tinha tudo para ser mais um molambo naqueles anos em que tudo se configurava difícil para muitos desprotegidos da sorte. Webb, no entanto, derrotou as dificuldades e se tornou um músico que se tornou um paradigma no seu instrumento. Apesar de fisicamente debilitado, devido a uma tuberculose óssea contraída na infância que impediu o seu crescimento e deformou a sua espinha, Chick Webb começou a tocar bateria aos onze anos de idade. A data de nascimento de Webb é contestada, podendo ser reduzida em quatro anos – o que daria mais autenticidade à sua lendária precocidade. Sua vida sofreu uma guinada positiva quando ele se mudou ainda criança para Nova York e teve aulas com o baterista de jazz Tommy Benford, que lhe ensinou os segredos do instrumento. Tão logo foi possível, Webb formou sua própria banda e cresceu profissionalmente, a ponto de em 1931 ser o condutor da orquestra titular do afamado Savoy Ballroom. A bateria usada por Chick Webb era adaptada em virtude do seu tamanho, mas a complexidade e a energia que emanava do seu beat iriam influenciar mais tarde bateristas do naipe de Buddy Rich e Louis Bellson. Talvez em virtude do seu estado físico, Chick Webb alternava momentos de euforia com instantes de profunda irritabilidade. A sua orquestra, no entanto, era considerada uma das melhores de Nova York, abrilhantada por músicos de ponta, como Louis Jordan, o cubano Mario Bauzá e extemporaneamente o próprio Louis Armstrong, e também por uma cantora, descoberta por ele, que viria se transformar numa lenda histórica da música norte-americana – Ella Fitzgerald. Chick Webb se manteve musicalmente ativo desde meados dos anos 1920 até pouco antes da sua morte, que ocorreu precocemente, aos trinta e quatro anos, ou trinta, dependendo de qual teria sido a sua data real de nascimento.

 

Alguns dos principais músicos que participaram da orquestra – Chauncey Haughton (clarinete e sax-alto), Bobby Stark (trompete), Edgar Sampson (sax-alto), Elmer James (contrabaixo e tuba), George Matthews (trombone), Joe Steele (piano), John Trueheart (banjo e guitarra), Louis Jordan (sax-alto), Mario Bauzá (trompete), Nat Story (trombone), Taft Jordan (trompete), Teddy McRae (clarinete e sax-tenor), Tommy Fulford (piano), Wayman Carver (flauta e sax-tenor).

 

Resumo da discografia (gravações no período de 1927 a 1937)

 

A-Tisket, A-Tasket (Ella Fitzgerald-Van Alexander)

Are You Here To Stay? (Edgar Sampson-Kenneth Harrison)

Azure (Duke Ellington-Irving Mills)

Blue Lou (Irving Mills-Edgar Sampson)

Clap Hands! Here Comes Charlie (Ballard MacDonald-Joseph Meyer-Billy Rose)

Don’t Be That Way (Benny Goodman-Edgar Sampson-Mitchell Parish)

Facts And Figures (Edgar Sampson)

Gee, But You’re Swell (Charles Tobias)

Go Harlem (James P.Johnson-Andy Razaf)

Halleluyah (Vincent Youmans-Leo Robin-Clifford Grey)

Harlem Congo (Harry White)

I Ain’t Nobody (Roger Graham)

I Got A Guy (Marion Sunshine)

I Got Rhythm (George Gershwin-Ira Gershwin)

If Dreams Come True (Benny Goodman-Edgar Sampson-Mitchell Parish)

In A Little Spanish Town (Sam M.Lewis-Joe Young-Mabel Wayne)

In The Groove At The Groove (Chick Webb)

It’s Swell Of You (Mack Gordon-Harry Revel)

Let’s Get Together (Chick Webb)

Liza (All The Clouds’ll Roll Away) (George Gershwin-Ira Gershwin-Gus Kahn)

Love And Kisses (James P.Johnson-Arthur Schwartz-Richard Whiting)

Love Marches On (Charles Tobias)

Moonlight And Magnolias (Dizzy Gillespie)

Rock It For Me (Kay Werner-Sue Werner)

Spinnin’ The Webb (Ella Fitzgerald-Chick Webb)

Squeeze Me (Fats Waller-Clarence Williams)

Strictly Jive (Chick Webb)

Sweet Sue, Just You (Will J.Harris-Victor Young)

Tain’t What You Do (It’s The Way That You Do It) (Sy Oliver)

There’s Frost On The Moon (Fred E.Ahlert-Victor Young)

That Naughty Waltz (Edwin Stanley-Sol P.Levy)

That’s My Home (Otis Rene-Ben Ellison)

Undecided (Charlie Shavers-Sydney Robin)

Wacky Dust (Oscar Levant-Stanley Adams)

Who Ya Hunchin’? (Ella Fitzgerald-Chick Webb)